Política Anti-Recuo da Xiaomi - Tudo o que precisas de saber

David Ventura
David Ventura
Tempo de leitura: 4 min.

A tão conhecida Xiaomi anda novamente nas bocas dos entusiastas de tecnologia, isto porque decidiu fazer alterações na sua política de atualização e de privacidade no software que acompanha os seus terminais, com o propósito de garantir a segurança dos utilizadores

Para aqueles que desconhecem, cada fabricante de terminais possui uma interface de utilizador própria, que aromatizada por alguma versão do Android disponível, acompanha cada smartphone. A da Xiaomi denomina-se MIUI e conta já com dez versões.

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Aquilo que muitos usuários levam a utilizar estes equipamentos é o facto da MIUI possuir um programa BETA de atualizações que faz com que semanalmente cheguem novidades e updates ao teu equipamento, e uma versão Global cuja frequência de atualização é mensal.

No passado, a fabricante chinesa tomou uma decisão polémica ao bloquear os seus bootloaders sendo necessário requerer permissão à marca para desbloquear os seus equipamentos. Esta decisão dificultou a vida para aqueles utilizadores mais ávidos que gostam de se aventurar mais a fundo no mundo do Android.

Qual a razão por detrás desta decisão?

No mês de Julho, a Xiaomi trouxe a MIUI 10 Global Beta 8.7.5 e alguns utilizadores inadvertidamente instalaram uma versão com um fator surpresa. Exato, com essa ROM a Xiaomi estava a introduzir a nova politica de “anti-rollback” ou “anti-recuo” às versões anteriores da MIUI.

Isto é, à luz do que acontece com o iOS, se agora instalares a versão mais recente da MIUI, não te vai ser permitido voltar a versões anteriores. E se o fizeres, vais estar em grandes apuros, pois o teu equipamento vai ficar bloqueado. E não estamos a falar de um bloqueio que se resolve com o colocar o equipamento em modo fastboot e em seguida flashar a ROM.

Vais ficar com um real tijolo nas tuas mãos, e a menos que tenhas algum conhecimento mais avançado vais poder retirar o teu terminal dessa condição e mesmo isso não é garantido.

A Xiaomi focou-se principalmente na segurança do utilizador ao usar os seus equipamentos. Até aqui, as lojas que revendem Xiaomi podiam flashar as famosas “shop Roms” para assim ameninzar os constrangimentos das versões da MIUI não otimizadas para solo Europeu, como por exemplo a inexistência dos Serviços Google ou a loja Google Play Store.

Assim sendo, por algumas lojas eletrónicas estarem a vender equipamentos Xiaomi com ROMS não oficiais é que a marca tomou esta decisão, pois foram detetados bugs e malwares instalados nestes equipamentos. Com a finalidade de evitar medidas mais drásticas, a Xiaomi decidiu criar dificuldades aos retalhistas, tudo isto para o bem do consumidor e do bom nome da marca.

Aumento do Tempo de Espera para Desbloqueio do Bootloader

A única forma de desbloquear o bootloaders de um Xiaomi é pedir autorização na página web apropriada. O tempo de espera era cerca de uma a duas semanas, agora existem relatos que o mesmo pode ser de 30 a 60 dias. Execção é feita no Poco F1, cujo tempo é de 3 dias após insistência da comunidade.

Bloqueio no acesso ao modo EDL

A sigla EDL significa, Emergency Download Mode, e é uma das últimas alternativas possíveis quando o teu equipamento fica bloqueado, e nenhuma das outras soluções funcionou. Por ser uma ferramenta poderosa usada pelos centros oficiais de reparação, as lojas estariam a usar este método para instalarem as suas versões maliciosas da MIUI nos terminais Xiaomi.

Novamente por questões de privacidade, a marca implementou duas medidas: é a partir de agora impossível instalar uma versão global num equipamento que não seja intencionado para a venda global, e só autoriza o acesso ao modo EDL a contas devidamente autorizadas.

Proteção Anti-Recuo

A implementação da política anti-recuo é outra das medidas que a Xiaomi vai utilizar e cuja funcionalidade já é suportade pela Google, uma vez que é recurso do Androidi Verified Boot 2.0. Isto impede que o equipamento se ligue caso detecte que possui uma versão da ROM mais antiga e não aprovada do que a intencionada.

A difererença desta caraterística da Google para Xiaomi, é que na Google o utilizador pode desativar esta função e na empresa asiática não. Assim que se instala uma ROM com a proteção anti recuo náo há mais volta a dar.

Até aqui só os seguintes equipamentos tem a proteção anti recuo, sáo eles: Mi 8, Mi Miax 3, Redmi 6 Pro, Redmi 5 Plus e Note internacional e chinês. Mas espera-se que esta medida se extenda a todo o leque de equipamentos Xiaomi.

Em suma, temos aqui três medidas que visam aumentar a segurança dos utilizadores: aumento do tempo necessário para desbloquear o bootloader, bloqueio no acesso ao modo EDL e a política Anti-Recuo.

Deixa na caixa de comentários se concordas com esta medidas aplicadas, se já foste afetado por alguma delas ou ainda se tens alguma sugestão de melhoria para a segurança nos terminais Xiaomi.

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