O verão trouxe a nova geração de dobráveis da Samsung e depois de termos testado o Galaxy Z Fold7, é agora a vez de analisarmos o Galaxy Z Flip7. O novo Flip chega mais fino, mas com um ecrã exterior maior que o seu antecessor. E será que isso faz a diferença que se pretende? É este o modelo Flip agora a bater?
Nas últimas semanas, o Samsung Galaxy Z Flip7 foi o meu telefone principal e esta foi a minha experiência com este pequeno grande dobrável.
Unboxing

O unboxing do Samsung Galaxy Z Flip7 é rápido e simples de se fazer. Sem surpresa, o adaptador de carregamento não está incluído como acessório. Desde há algum tempo que esta é uma opção da Samsung, mesmo na linha dos seus smartphones premium.
O que está incluído é um cabo USB-C para USB-C para ser usado para carregar com fios a bateria deste modelo num máximo de 25 watts. Mas esta experiência de unboxing rápida deixa o Galaxy Z Flip7 brilhar, já que nada acessório o ofusca.
Design e construção

A Samsung fez uma operação de estética ao seu Flip. Esta geração traz consigo um ecrã exterior ainda maior e com molduras mínimas – mas já lá iremos. O modelo está 1 grama mais pesado, mas em contrapartida a sua espessura é mais elegante, quando aberto e fechado, face ao modelo anterior.
A gigante sul-coreana seguiu aqui (e bem) a tendência Slim em voga este ano. Mantendo a temática da estética, o Flip7 está disponível em cores vívidas, como é o caso do modelo Coral Red em teste. Sim, esta cor forte e audaz não passa despercebida em lado nenhum.
A qualidade de construção é uma das melhores que já vimos em modelos deste formato. O Galaxy Z Flip7 conta com proteção Gorilla Glass Victus 2 e um painel traseiro com um revestimento fosco que fornece uma boa sensação ao toque e também mais segurança na sua utilização – não escorrega.
Acrescente-se a estrutura de alumínio e um sistema de dobradiça potente e fiável, e estamos perante um dobrável capaz de aguentar bastante bem a rotina diária e respetivos percalços. Diria mesmo que esta construção é capaz de aguentar os anos todos de atualizações que este telefone vai receber.
À semelhança do modelo anterior, conta com certificação IP48 para resistência à poeira e água, sendo submergível até 1,5m durante 30 minutos. O sensor de impressões digitais está embutido no botão ligar/desligar, na lateral direita. Funciona às mil maravilhas, tanto quando está a recolher a impressão digital pela primeira vez, como a desbloquear diariamente o aparelho.
Em resumo, o Samsung Galaxy Z Flip7 é elegante e robusto. A operação estética da Samsung pode parecer pequena, mas fez mesmo toda a diferença.
Ecrã
Nos ecrãs está uma das atualizações mais bem-vindas ao Flip7. Ambos estão maiores; mas enquanto o principal passou de 6,7 polegadas para 6,9 polegadas, o ecrã exterior (ou Flex Window) aumentou de 3,6 polegadas para 4,1 polegadas. E fez ainda melhor: reduziu as molduras para um tamanho mínimo.
As molduras do Flip6 eram incómodas e afetavam a experiência de utilização do ecrã exterior e no novo Flip7. A Samsung resolveu este problema. Seguiu os passos do Motorola Razr 60 Ultra e muito bem, com o ecrã exterior a ocupar praticamente todo o painel.
No ecrã AMOLED exterior temos uma resolução de 948 por 1048 pixéis, uma taxa de atualização variável entre 60 e 120 Hz e um brilho máximo de 2.600 nits. O resultado é uma experiência de visualização fantástica, mesmo no exterior em dias de Sol forte.
Este painel é também muito útil na utilização diária. Evita que estejamos sempre a abrir o telefone, ao dar-nos acesso a algumas das apps integradas – inclusive a dados da Samsung Health se um smartwatch Samsung estiver emparelhado. Aqui podemos também ver notícias, aceder à calculadora e ativar a câmara. Ah, e ter tudo da Now Brief.
Mas se quiseres aceder a outras apps – como o Spotify ou YouTube – no ecrã exterior, terás de instalar a aplicação Good Lock da Samsung, disponível na Play Store e na Galaxy Store, e seguir os passos descritos pela marca na sua página oficial.
Quanto ao AMOLED principal, as suas novas 6,9 polegadas fornecem uma resolução de 2520 por 1080 pixéis, uma taxa de atualização variável de 1 a 120 Hz e o mesmo pico de brilho de 2.600 nits do ecrã exterior.
