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Samsung Galaxy Z Fold7 review: o dobrável mais fino e leve, mas ainda há compromissos

Samsung

Samsung Galaxy Z Fold7
★★★★☆4.5Muito Bom

O Galaxy Z Fold7 é o dobrável que os fãs da Samsung pediam. É mais fino, mais leve, com um ecrã exterior finalmente usável e uma câmara principal de 200 MP. No entanto, a bateria, carregamento e o abandono da S Pen são contratempos a ter em conta. Uma coisa é certa: a Samsung 'cozinhou' e bem este lançamento.

Prós
  • Muito mais fino e leve face ao antecessor
  • Ecrãs brilhantes, fluidos e de grande qualidade
  • Câmara principal de nível Ultra
  • Software bem otimizado para o formato
  • Desempenho de topo, sem concessões
Contras
  • Bateria (4400 mAh) e velocidade de carregamento (25W) deviam ser superiores
  • Câmaras secundárias não são de nível Ultra
  • Preço de 2169 € torna-o inacessível à maioria
  • Perdeu a compatibilidade com a S Pen
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Samsung Galaxy Z Fold7215 gramas, 4,2 mm (aberto) e 8,9 mm (fechado) de espessura, processador Snadpragon 8 Elite, ecrãs AMOLED de 6,5 e 8,0 polegadas de 120 Hz e 2600 nits, bateria de 4400 mAh e 25 W de carregamento
2169,90 €Samsung

Faz agora um ano que testámos o Galaxy Z Fold6. O smartphone dobrável em formato livro lançado pela Samsung em 2024 trazia algumas melhorias, mas continuava atrás da concorrência. Mas eis que um ano depois a marca lança o Galaxy Z Fold7.

O mais recente smartphone dobrável da Samsung emagreceu imenso face ao antecessor e ficou bem mais fino e leve. Tornou-se o smartphone que há muito queríamos ver a marca sul-coreana a lançar. Mas quão bom está? Estive a testá-lo durante a última semana e neste artigo conto-te a minha experiência a usar este como smartphone principal.

Unboxing

O unboxing ao Galaxy Z Fold7 faz-se sem grandes surpresas. A melhor surpresa é mesmo vislumbrarmos imediatamente o smartphone em todo o seu esplendor. Isto porque no interior não encontramos mais acessórios que o esperado.

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A caixa do equipamento é fina, o que faz adivinhar que a Samsung segue a tendência das gerações anteriores e traz apenas o essencial na mesma. Ou seja, além do smartphone, encontramos um cabo USB-C para USB-C de carregamento e a ferramenta para ejetar cartões SIM. Carregadores já são história.

Design e construção

Uma das maiores críticas a fazer ao Galaxy Z Fold era a sua espessura. Afinal, os 12,1 mm fechado e 5,6 mm aberto estavam bem atrás do que a concorrência andava a fazer. Mas de um ano para o outro, a Samsung ouviu e bem as críticas.

Neste Z Fold7, descemos para uns impressionantes 8,9 mm fechado e 4,2 mm aberto. É quase como ter um smartphone normal fechado, tanto que quase nos esquecemos que quando o abrimos temos um verdadeiro tablet. Por comparação, o Galaxy S25 Ultra tem 8,2 mm de espessura.

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É claro que todas estas medidas impressionantes ignoram a protuberância das câmaras. Mas todas as marcas o fazem desta forma. E embora outras marcas aleguem o contrário, os vários testes de medidas independentes mostram que este é o smartphone dobrável mais fino do mundo neste formato.

E podemos também dizer que é o mais leve, uma vez que tem apenas 215 gramas. A verdade é que quando testei o Honor Magic V3, achei que esse era o primeiro smartphone dobrável finalmente usável no dia a dia como um smartphone normal que também é um pequeno tablet.

Reitero essa afirmação com o Z Fold7, com o facto de ser ainda mais leve e fino. No entanto, sinto que ainda há espaço para melhorar em dois aspetos do design deste smartphone, sendo que um deles não deverá sofrer grandes mudanças.

