Ainda que a família Galaxy S ocupe as manchetes dos principais meios de comunicação de tecnologia, a série A da Samsung é bastante relevante no segmento de gama média no mercado de smartphones. Ao longo dos anos, aliás, os modelos desta série mais acessível têm vindo a destacar-se de uma forma ou outra.
Samsung Galaxy A55
Ecrã: 6,6 polegadas, 2340x1080 pixéis, 120 Hz
Processador: Exynos 1480
RAM: 8 GB (versão em teste)
Armazenamento: 128 GB (versão em teste)
Câmara: 50MP+12MP+5MP
Bateria: 5000 mAh, carregamento rápido 25 watts
E depois de alguns anos a imporem-se no mercado, atualmente podemos dizer que modelos como este Galaxy A55 criam já bastante expetativa entre os utilizadores. Passámos as duas últimas semanas com este gama média para avaliar se este regresso justifica todo o murmurinho criado à sua volta antes do seu lançamento oficial. Sê bem-vindo de volta, Galaxy A55, mas chegas com atributos convincentes? A resposta já a seguir.
Design elegante e construção robusta
A Samsung já nos habituou a uma experiência unboxing dos seus modelos de gama média bastante curta e objetiva. Abrimos a caixa e temos o telefone propriamente dito. Uma vez retirado o terminal, há a ferramenta para cartões e o cabo de carregamento.
E é isto. Como habitualmente, não há adaptador de carregamento, nem qualquer outro tipo de “mimo”. Essa é uma experiência reservada para modelos de outro segmento que não este e isso não tem nada de mal. Até porque a marca sul-coreana está a cumprir as regras europeias relativas ao “lixo eletrónico”.
Passada esta parte, a atenção volta-se para o design e aqui uma boa surpresa. A Samsung retirou todo o plástico do chassis do terminal. Agora temos uma combinação elegante de alumínio e vidro que confere um estilo premium e não só.
As linhas direitas e a disposição do módulo de câmara traseira, assim como os cantos arredondados remetem para o look adotado pela série premium S24. E com o Galaxy A55 temos a sensação de estar a segurar um smartphone acima do seu escalão de preço.
Por outro lado, a estrutura em alumínio resulta também numa construção bastante sólida que parece ser à prova da utilização diária menos cuidada. Nesse sentido, a proteção Corning Gorilla Glass Victus Plus atualizada também confere a mesma sensação de segurança em relação a riscos e arranhadelas ocasionais.
Mas há ainda mais um ponto a favor deste design: o conforto que fornece na utilização. A estrutura assenta bem nas mãos e, pelo facto de o painel traseiro em vidro não ser escorregadio, conseguimos manuseá-lo apenas com uma mão, assim como assenta bem nas superfícies, sem ficar a “dançar”.
Os botões da lateral direita estarem alojados numa espécie de ilha é também muito funcional. Mesmo às “apalpadelas”, sem recorrer a esse sentido fantástico que é a visão, conseguimos dar muito facilmente com o botão de desbloqueio e som. Cortesia da zona ligeiramente saliente em que estão localizados.
Em resumo, a Samsung apostou num design funcional e numa construção robusta com estética inspirada na sua série de topo. Pela funcionalidade, beleza e conforto na utilização, o design é um dos pontos fortes deste Galaxy A55.
Desempenho sólido e confiável em qualquer tarefa
O processador Exynos 1480 é o coração que comanda o Galaxy A55. Esta é uma das atualizações do modelo, visto que o seu antecessor tinha o Exynos 1380. É uma boa atualização no sentido em que melhora a navegação e experiência de utilização.
O smartphone lida bem com qualquer tarefa, porta-se bem com jogos – nos mais exigentes vai chamar a si os requisitos mais baixos –, assim como fornece um desempenho bastante sólido na utilização diária.
A navegação é fluida e suave e a experiência não envolve solavancos quando estamos em modo multitarefa. Também não vai queimar as mãos dos utilizadores, uma vez que mantém sempre uma temperatura saudável em cada tarefa.
