A Inteligência Artificial (IA) está a ficar cada vez mais especializada e, em muitos casos, isso pode ser um grande problema. É esse o exemplo de uma estrela juvenil do Disney Channel que teve uma experiência, no mínimo, traumática.
Em declarações à Sky News, Kaylin Hayman referiu que não pôde conter as lágrimas, quando recebeu uma chamada do FBI. A adolescente de 16 anos regressava da escola e recebeu a informação de que um homem havia cometido um crime sexual e esta estaria implicada no crime em questão.
Cibercriminoso sobrepôs a cara de Hayman num vídeo de cariz sexual
Ao que tudo indica, foi tudo feito com Inteligência Artificial (IA). O cibercriminoso em questão havia sobreposto a cara de Kaylin Hayman a um vídeo de cariz sexual. Isso fez com que o vídeo parecesse que era, de facto, a atriz da Disney.
"Eu comecei a chorar quando ouvi. Parece uma invasão da minha privacidade. Não parece real que alguém que eu não conheço me possa ver dessa maneira" - referiu à Sky News.
Recorde-se que a atriz da Disney ficou conhecida pela série infantil “Just Roll With It”. No testemunho dado por Hayman, a própria refere que as imagens nem sequer eram atuais.
"Naquelas imagens, eu era uma menina de 12 anos e então foi de partir o coração, para dizer o mínimo. Eu senti-me tão sozinha porque eu não sabia que isso era realmente um crime que estava a acontecer no mundo" - contou.
Infelizmente, Hayman não é um caso isolado
O que se torna ainda mais preocupante é que, tal como a atriz do Disney Channel, há muitos mais casos semelhantes. Segundo a Sky News, só em 2023, houve 4.700 relatos de vídeos ou imagens de IA, com conteúdos de cariz sexual, a partir de crianças.
Quem o adianta é o National Centre for Missing and Exploited Children (NCMEC), nos Estados Unidos. Como sugere um especialista em crimes cibernéticos dos Estados Unidos, a proximidade da IA ao que é real é tanta que o trabalho se torna bem mais difícil.
"O material que é produzido pela IA agora é tão realista que é perturbador. Alguém pode alegar no tribunal, 'oh, eu acreditava que isso era realmente gerado pela IA. Eu não achava que era uma criança de verdade e, portanto, não sou culpado.' É profundamente alarmante" - explica Terry Dobrosky.
Nesse sentido, também Rikole Kelly, do Condado de Ventura na Califórnia, refere que é um problema ser fácil cometer esse tipo de crime. Tanto assim é que a própria refere que uma criança de 10 anos teria a capacidade para o fazer.
Casos como este dão força a quem considera que a IA precisa de ser urgentemente regulada, de forma a não desencadear crimes como aquele que foi relatado por Kaylin Hayman.