Ainda que os modelos da série Galaxy S sejam os mais desejáveis, a Samsung continua a registar boas vendas com a sua série de gama média mais acessível Galaxy A. Tudo porque esta linha de smartphones apresenta um conjunto interessante de atributos a um custo mais amigo da carteira.
Samsung Galaxy A35
Ecrã: Super AMOLED de 6,6 polegadas a 120 Hz
Processador: Exynos 1380
Memória RAM: 8 GB (modelo testado)
Armazenamento interno: 256 GB (modelo testado)
Câmara traseira: 50MP+8MP+5MP
Câmara frontal: 13 MP
Bateria: 5000 mAh com carregamento a25 watts
Depois de termos testado o Galaxy A25, é agora a vez de experimentar a rotina diária na companhia do Galaxy A35. Será que este gama média cumpre com a já tradicional boa relação custo/qualidade? Conto-te agora toda a experiência.
Unboxing simples
À semelhança do que acontece com o Galaxy A25, também o unboxing do Galaxy A35 é bastante simples e rápido. Dentro da caixa estão o smartphone, cabo de carregamento, ferramenta para colocação de cartão SIM e manuais de instrução.
A Samsung cumpre com as diretrizes da União Europeia sobre carregadores e o que é certo é que este modelo carrega perfeitamente com adaptadores de outras marcas, ainda que de forma um pouco lenta, mas a essa parte já lá iremos.
Na realidade, o pacote de venda tem tudo o que é expetável e necessário para um modelo posicionado no segmento de gama média. No entanto, acaba por tirar toda a graça e diversão à experiência de abrir a caixa e explorar tudo o que está lá dentro por ser um momento demasiado rápido.
Design traz uma novidade
O Galaxy A35 mantém o design habitual de “barra de chocolate” dos seus antecessores. Mas traz consigo uma novidade: o painel traseiro é agora em vidro. Este “pequeno grande” pormenor confere-lhe mais elegância e também uma sensação mais premium.
Também se diferencia do Galaxy A25 pela ausência de padrão no painel traseiro, mas em contrapartida, quando a luz do Sol reflete neste painel acaba por criar uma espécie de efeito psicadélico que, de forma inesperada, é até hipnotizante.
Os botões, localizados na lateral direita, estão inseridos numa espécie de ilha que é discreta e não interfere no look do modelo. Melhor: facilita a sua utilização, sobretudo na altura em que queremos despertar o ecrã.
Agora o ponto menos positivo. O Galaxy A35 não tem entrada de 3,5 milímetros para auscultadores. Este é um ponto controverso e a própria Samsung não define uma regra que abranja todos os modelos de gama média, uns têm esta slot e outros não.
Na minha opinião, todos os modelos de gama média deveriam estar equipados com esta entrada. Tendo em conta que este segmento existe para responder a orçamentos mais limitados, teremos de partir do princípio de que os potenciais compradores destes modelos podem não ter budget para adquirir auscultadores sem fios (habitualmente) com um preço mais elevado.
Uma boa parte desses mesmos utilizadores podem querer ouvir música, por exemplo, nos transportes públicos e com o Galaxy A35 ficam limitados ao uso das colunas e consequente à partilha musical com os restantes passageiros.
De resto, o Galaxy A35 regista 209 gramas na balança. É ligeiramente mais pesado do que o Galaxy A25 com os seus 197 gramas de peso, mas na realidade um gama média também não é suposto ser um peso pluma.
Ecrã: um dos pontos fortes do Galaxy A35
O Samsung Galaxy A35 está equipado com um ecrã Super AMOLED de 6,6 polegadas que fornece uma resolução de 2340 por 1080 pixéis e outros mimos muito bem-vindos e que quase nos fazem esquecer que estamos perante um smartphone de preço mais acessível.
Desde logo a começar pelo brilho máximo de 1000 nits que faz com que o painel funcione bastante bem fora de portas. No exterior e com o Sol a brilhar forte, o Galaxy A35 registou alguns reflexos, o que é inevitável.