O modelo que testámos está equipado com 8 GB de memória RAM e 128 GB de capacidade no armazenamento. Mas o Galaxy A55 está também disponível no “sabor” de 256 GB e por uma pequena diferença de 50 €.
Na minha opinião, este smartphone merece ser comprado numa versão mais generosa de armazenamento e a razão para isso é simples: o seu funcionamento bom e sólido vai torná-lo uma ferramenta de trabalho e, neste sentido, é sempre melhor ter mais espaço para guardar mais coisas. Ah e já nem estou a falar das fotografias, mas já lá iremos.
Este modelo corre a mais recente interface One UI, baseada em Android 14. A Samsung é sempre uma das marcas mais rápidas a disponibilizar os novos sistemas operativos Google e este modelo em específico da série A, é igualmente um dos primeiros a receber as novidades.
Conta com quatro anos de atualizações no software e cinco anos em segurança. É um bom argumento, mas não diferenciador. Gostava de ver mais um ano de atualização no sistema operativo, até porque considero que o Galaxy A55 tem “corpo e cabeça” para durar cinco anos nas mãos de um utilizador menos dado a trocar de telefone.
Este modelo conta com algum bloatware. Há exemplos piores, mas ainda assim se a Samsung pudesse reduzir ainda mais esta “gordura”, o Galaxy A55 seria também a este nível muito elegante. Mas assim, tem algumas “curvas” indesejáveis…
Resumindo, o Galaxy A55 fornece um desempenho bom e sólido. A experiência de navegação é suave e fluida e este smartphone lida bem com qualquer tarefa que lhe é apresentada.
Notam-se também melhorias face ao modelo anterior na velocidade, mas são subtis. O Exynos 1480 é um processador que faz um bom trabalho ao ponto de ser invisível. Ou como quem diz, se fosse mau teríamos dado logo por isso.
Boas e más notícias na bateria e carregamento
Como sou uma otimista por natureza, começo pelas boas notícias. Com o Galaxy A55 temos autonomia, à vontade, para um dia inteiro de utilização. Estamos a falar de uma utilização considerada “normal”.
Navegar no mundo Web, passeios pelas redes sociais, meios episódios da série do momento e ainda alguma música pelo meio. Além de consultas ao mail, aplicações de conversação, etc. Este tipo de utilização tradicional permite-lhe estar ativo um dia inteiro, sem necessidade de ser alimentado.
Agora as más notícias. Não tem carregamento sem fios. Esta parte é estranha, afinal o Galaxy A55 é uma espécie de modelo premium da gama média. Vá lá, Samsung, esta pode ser uma boa atualização para o Galaxy A56 apresentar.
E ainda uma notícia mais ou menos. Demora aproximadamente 90 minutos a carregar na totalidade. Por outras palavras, o Galaxy A55 vai precisar de ser carregado durante a noite e pequenos carregamentos rápidos à hora do almoço, não vão ser capazes de colocar os “traços de bateria” suficientes para responder às nossas necessidades.
Ecrã fantástico e leitor de impressões digitais pouco fiável
O Galaxy A55 está equipado com um ecrã Super AMOLED de 6,6 polegadas que fornece uma resolução de 2340 por 1080 pixéis, uma taxa de atualização de 120 Hz e um brilho máximo de 1000 nits.
Face ao seu antecessor, aumentou o tamanho passando de 6,4 para 6,6 polegadas. Esta é uma melhoria muito-bem-vinda. Mais espaço para visualização, vai sempre melhorar a experiência do utilizador.
Por outro lado, este ecrã é também muito bom em resultados. Fornece um nível de nitidez e detalhe bastante elevado para o seu segmento e trabalha muito bem com as cores, sendo estas vívidas e reais.
Na verdade, é bom ver vídeos, séries e claro gatinhos fofos neste painel. Vamos dar conta de cada bigode do gato e as cores são reais e quentes quanto baste. Também funciona bem no exterior, num ambiente mais ensolarado.
