Qualcomm pretende despedir 4000 trabalhadores mas nada está perdido

André Brito
André Brito
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Quase todos nós conhecemos a Qualcomm seja pelos seus processadores ou seja pela controvérsia gerada por esses mesmos processadores. A mais recente problemática relacionada com a Qualcomm é a suspeita da empresa pretender despedir cerca de 4000 funcionários devido às perdas de lucro que têm assombrado a Qualcomm nestes últimos meses, depois de vários anos de glória que se deveram maioritariamente à falta de concorrência.

Agora, os tempos já são outros e ao contrário do que aconteceu em anos anteriores a Qualcomm já tem concorrência, o que lhe tem estragado os planos. Os Snapdragon eram os processadores encontrados na maioria dos dispositivos móveis mas processadores mais baratos vindos da empresa chinesa MediaTek acabaram por roubar o lugar dos Snapdragon em smartphones e tablets. E, claro, a Qualcomm ressentiu-se imediatamente perante a perda de lucros e a obrigação de cortar nos custos resultou no despedimento de 600 trabalhadores em Dezembro de 2014, nessa altura a empresa empregava cerca de 31.300 pessoas, e em 2015 pretendem despedir mais 4000 trabalhadores.

Mas a concorrência não foi a única coisa que contribui para a diminuição de lucros da Qualcomm, toda a polémica à volta do sobreaquecimento da Snapdragon 810, o processador mais potente fabricado pela Qualcomm, resultou numa má publicidade e assustou grandes fabricantes que pretendiam colocar o 810 nos seus melhores dispositivos, o exemplo disto é a Samsung que optou por colocar o seu próprio chipset, o Exynos 7420, em vez do 810 no seu flagship, Galaxy S6. Esta ação por parte da Samsung acabou por ser bastante vantajosa para a mesma pois o Exynos 7420 tem uma performance inigualável, sem quaisquer problemas de sobreaquecimento e, de certeza, que se tornou mais económico para a marca mas não agradou à Qualcomm, que não vendeu cerca 70 milhões de processadores.

Todavia, sabemos que a Qualcomm obtém a maior parte dos seus lucros, não com o fabrico de processadores mas sim com o licenciamento de patentes e com direitos de autor. Estas duas pequenas fontes rendimento resultam em 32 mil milhões de dólares nos cofres da empresa por isso a Qualcomm está mais que salva e os despedimentos podem ser apenas resultado de uma reestruturação da empresa para prevenir grandes perdas de capital e o lançamento de novos produtos, nomeadamente do Snapdragon 820, pode muito bem revelar-se muito lucrativo novamente sem não existirem nenhuns problemas com o mesmo.

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