Mas ainda assim forneceu uma leitura do ecrã bastante acima da média que não obriga àquela ginástica de semicerrar os olhos para tentar ver todas as opções disponíveis.
Por outro lado, a taxa de atualização de 120 Hz fornece-lhe também fluidez suficiente para lidar com os mais variados conteúdos, desde vídeos a jogos e, claro, passando por séries.
Há ainda outro ponto a salientar. O Galaxy A35 conta com engastes mais pequenos que o seu antecessor, o que melhora ainda mais a visualização de conteúdos neste painel.
Reconhecimento de impressões digitais menos rápido
Este modelo Galaxy A35 conta com um leitor de impressões digitais embutido no ecrã. Confesso que é um daqueles atributos que defino em todos os telefones por dar bastante jeito para desbloquear o terminal só com um toque do dedo.
Já me tinha “chegado aos ouvidos” que este leitor tinha uma personalidade com algum génio e resolvi ver com os meus próprios olhos, ou melhor, dedos.
No registo da impressão digital, tive um vislumbre deste génio, já que foi solicitado que colocasse o dedo mais vezes do que é habitual. Mas tal até pode ser justificado com questões de segurança.
Ainda que a primeira experiência fosse mais desafiante, o resto do tempo, o leitor reconheceu praticamente sempre a superfície do meu dedo. Mas, de facto, demorava um pouco mais a desbloquear o ecrã do que alguns dos seus concorrentes neste segmento.
Não me pareceu que o leitor de impressões digitais fosse assim tão caprichoso, mas que podia ser mais rápido, isso podia.
Desempenho: cumpre sem deslumbrar
A Samsung equipou o Galaxy A35 com o processador Exynos 1380. Uma estratégia diferente da utilizada no modelo anterior que contava com chip MediaTek. A versão aqui em teste dispunha também de 8 GB de memória RAM e 256 GB de capacidade no armazenamento interno.
O modelo cumpriu com todas as tarefas solicitadas, tendo fornecido um desempenho bastante razoável, mas que não vai deslumbrar ninguém. É bom para navegar no mundo Web as horas que foram precisas e também não se dá mal com jogos mais simples.
Para os utilizadores que gostam de títulos mais exigentes é aconselhável que recorram aos requisitos mais básicos do jogo. Para responder a parâmetros mais altos, o Galaxy A35 já vai debater-se um pouco, mas este também não é um terminal direcionado para jogar.
Testes feitos, passou na visualização de conteúdos de entretenimento, assim como mostrou-se à altura de uma utilização diária considerada normal. E é exatamente isso que se pretende neste segmento de mercado. É no desempenho que vimos que este modelo da Samsung é um verdadeiro gama média. Cumpre com tudo, mas não deslumbra.
Bloatware e atualizações
Comecemos pelas boas notícias. Quando testei o Galaxy A35 este já estava a executar a One UI 6.1 – sem recursos IA, claro –, baseada no sistema operativo Android 14. Mais atualizado não podia estar, o que é um ponto a favor não só deste modelo, como da própria Samsung que é bastante rápida a disponibilizar estas novidades para o segmento de gama média.
Ainda na parte das boas notícias, este modelo vai beneficiar de atualizações de software durante quatro anos e de segurança durante cinco anos. Esta é uma política de atualizações bastante generosa, tendo em conta o segmento em que está inserido.
Mais boas notícias. O recurso Modos e Rotinas agora integrado permite que o utilizador defina algumas configurações para situações específicas, nomeadamente para o período de descanso, condução ou até para uma ida ao cinema.
Ao investir-se menos de cinco minutos a fazer esta configuração, podemos ter este terminal como um companheiro bastante útil ou silencioso em cada uma destas situações. Não sendo um recurso crucial, é um mimo muito bem-vindo.