Qual o senão deste belo ecrã? O leitor de impressões digitais que se caracteriza por ser pouco preciso e lento. Aliás, de acordo com a minha experiência, os problemas começaram logo no registo das impressões digitais.
Foi-me solicitado que colocasse o dedo no painel muitas mais vezes do que é habitual. Também demasiadas vezes foi-me comunicado que o leitor não tinha apanhado as pequenas estrias na pele.
No funcionamento diário, não melhorou grande coisa. O leitor demorava a reconhecer o meu dedo e, uma boa parte das vezes, não reconheceu sequer a minha impressão digital. Este é um ponto que, sem dúvida alguma, pode (e deve) ser melhorado. Desbloquear o telemóvel através deste método é mais cómodo, rápido e fácil para o utilizador e a Samsung deve ter esta funcionalidade numa boa conta.
Câmara sólida
Na parte ótica, a Samsung não fez grandes alterações com o Galaxy A55 a apresentar na sua câmara traseira tripla um sensor primário com 50 megapixéis e estabilização ótica de imagem, um ultra grande angular de 12 megapixéis e um sensor macro de cinco megapixéis.
Uma pequena nota: Samsung, para quando a substituição deste sensor macro por um telefoto? Este Galaxy A55 já o merecia…
As fotos captadas por este modelo são boas, na sua generalidade, graças ao desempenho sólido desta câmara. Ainda que as cores pudessem ser mais vívidas algumas vezes e o sensor deixar entrar um pouco mais de luz, os resultados são bastante aceitáveis.
Destaque para o nível de detalhe e nitidez. Como podemos ver nos exemplos aqui mostrados do tronco de árvore e do sinal, o Galaxy A55 tem um talento especial para captar texturas e isso confere “vida e personalidade” a cada imagem captada.
Por sua vez, a câmara frontal de 32 megapixéis é igualmente competente, funcionando sobretudo bem neste modo retrato que, contas feitas, é o mais utilizado nas indispensáveis selfies.
De um modo geral, a câmara tem um desempenho sólido ao entregar imagens realistas com cores que podiam ser um pouco mais vívidas. Destaque para o nível de detalhe e nitidez acima da média que as imagens apresentam. Não é a câmara ideal para utilizadores mais exigentes, mas vai cumprir com o necessário para os fotógrafos mais descontraídos.
Notas finais
O Samsung Galaxy A55 cumpre, mas não apaixona. É o terminal ideal para os utilizadores que pretendem um smartphone competente em todas as áreas, sem se destacar especialmente numa.
O desempenho é sólido, com o terminal a fornecer uma experiência de navegação fluida e suave. É rápido quanto baste, sem ser acelerado. A câmara traseira pauta-se pelos mesmos adjetivos: sólida e competente, com um talento especial para captar texturas e a entregar um bom nível de detalhe e nitidez.
Pontos a melhorar: carregamento e leitor de impressões digitais. Demora cerca de 90 minutos a carregar na totalidade e não permite o carregamento sem fios. Já o leitor de impressões digitais é demasiado caprichoso, apresentando um funcionamento algo lento e muitas vezes (demasiadas) impreciso.
Os dois pontos mais fortes são o ecrã e o design. O painel de 6,6 polegadas aumentou em tamanho e mostra ter uma qualidade acima do seu segmento de preço. Por sua vez, o design à la Galaxy S24 é esteticamente bom e funcionalmente excelente.
Para responder à pergunta inicial, o Galaxy A55 é um bom regresso até porque apresenta algumas atualizações face ao seu antecessor, mas falta-lhe aquela componente que nos faz suspirar de paixão.
Samsung Galaxy A55
Ecrã: 6,6 polegadas, 2340x1080 pixéis, 120 Hz
Processador: Exynos 1480
RAM: 8 GB (versão em teste)
Armazenamento: 128 GB (versão em teste)
Câmara: 50MP+12MP+5MP
Bateria: 5000 mAh, carregamento rápido 25 watts