
Quando o iOS 26 for lançado no próximo outono, os utilizadores de iPhone em Portugal e no resto da União Europeia vão receber uma versão amputada do sistema. Tudo por causa do braço-de-ferro entre a Apple e Bruxelas, alimentado pelas exigências da Lei dos Mercados Digitais (DMA).
Em vez das novidades completas anunciadas para os EUA, por cá vamos ter funcionalidades bloqueadas, recursos adiados e um sabor agridoce nas atualizações.
Apple cede, mas contraria
Desde que a DMA entrou em vigor, em 2022, a Apple tem feito várias concessões para cumprir a nova legislação europeia. Já aceitou lojas de aplicações de terceiros no iPhone, abriu o acesso ao sistema de pagamentos por aproximação para outros operadores — como o PayPal — e trocou finalmente o cabo Lightning pelo USB-C.
Mas essa obediência veio sempre acompanhada de protestos sobre segurança, privacidade e supostos riscos para os utilizadores. Agora, com o iOS 26, a empresa decidiu colocar o pé no travão.
O vice-presidente jurídico da Apple, Kyle Andeer, confirmou ao Wall Street Journal (via AppleInsider) que a empresa foi forçada a “adiar o lançamento de produtos e funcionalidades que anunciámos este mês para os nossos clientes da UE”. Ou seja: não vamos ter tudo aquilo que foi mostrado com pompa e circunstância durante a apresentação global.
Funções cortadas: quais ficam de fora
Embora a Apple não tenha revelado a lista completa dos recursos bloqueados na Europa, suspeita-se que funcionalidades como “Lugares Visitados” — integrada na nova versão da app Mapas — estejam entre as ausências.
E a situação não se limita aos iPhones: também os Macs na UE perderão acesso a recursos como o espelhamento do iPhone e as Atividades em Direto.
Na prática, a Europa passa a receber uma versão mais limitada do software, sem algumas das inovações que prometem melhorar a experiência Apple noutras regiões. E isso reacende a discussão: estarão os utilizadores europeus a ganhar liberdade… mas a perder qualidade?
A Apple diz que está a proteger os utilizadores
Para justificar esta postura, Kyle Andeer sublinhou que as regras europeias criam “riscos reais de privacidade e segurança para os nossos utilizadores”. A empresa defende que certas funcionalidades são incompatíveis com as obrigações legais impostas pela UE e que o cumprimento literal da DMA pode, segundo a Apple, pôr em causa a integridade da plataforma.
A tensão está longe de desaparecer, e a cada nova atualização do iOS o fosso entre o que é lançado nos EUA e o que chega à Europa parece aumentar.
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