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O primeiro é o facto de o smartphone precisar de mais força que o desejado para abrir. Isso tem os seus pontos positivos, mas torna-o dificílimo de abrir com uma mão, pois exige uma certa força. Outro ponto a melhor é o módulo das câmaras.

As câmaras têm de estar em algum sítio e, para terem sensores de qualidade, precisam de espaço. Mas (principalmente) quando pousamos o smartphone fechado numa mesa e tentamos realizar ações no mesmo, abana imenso.

Posicionar o sensor de forma mais central resolveria este problema. Mas acaba por ir de encontro à estética dos smartphones da Samsung. Por agora, sinto que esse contratempo possa ser resolvido com o uso de uma boa capa. Até porque diria que os utilizadores vão querer proteger o seu investimento.

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De realçar ainda a presença de certificação IP48. Isto significa que este não é um smartphone tão resistente à água e ao pó como um equipamento "normal". Mas quem compra um smartphone neste formato sabe que não será esse o caso. Há mais cuidados a ter, mas já conta com alguma resistência à água e pó.

Um ponto que não dá para ignorar é que o Galaxy Z Fold7 deixou de ser compatível com a S Pen. Num equipamento que aposta muitas das suas fichas na produtividade, este é um abandono de suporte que não compreendemos. Que não viria incluída já o esperávamos. Mas tirar a possibilidade de a usar com o equipamento é algo que não faz sentido, num equipamento que é um 2 em 1.

Não existem dúvidas de que a Samsung está no caminho certo com o design do Fold7. É o dobrável mais polido de sempre da marca, mas ainda existem arestas por limar. No entanto, o salto foi de gigante face ao Fold6 e é algo que não podemos deixar de aplaudir.

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Ecrã

Como bom dobrável que é, o Fold7 conta com dois ecrãs. E nesta geração podemos dizer que o ecrã exterior deste Samsung é finalmente usável fechado. Tornou-se muito mais fácil escrever e usar o equipamento dessa forma que até nos podemos esquecer do ecrã interior.

Esse "esquecimento" é o melhor elogio que se pode fazer ao ecrã AMOLED de 6,5 polegadas com 120 Hz e um pico de brilho de 2600 nits que encontramos no exterior deste equipamento. Tem o tamanho ideal para usar no dia a dia e a qualidade que se espera de um equipamento de topo.

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Quando abrimos o equipamento está um ecrã igualmente impressionante no interior, mas desta vez de 8 polegadas. Também se trata de um painel AMOLED LTPO com 120 Hz e pico de brilho de 2600 nits. A diferença, claro, é o material usado na sua construção. O painel interior tem uma construção em plástico e exige sempre algum cuidado por parte dos utilizadores.

A sua resistência não é a mesma de um painel de vidro. Mas é um compromisso a fazer para termos um tablet no bolso e podemos dizer que o vinco se sente, mas raramente se nota. Este ecrã interior, embora de grande qualidade, é mais perecível a dedadas e menos agradável de usar com sol intenso.

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É um bom painel para consumo de multimédia, embora como na maioria dos concorrentes, fiques com umas barras pretas à volta do vídeo por conta do seu formato. Onde brilha efetivamente é quando colocamos duas ou mais aplicações lado a lado para multitasking.

A Samsung afirma que o ecrã do Z Fold7 está pronto para 500 mil dobragens. O número é impressionante e significa que, caso sejas um utilizador intensivo, e dobres o smartphone 100 vezes por dia, este poderá aguentar-se quase 14 anos de utilização intensiva. Ou seja, bem mais do que o terás como smartphone principal.

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Áudio

Para tornar o Z Fold7 mais fino que o antecessor, a Samsung parece ter feito algumas concessões no áudio. Continuamos a ter alfilantes estéreo que providenciam uma boa experiência para o consumo de multimédia variada. No entanto, o Z Fold7 não tem a potência de áudio que vislumbramos no seu antecessor.

Os graves também não são tão pronunciados como esperava num aparelho nesta faixa de preço. É um preço a pagar para termos um smartphone mais fino, mas que espero ver a Samsung a melhorar no futuro. Em todo caso, há que reforçar que a experiência de áudio é boa. Só é inferior à do Z Fold6.

