O Redmi Note 14 é o novo modelo base desta que é a série de smartphones de maior sucesso da Xiaomi. Os seus antecessores têm sido os smartphones que mais recomendo entre quem pretende gastar entre 150 € a 250 € num equipamento. E em 2025 há potencial para esta recomendação se manter.
Durante as últimas duas semanas testei o Redmi Note 14, para te trazer a minha opinião sobre o mesmo, mas também para perceber se este continuará a ser o smartphone de gama-média (de entrada) que vou recomendar em 2025.
Foi lançado por 239 € na versão base com 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. A nossa versão de testes é a variante com 256 GB de armazenamento, que custa 269 € em Portugal à data de lançamento. Esta é a versão sem 5G do Redmi Note 14.
Unboxing
Um dos factos notórios do Redmi Note 14 face à anterior geração é que a caixa ficou bem mais fina. E mesmo sem abri-la, já sabemos o que isso significa. Sim, é o que estás a pensar: o Redmi Note 14 não traz carregador na caixa.
O unboxing está, por isso, mais simples do que na anterior geração. Vemos o smartphone em destaque mal abrimos a caixa e na parte inferior temos a ferramenta para trocar de cartão SIM e o cabo de carregamento USB-A para USB-C. A parte boa é que a Xiaomi continua a incluir capa na embalagem, para proteger o smartphone.
Design e construção
O Redmi Note 14 tem um design que considero ser seguro por parte da Xiaomi. Tem uma construção maioritariamente em plástico, com moldura plana em alumínio. Isto faz dele um smartphone agradável de pegar, mesmo com as dimensões generosas que possui. É um equipamento que aparenta robustez e estará pronto para levar alguma ‘pancada’ dos utilizadores mais desastrados.
Nesta cor verde tem um aspeto divertido, mas está também disponível em azul e no mais sóbrio preto. O peso de 196,5 gramas faz com que o possamos considerar um smartphone leve. Tem certificação IP54 que o torna resistente a poeiras e salpicos e nesta geração a marca dá o salto para Gorilla Glass 5, que torna o ecrã mais resistente.
Ecrã
Por falar em ecrã, este é de todos os novos modelos o que tem as margens no ecrã mais pronunciadas e um ‘queixo’ ligeiramente maior que os restantes lados. No entanto, é algo que se entende nesta faixa de preço e que em nada compromete a experiência positiva com este painel AMOLED de 6,67 polegadas.
Ao contrário de outros concorrentes, a Xiaomi continua a apostar em taxa de atualização dinâmica até 120 Hz, que vem ativada por defeito neste modelo. Isto faz dele um smartphone que sentimos como fluido desde a primeira utilização, mas estando cientes das suas limitações de desempenho (lá iremos).
Um ponto bastante positivo é que o sensor de impressões digitais passa do botão lateral para o ecrã. Considero que este é o melhor local para o sensor, que se revelou bastante usável, sem falhas dignas de grande registo durante os testes.
Se procuras um smartphone para qualquer tipo de tarefas, desde navegar nas redes sociais, a ver a tua série preferida, podes contar com o Redmi Note 14. O pico de brilho de 1800 nits é adequado à faixa de preço e mesmo com luz solar a incidir conseguimos ter uma boa legibilidade.
Áudio
O Redmi Note 14 chega com altifalantes estéreo, o que é bastante positivo. Isso faz com que os utilizadores possam desfrutar de um vídeo no YouTube ou uma série no seu serviço de streaming preferido com maior imersão.
É claro, não são as melhores colunas do mundo, mas penso que cumprem para o preço. Nota-se a distorção quando aumentamos o volume, mas a experiência geral é positiva. Felizmente a Xiaomi também continua a incluir a porta de jack 3,5 mm neste modelo, para aqueles que preferem usar auriculares ou auscultadores com fios.
Desempenho
O Redmi Note 14 vem com o processador MediaTek Helio G99 Ultra, que substitui o Snapdragon 685, que se consubstancia num bom incremento em termos de desempenho. É claro, tendo noção das limitações do mesmo. O Redmi Note 14 não é um smartphone para tarefas pesadas e, para quem vem de topos de gama, notará que é preciso mais vagar e paciência em algumas ações.
