O ano de 2020 foi terrível em muitos aspetos, mas lá para o seu final os fãs de videojogos tiveram algo que o tornou um pouco mais positivo. Chegou a nova geração de consolas com a promessa de novas formas de jogar e novos mundos para explorar, mas o cenário pandémico travou um pouco o seu potencial.
A PlayStation 5 rapidamente se tornou num dos bens mais preciosos do final de 2020, com uma corrida desenfreada à sua compra. Mesmo que a Sony não tivesse anunciado nenhum jogo que gostamos de caracterizar como "system seller," ou seja, aqueles jogos que nos levam a comprar uma consola nova, vários fãs não hesitaram na hora de deixar a velhinha PS4 para trás.
No entanto todos fomos confrontados com um problema grave de escassez de stock, que levou a vários acontecimentos infelizes como roubos e confrontos. Ainda hoje, já a caminhar para o final de janeiro de 2021, muitos são os que ainda não conseguiram colocar as mãos numa consola PS5.
Tendo tudo isto em consideração, propomos de seguida um exercício de "futurologia" e manifestação de desejos, tentando prever o que a consola de nova geração da Sony nos poderá oferecer durante este ano.
2021 será decisivo para a PS5 e a Sony terá forçosamente de nos apresentar novidades se quiser manter o entusiasmo pela sua nova consola vivo.
1. Mais consolas PS5 em stock
Este é fácil, o elefante na sala! O maior desejo de todos para 2021 é que as lojas disponibilizem mais unidades da PS5 para que todos os interessados possam ter acesso à nova geração. Com mais consolas em mais casas a Sony terá de apostar no reforço do seu catálogo de videojogos para a PlayStation 5, que vive neste momento das ofertas para a geração anterior.
A pandemia está a voltar a agravar-se em todo o mundo e isso pode significar novos constrangimentos à produção. Quase um ano passado sobre o início desta calamidade de saúde seria de esperar que as grandes companhias tivessem já delineado estratégias para colocar no mercado os seus produtos.
Mesmo com todas estas contrariedades, 2021 será com certeza o ano em que a base de utilizadores da PS5 vai crescer, mesmo que o processo seja longo e em alguns casos sofrido.
2. Mais novas franquias exclusivas
Com certeza ninguém se importa de revisitar as suas franquias favoritas, mas começa a ser gritante a falta de novas ideias para a criação de videojogos de qualidade que apresentem novos conceitos, personagens e mundos para explorar.
Muito se fala sobre versões renovadas de jogos lançados há muitos anos ou novas iterações de séries consagradas como Uncharted, mas a verdade é que quase não se fala de novas propriedades intelectuais verdadeiramente entusiasmantes.
Sim, a culpa é dos consumidores que compram de forma continuada versões ligeiramente diferentes da mesma ideia, mas o público lida com a oferta que lhe é disponibilizada. A indústria está cada vez mais refém dos resultados financeiros, e jogos como Cyberpunk 2077 são disso um excelente exemplo.
A CD Projekt RED tinha em mãos um excelente conceito para um videojogo inovador mas acabou por desiludir os fãs, ao que parece devido a pressões para lançar o jogo na época natalícia e beneficiar do lançamento das novas consolas da Sony e Microsoft.
Para 2021 temos apontados jogos como Horizon Forbidden West, Gran Turismo 7, Ratchet & Clank: Rift Apart e a sequela de God of War. Nenhum destes jogos, por melhores que venham a ser, nos apresenta novas personagens, novos mundos, novas histórias. São sequelas muito bem-vindas mas não passam disso mesmo.
As novas franquias anunciadas até ao momento para a PS5 parecem estar ainda bem distantes, com a exceção mais significativa de Returnal.
A Sony não tem falado muito sobre estes novos jogos, mas espera-se que durante este ano cheguem mais novidades acerca de novas ideias capazes de nos apresentar verdadeiramente uma nova geração de gaming. Está na hora de colocar de lado a nostalgia e abraçar o futuro.
3. Um rival digno ao Xbox Game Pass
O debate PlayStation vs Xbox dura desde o início dos tempos e vai durar até ao seu fim. Neste momento uma das coisas que separa as duas rivais são os seus serviços de subscrição, com a Microsoft anos luz à frente da Sony.