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Desempenho

Esta é uma das categorias mais aborrecidas da análise por uma boa razão. Neste campo não há qualquer concessão nem ponto negativo a apontar ao Z Fold7. O smartphone vem equipado com o potente Snapdragon 8 Elite for Galaxy, o mais potente processador da Qualcomm. E isso nota-se no seu desempenho.

O smartphone executa de forma excelsa qualquer tarefa que lhe atires para cima. Seja os jogos mais pesados (como é exemplo o Asphalt Legends), ou a usar várias aplicações em simultâneo, nunca sentimos quaisquer engasgos. Neste segmento, a Samsung está de parabéns por toda a otimização entre hardware e software. Abaixo podes conferir os números do Z Fold7 no Geenbech 6.

Asphalt Legends
Asphalt Legends

Pontuação do Galaxy Z Fold7 no Geekbench 6

CPU: 2348 pontos (single-core); 8610 pontos (multi-core)
GPU: 17501 pontos

Interface

O Galaxy Z Fold7 chegou-nos de fábrica já com o mais recente Android 16 e a OneUI 8. Isto significa que as promessas de até 7 anos de atualizações poderão garantir que o smartphone será atualizado até 2032. É um cenário de longevidadade que dá confiança a muitos utilizadores na compra deste equipamento. E o facto de já vir com o Android 16 demonstra o compromisso da Samsung.

A interface da Samsung está muito bem otimizada, com a sua identidade face ao Android puro. Embora com (ainda) um ou outro bloatware, parece-me uma das melhores interfaces no cenário atual do Android. Juntemos-lhe os pozinhos da mais recente tecnologia de Inteligência Artificial e temos um produto vencedor.

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Encontras neste equipamento tudo o que possas esperar da mais recente inteligência artificial, seja com o Gemini Integrado, com o Now Brief ou o novo assistente de saúde, bem como na edição de fotografia ou na (excelente) funcionalidade de retirar ruído de fundo do vídeo. Algumas das funções de IA têm utilidade questionável, mas vais seguramente encontrar algo que te seja útil no dia a dia.

Câmara

As câmaras do Z Fold7 também deram um salto de qualidade face à anterior geração. Isso nota-se imediatamente nas lentes de selfie do ecrã exterior e do interior. Conseguimos agora tirar selfies e fazer videochamadas com mais qualidade com o ecrã interior, pois a câmara deixou de estar escondida debaixo do ecrã, e isso nota-se no acréscimo de qualidade.

Selfie com a câmara do ecrã interior
Selfie com a câmara do ecrã interior
Selfie com a câmara do ecrã exterior
Selfie com a câmara do ecrã exterior

Quando falamos de câmaras traseiras, a grande melhoria está na principal. Agora temos um sensor de 200 MP, que é a mesmo que encontras no S25 Ultra. Se fores tirar maioritariamente fotografias ou fazer vídeos com este sensor, a experiência vai ser de topo, sem compromissos face a um Ultra.

Câmara principal
Câmara principal
Câmara principal
Câmara principal
Câmara principal
Câmara principal
Câmara principal
Câmara principal
Câmara principal noite
Câmara principal noite
Câmara principal noite
Câmara principal noite

As cores são bastante vivas, como é apanágio da Samsung e, tanto de dia como à noite, conseguimos bons resultados. Seja a fotografar um edifício durante o dia, a gravar um vídeo enquanto andamos de bicicleta ou a tirar uma fotografia em pormenor à noite, esta câmara principal nunca nos deixa na mão.

Onde sentimos que a Samsung tem margem para investir é nas restantes câmaras traseiras, pois aí sentimos que a experiência ainda não é Ultra. A ultra angular de 12 MP é boa qualidade, mas não ao nível da de 50 MP que encontramos no S25 Ultra. E a teleobjetiva deste modelo é de uns singelos 10 MP que lhe proporciona zoom ótico até 3 vezes e digital até 30 vezes.