Mas no final do dia, faz tudo o que de básico um smartphone mais caro pode fazer. Mesmo para jogar Pokémon GO, é um smartphone competente. Só deves ter a plena noção de que não é o ideal para jogos pesados ou muitas tarefas de multitasking. No fundo, recebes o que pagas. Podes ver abaixo os números alcançados no Geekbench 6.0.
Interface
O Redmi Note 14 chega com a promessa de três anos de atualizações de software, o que é bastante positivo tendo em conta a sua faixa de preço. O que não é tão positivo é o facto de ainda chegar com HyperOS 1 e Android 14 de fábrica. A marca vai atualizar o smartphone para o Android 14 ainda no mês de janeiro, mas isto significa que uma das três atualizações prometidas está reservada para o Android 15.
Gostaríamos que isto fosse corrigido em futuros modelos, para poder chegar ao nosso mercado já com Android 15 de fábrica. O HyperOS é o sistema estreado pela marca na geração anterior e é uma versão evoluída da MIUI, com pormenores estéticos, que em algumas situações lembram o iOS. A parte boa é que se revelou bastante estável durante os nossos testes.
Um dos compromissos a fazer quando se compra um Redmi deste preço é o bloatware pré-instalado. Contamos 8 jogos pré-instalados, mais aplicações do AliExpress, Amazon, Booking, Linkedin, TikTok, Facebook, Spotify e Netflix. A boa parte é que é possível desinstalá-las a todas.
Câmara
O Redmi Note 14 vem com uma câmara principal de 108 MP, acompanhada por sensores macro e de profundidade de 2 MP. Face à anterior geração há aqui uma ausência notória, que é a lente grande angular. Não encontramos grande justificação para a Xiaomi o ter feito. A câmara frontal passa de 16 para 20 MP no novo modelo.
Este é um smartphone suficientemente bom para fotografia de ocasião. Seja a fotografar natureza, edifícios ou arte urbana, é um equipamento competente. Mas não esperes o maior detalhe do mundo, principalmente quando fazes zoom. Para fotografar pessoas é apenas razoável.
As caras ficam muitas vezes esbatidas, principalmente no modo retrato, onde parece que existe um embelezamento (mesmo com essa opção desativada). Se fores fotografar pessoas ou animais, deves ter em conta que esta é uma opção usável, mas não ao nível de modelos mais caros.
Na fotografia noturna, o aparelho surpreende. As imagens conseguem ir buscar luz, mesmo em cenários difíceis. Por isso será competente para tirar aquela fotografia à noite, com alguma luz à mistura. A câmara frontal apresenta resultados decentes que serão mais que suficientes para a selfie ocasional ou videochamada com a família.
No campo do vídeo, o Redmi Note 14 consegue gravar até 1080p a 30 frames por segundo em todas as câmaras. O desempenho é decente, embora se note aqui a ausência de estabilização e detalhe. Podes ver abaixo o exemplo de um vídeo captado durante o dia.
Bateria
A bateria tem sido um dos pontos fortes destes modelos ao longo dos anos e o Redmi Note 14 não é exceção. A marca deu o salto de 5000 para 5500 mAh e isso aparenta ter uma repercussão positiva na autonomia do terminal, como pude comprovar nos dias que passei com o dispositivo.
É sem grande esforço que o Redmi Note 14 chega ao final de um dia normal de utilização ainda com uma boa porção da bateria. Diria que se fores um utilizador leve, este é um terminal que sem grande esforço te dará para um dia e meio a dois dias de utilização.
Conclusão
Com um ecrã de fluido e de boa qualidade, leve e com design apelativo, altifalantes estéreo e uma excelente autonomia de bateria, o Redmi Note 14 é um caso sério por 239 €. Há compromissos a fazer: não tem carregador na caixa, não tem lente ultra angular, chega ainda com Android 14 e há bloatware pré-instalado. Pesando os prós e os contras, e tendo em conta o que se paga, é um smartphone sólido e recomendável.