Este ecrã lida bem com qualquer tipo de conteúdo ou tarefa. Estás em modo trabalho e precisas de escrever, enviar e ler mails e andar de app em app, este ecrã acompanha o teu ritmo. Se estiveres a descontrair nas redes sociais ou a jogar, o ritmo é igual ao teu e nunca vais sofrer com “soluços”.
Se queres ver a tua série/filme de eleição ou acompanhar um jogo da tua equipa de futebol, tens no Flip7 um bom companheiro. A proporção de 21:9 agora aplicada proporciona uma experiência de visualização melhor que a do seu antecessor que conta com uma proporção 22:9. Pode parecer insignificante, mas faz toda a diferença quando tentas seguir a bola no campo.
A Samsung atualizou os ecrãs do Galaxy Z Flip7, resolvendo várias das questões que assombravam os painéis. Agora este dobrável consegue fornecer uma das melhores experiências de visualização que se pode ter num dobrável Flip.
Áudio
As colunas estéreo do Samsung Galaxy Z Flip7 fazem um bom trabalho, de uma forma geral. Nas séries e filmes, as vozes são nítidas e a “pujança” do som consegue acompanhar a ação desenrolada no ecrã.
Na música, os graves podiam ser mais profundos, mas ainda assim, as vozes são detalhadas e não há aquele tom metálico, característico dos smartphones. Em volume máximo perde alguma qualidade, no entanto, “aguenta-se” melhor do que o esperado.
Desempenho
No interior do novo Flip7 está agora o processador Exynos 2500. No caso do modelo em teste, emparelhado com 12 GB de memória RAM e 256 GB de capacidade no armazenamento interno – há também a opção de 512 GB.
Esta opção da Samsung pode ser discutível, claro. O chip Exynos não vai apresentar os mesmos benchmarks que o processador Snapdragon de topo da Qualcomm. No entanto, na utilização diária as diferenças são menos percetíveis.
Para utilizadores que querem um telefone rápido para consultar o mail, navegar pela Web e redes sociais, correr várias apps, ou seja, uma utilização dita normal, o Galaxy Flip7 é um bom modelo. Fornece uma experiência de utilização, fluida, suave e é competente sempre que uma tarefa é solicitada.
Em jogos casuais funciona às mil maravilhas, em títulos mais exigentes está à altura, mas às vezes soluça e aquece. Sobretudo fica quente no ecrã exterior. E este será um dos grandes problemas do chip Exynos face ao processador Qualcomm.
Em resumo, este é um smartphone dobrável com um bom desempenho que fornece uma experiência de utilização suave, fluida e rápida. Está à altura da maior parte das tarefas exigentes. Mas aquece quando lhe é exigido um pouco mais. Uma “mancha” que não devia cair num dos melhores “panos” da Samsung.
Interface
O Galaxy Z Flip7 estreou a One UI 8, baseada em Android 16. O que já é bom, mas se juntarmos os sete anos de atualizações de software e segurança que este dobrável vai ter, estamos perante um smartphone com uma longevidade muito apetecível.
Depois temos os recursos Galaxy IA. Efetivamente, a Samsung está a navegar bem a onda da Inteligência Artificial nos seus dispositivos. Estão disponíveis vários recursos para a edição de fotografia. À semelhança do que aconteceu com o modelo anterior, o recurso para apagar objetos indesejados funciona mesmo muito bem.

Voltámos a ter o “estúdio fotográfico”, com o qual podes alterar fotos captadas, dando-lhes um estilo de cartoon, aguarela, entre outros. Aqui a diversão está garantida e o recurso está a funcionar melhor, demorando menos tempo a gerar a imagem e fazendo uma melhor distinção entre os géneros masculinos e feminino.

Para produtividade, assistentes de escrita, de notas e de transcrição estão também disponíveis e recomendam-se. E o apagador de áudio que elimina ruído em vídeo e gravações de áudio, também funciona bem.
Mas o que cativa mesmo são os recursos Now Brief e o Gemini IA no ecrã exterior. No painel é possível ver informações personalizadas – meteorologia, notícias, dados de saúde se estiver um Galaxy watch emparelhado, por exemplo – sem abrir o telefone.
Assim, como também podes “conversar” com o Gemini da mesma forma. Basta tocar mais prolongadamente no botão ligar/desligar. Tudo funciona bastante bem e são características que podem dar uma boa vantagem a este Flip7.
Câmara

No sistema ótico, o Galaxy Z Flip7 mantém a fórmula do antecessor com uma configuração dupla com sensor principal de 50 megapixéis e ultra grande angular de 12 megapixéis. Na frente, está uma câmara de 10 megapixéis.