Ultra angular
Ultra angular
Câmara principal
Câmara principal

Podemos dizer que é um zoom satisfatório. No entanto, quando um utilizador paga mais de 2000 € por um smartphone, talvez esteja à espera de encontrar aqui o mesmo nível fotográfico (a todos os níveis de zoom), que encontraria num S25 Ultra. Já que o módulo das câmaras tem esta elevação, gostaríamos de que na próxima geração tivéssemos as mesmas câmaras do Ultra, sem concessões, no Fold.

Zoom 3x
Zoom 3x
Zoom 10x
Zoom 10x
Zoom 30x
Zoom 30x
Zoom 3x
Zoom 3x
Zoom 3x
Zoom 3x

Bateria

O Z Fold7 ficou bem mais fino, mas esperávamos mudanças na bateria. Isso não sucedeu. A marca continua a apostar na mesma capacidade de 4400 mAh da anterior geração, embora o Snapdragon 8 Elite seja um processador mais eficiente. É esse pormenor que faz com que o equipamento consiga uma melhor autonomia face ao antecessor.

Pelos nossos testes, não é difícil chegar ao final do dia com bateria numa utilização normal e não muito excessiva no ecrã interior. No entanto, acaba por ficar um pouco atrás de alguns dos seus rivais neste segmento. Gostaríamos que a Samsung colocasse uma bateria de maior capacidade sem sacrificar a espessura. Será possível numa próxima geração?

O mesmo se passa com o carregamento. Aqui, parece que a Samsung não ata nem desata dos 25 W. Pedia-se um pouco mais que um carregamento que demora entre 80 a 90 minutos num smartphone com este custo. Felizmente, em 30 minutos consegues carregar mais de 50%.

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Escusado será dizer que tem carregamento sem fios de 15W e inverso de 4,5W para carregares outros equipamentos na sua traseira. Apesar dos resultados satisfatórios, nesta faixa de preço espera-se o melhor do melhor. Numa próxima geração queremos ver a Samsung a apostar em maiores baterias e carregamento mais rápido.

Para quem é o Samsung Galaxy Z Fold7?

Este não é um telemóvel para toda a gente. É a escolha ideal para:

  • Profissionais e power users que querem o máximo de produtividade em movimento e veem o Z Fold7 como um verdadeiro substituto de um tablet e, em parte, de um portátil;

  • Amantes de multitasking: a capacidade de ter três aplicações abertas em simultâneo num ecrã de 8 polegadas é um "game changer";

  • Entusiastas de tecnologia com um orçamento generoso: para quem quer ter o que há de mais inovador em tecnologia móvel e não se importa de pagar por isso;

  • Quem quer um "2 em 1": um smartphone excelente para usar fechado e um tablet potente quando o abres.

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Conclusão

O Samsung Galaxy Z Fold7 é, sem dúvida, o melhor e mais refinado dobrável que a Samsung alguma vez fez. O salto no design, com a espessura e o peso reduzidos e o ecrã exterior finalmente usável, torna-o num dispositivo muito mais apelativo e prático para o dia a dia. A câmara principal de 200MP e o desempenho de topo reforçam o seu estatuto de "Ultra" no mundo dos dobráveis.

No entanto, a estagnação na bateria e na velocidade de carregamento, e o facto de as câmaras secundárias não estarem ao mesmo nível do S25 Ultra, são compromissos que poderão ser difíceis de engolir num smartphone que custa 2169 €. É um produto de nicho, para um público que valoriza a inovação do formato acima de tudo. É um passo de gigante na direção certa, mas que ainda deixa espaço para a Samsung nos surpreender no futuro.

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Samsung Galaxy Z Fold7215 gramas, 4,2 mm (aberto) e 8,9 mm (fechado) de espessura, processador Snadpragon 8 Elite, ecrãs AMOLED de 6,5 e 8,0 polegadas de 120 Hz e 2600 nits, bateria de 4400 mAh e 25 W de carregamento
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Bruno Coelho
Bruno Coelho
Está no 4gnews desde 2017, onde dá asas à sua paixão por escrever sobre as novidades tecnológicas. Durante esse período já fez mais de 200 reviews e marcou presença em alguns dos grandes eventos tecnológicos, como o Mobile World Congress e IFA. brunocoelho@4gnews.pt