Agora o reverso da medalha. Temos de lidar com uma quantidade de bloatware acima do desejável. Perdoa-se todas (são mesmo todas) as aplicações da Google, até porque de uma forma ou outra vamos acabar por utilizá-las (todas).
Mas temos mesmo necessidade de mais aplicações de terceiros? Essa parte não podia ficar, logo de início, à escolha do utilizador? Mais uma vez, podemos desinstalar tudo o que não seja necessário, mas após a configuração inicial, essa transforma-se numa tarefa adicional que requer tempo e paciência.
Câmara com resultados satisfatórios
No seu módulo de câmara traseira, o Galaxy A35 apresenta um sensor primário com 50 megapixéis e estabilização ótica de imagem, um ultra grande angular de oito megapixéis e um sensor macro com cinco megapixéis.
Esta câmara fornece resultados satisfatórios que não sofrem com ocasionais tremeliques. As imagens, quando captadas com boas condições de luminosidade, apresentam detalhe, além de cores vivas e reais.
Neste último ponto, os resultados são ajudados por algum processamento IA que decorre no interior do módulo. Estas melhorias podem não ser do agrado de fotógrafos mais exigentes, mas para o comum dos mortais é uma boa ajuda.
Por sua vez, a câmara frontal de 13 megapixéis também funciona bem para as habituais selfies que, convenhamos, implicam sempre o formato retrato. O modelo surge com uma boa nitidez e o fundo também está bastante percetível com algum pormenor, inclusive.
Autonomia e carregamento
Com o Galaxy A35 estamos perante uma bateria de 5000 mAh que, sem qualquer tipo de esforço, dura um dia inteiro, numa utilização considerada normal. Por outras palavras, podes ver uma série ou navegar no mundo Web durante a hora do almoço, sendo que à noite, antes de te deitares, podes ainda retomar o entretenimento, onde o deixaste.
O carregamento rápido fica-se pelos 25 watts e isso reflete-se no tempo que demora a levar a bateria aos 100%. Não é rápido, demorando um pouco mais de duas horas. Tal significa que o carregamento noturno é algo que vai entrar na rotina deste Galaxy A35 e vai implicar colocar o adaptador numa tomada perto da cama.
Notas finais
O Samsung Galaxy A35 com comunicações 5G está disponível em Portugal por um custo de 429,90 € (à altura da produção deste teste). Apresenta os atributos típicos de um modelo posicionado no segmento de gama média, assim como o seu desempenho é de um verdadeiro gama média.
Com os quatro anos de grandes atualizações, a rapidez da Samsung a disponibilizar estas mesmas atualizações, um ecrã bastante bom e uma câmara razoável para fotógrafos ocasionais, o Galaxy A35 continua a fornecer uma boa relação preço/qualidade.
Os pontos a melhorar são, sobretudo, dois. Um carregamento mais rápido. Demora mais de duas horas a carregar na totalidade e com a ajuda dos fios. Por outro lado, não faz muito sentido que um modelo com este preço que é destinado a um público-alvo com um orçamento mais limitado, não inclua uma entrada 3,5 mm para auscultadores.Já agora, quando for possível Samsung, pode também haver uma quantidade mais reduzida de bloatware, por favor?
Ainda assim, as melhorias que a Samsung fez neste modelo face ao seu antecessor, no design e no processador, mostram-se eficazes o suficiente para ser considerado um upgrade com sentido e até necessário. À semelhança do que aconteceu com o Galaxy A25, apenas lhe falta aquele fator X que nos leva a suspirar.
Samsung Galaxy A35
Ecrã: Super AMOLED de 6,6 polegadas a 120 Hz
Processador: Exynos 1380
Memória RAM: 8 GB (modelo testado)
Armazenamento interno: 256 GB (modelo testado)
Câmara traseira: 50MP+8MP+5MP
Câmara frontal: 13 MP
Bateria: 5000 mAh com carregamento a25 watts