Nas últimas horas, saiu um estudo que fala sobre a falta de produtividade laboral em Portugal. Supostamente, para as métricas insatisfatórias do nosso país, há uma aposta que deverá ser feita, com base nesse mesmo estudo: Inteligência Artificial (IA).
De acordo com a Reuters, com base na pesquisa da consultora McKinsey, surge a necessidade de requalificar cerca de 1,3 milhões de trabalhadores. Na prática, isso quer dizer que seria preciso dar novas valências, na área da IA, a perto de 30% da força de trabalho portuguesa.
PIB em Portugal vs PIB na Europa
Um dado que é utilizado no estudo tem a ver com o PIB português. Ao que tudo indica, entre 2010 e 2022, os ganhos de produtividade só têm ajudado a crescer 0,6% em Portugal. Já no resto da União Europeia (UE), a média é de 1,3%: mais do dobro.
Com base no relatório mencionado, uma mudança de estratégia poderia reduzir o “fosso”. A estimativa dada é que, ao apostar em IA de forma ampla, os 0,6% anteriormente referidos pudessem passar a 3,1%, até 2030.
No entender de Duarte Begonha, sócio da McKinsey, "é uma oportunidade única para o país competir diretamente com as economias desenvolvidas do mundo em termos de crescimento" (via Reuters).
O que mais seria preciso?
O estudo em análise ainda refere que seria necessário transferir perto de 320.000 pessoas para outro tipo de empregos. Isto é, funcionários que trabalham na área de atendimento ao cliente ou apoio administrativo.
Sobre o assunto, Begonha acrescenta que "o grande investimento será na mudança de processos, procedimentos e formas de trabalhar". Como este explica, por cada euro investido em IA, seria preciso investir 3 só para mudar a forma de trabalhar das organizações.
O que acham os portugueses da IA?
Sobre a perceção dos portuguesas acerca da IA, foi lançado, há cerca de 3 meses, um estudo da Boston Consulting Group (BCG). Este focou-se, não só na perceção global, mas também na perceção que os portugueses têm sobre a IA.
Desde já, este avança que 33% dos trabalhadores em Portugal já usou IA. Para além disso, os dados mencionam que 56% das pessoas estaria disponível para se requalificar. Quanto ao futuro do trabalho, 25% acham que o seu trabalho será transformado em breve (via ACEPI).