O Xbox Game Pass não tem concorrência à altura e é definitivamente o melhor serviço de subscrição de videojogos do mercado. A Sony oferece como alternativa o PlayStation Now, mas essa plataforma precisa de uma remodelação profunda. A experiência de utilização não é das melhores e o catálogo é demasiado limitado para justificar a anuidade.
A Sony terá de trabalhar no sentido de oferecer mais exclusivos no PS Now se quiser cativar os utilizadores das suas consolas. Terá ainda de os disponibilizar mais cedo, já que neste momento corres o risco de teres de esperar anos para jogar um título AAA da marca na nuvem.
A PlayStation Plus Collection foi uma boa iniciativa para "mimar" os primeiros a comprar uma PS5, mas a não ser que sejam disponibilizados mais jogos nessa coleção também não é o suficiente para fazer frente às ofertas da Microsoft.
A Sony terá mesmo de proceder a uma remodelação do PlayStation Now se quiser apanhar este comboio da subscrição de videojogos.
Lançar exclusivos em simultâneo no formato tradicional e no Now seria uma boa ideia, sem nos esquecermos do essencial reforço da oferta e da capacidade dos servidores. Já agora, um redesenhar do interface também não ficaria nada mal.
4. Mais jogos compatíveis com as funcionalidades do DualSense
Se há alguma coisa na PS5 que grita "nova geração" é o seu comando DualSense. O novo motor de vibração e gatilhos adaptativos permitem experiências sensoriais nunca antes vistas em videojogos, mas estão a ser sub-aproveitadas até agora.
Astro's Playroom é uma excelente demonstração das capacidades do comando, tendo até conseguido convencer a maior parte dos donos de uma PS5 da sua qualidade como videojogo. Mas a restante oferta do catálogo pouco ou nada tira partido do potencial do DualSense.
Bem sei que os novos jogos que chegarão este ano podem já retirar o máximo do novo comando, mas espero que as promessas se concretizem de forma objetiva.
Não há desculpa para os exclusivos PlayStation não explorarem esta nova tecnologia, e a Sony tem o dever de convencer os estúdios third-party a incluir nos seus jogos formas de permitir ao jogador mergulhar efetivamente na nova geração.
Os jogadores não querem apenas gráficos mais bonitos, mas procuram antes novas formas de jogar. É esta parte da receita do sucesso da Nintendo, e a Sony tem a obrigação de saber explorar o comando fantástico que criou. Seria uma verdadeira pena que todo este potencial fosse desperdiçado por preguiça ou por fatores financeiros.
5. Novo headset PSVR 2
O PSVR não é a melhor forma de viver a Realidade Virtual. Depois de várias tentativas acabei por colocá-lo sempre de lado, muito devido a um hardware fraco e completamente desatualizado em relação às exigências modernas.
Não me interpretem mal, há algumas experiências VR muito válidas, mas por algum motivo os números de vendas não atingiram aquilo que a Sony esperava.
O que se exige agora é um novo headset com hardware capaz de acompanhar o "andamento" da PS5 e oferecer uma experiência mais suave e menos enjoativa. Com uma resolução de 1080x960p não é estranho que tanta gente passe ao lado da Realidade Virtual nas consolas da Sony.
Em 2021 a Sony terá de conseguir equilibrar as especificações com as ofertas de software. A aposta é difícil já que a primeira versão não gerou o interesse esperado, mas há indícios suficientes de que vale a pena continuar a investir neste segmento.
O preço não será um problema para os verdadeiros aficionados da RV, e muitos céticos não hesitariam em investir caso pudessem ter acesso a um capacete de Realidade Virtual mais aproximado daquilo que é permitido no PC.
A PS4 era uma máquina limitada, mas a PS5 é já bastante comparável a muitos computadores gaming que correm as soluções da Valve ou HTC, tidas como algumas das melhores do mercado.
O ano que agora arrancou será definitivo para o futuro da Realidade Virtual na consola da Sony. Um novo headset significa uma aposta renovada e talvez até uma nova geração de RV, enquanto a continuidade do PSVR atual vai marcar a morte deste tipo de conteúdos nas consolas da marca nipónica.
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