Mas o software de processamento de sinal de imagem ProVisual Engine da Samsung eleva os resultados entregues. As imagens captadas pela câmara principal apresentam cores vívidas e reais e um nível de detalhe bastante bom. Lida igualmente bem com a luz solar. Se usares esta câmara para captar as tuas férias de sonho, não vais arrepender-te.
A ultra grande angular também apresenta bons resultados. Com menos detalhe do que o sensor principal, mas com uma nitidez bastante aceitável.



Também podemos puxar pelo zoom que não ficamos a perder em nitidez. Conseguimos perceber perfeitamente o objeto captado à distância; no entanto, levando ao máximo de 10x, a imagem fica com uma espécie de ligeiro nevoeiro.

A câmara frontal de 10 megapixéis apresenta um desempenho sólido tanto em selfies, como em videochamadas. Não vai responder às exigências de quem produz conteúdos para redes sociais, mas para o utilizador dito normal, faz um bom trabalho.

E a melhor parte é que podemos tirar selfies a partir do ecrã exterior, com as câmaras traseiras. Esta possibilidade não só nos permite momentos divertidos, como também nos fornece resultados de muito boa qualidade. Afinal, o ecrã está maior e agora confere aquela sensação maravilhosa de infinito.
Quanto ao vídeo, o Galaxy Z Flip7 tem capacidade para gravar na resolução máxima de 4K a 60 frames por segundo, ainda que por defeito esteja definido vídeo 1080p a 30 frames por segundo. Deixamos em baixo uma amostra de um vídeo em resolução máxima.
Bateria
Começamos pelas boas notícias. A bateria do Galaxy Flip7 é maior com uma capacidade de 4.300 mAh. Agora, vamos às notícias menos animadoras. Esta ainda não é capacidade suficiente. Ao fim de um dia com uma utilização um pouco mais puxada, o dobrável ressente-se e precisa de ser carregado rapidamente.
Sabemos que é possível integrar células maiores, sem que os dobráveis Flip percam a sua elegância. A concorrência já o provou e a Samsung podia seguir o exemplo.
O mesmo se passa com o carregamento rápido que continua limitado aos 25 watts. Quer-se mais rapidez no modo com e sem fios que também continua limitado aos 15 watts. Vá lá, Samsung, sabemos que és capaz de tornar tudo mais rápido e íamos agradecer menos tempo agarrados à ficha.
Para quem é o Samsung Galaxy Z Flip7?
Pelo preço e formato dobrável Flip, este não é um smartphone indicado para toda a gente. É uma boa opção para:
- Utilizadores que preferem um equipamento de formato compacto, que seja facilmente transportado no bolso;
- Utilizadores que dão prioridade a recursos baseados em Inteligência Artificial;
- Utilizadores que gostam de ter o mesmo equipamento durante vários anos seguidos, pela política de atualização de software e segurança;
- Utilizadores adeptos do formato dobrável com um orçamento generoso, já que o preço começa nos 1.249,90 €.
Conclusão
A operação de estética feita pela Samsung ao Galaxy Z Flip7 correu muito bem. Os ecrãs maiores trazem consigo uma melhoria substancial na experiência de visualização. Mas o aumento em tamanho do ecrã exterior torna-o mais funcional e apelativo. Já não há barras a atrapalhar.
O Exynos 2500 agora integrado fornece um desempenho fluido e suave, mas quando puxado, tende a aquecer o terminal. Este é um dos calcanhares de Aquiles do modelo. A bateria ainda que maior continua a não dar a autonomia desejável num equipamento premium; assim como o carregamento de 25 watts tem de ser aumentado e depressa.
A câmara, ainda que sem atualizações, entrega melhores resultados graças ao software proprietário da marca. Tem um desempenho sólido e não deixa ficar mal ninguém. Mas as estrelas deste Flip são os recursos IA que funcionam realmente bem e os seus sete anos de atualização que lhe dão vida útil até ao ano de 2032. Com este modelo, a Samsung provou que o Flip pode evoluir mais e para melhor; agora só falta limar umas arestas.