Pesquisa Google é a melhor, até o dizem os líderes da Apple

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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A tecnológica norte-americana enfrenta um dos maiores desafios dos últimos anos, agora em sede judicial. Em apreço está um dos maiores casos anti-monopólio desde que a Microsoft se sentou no banco dos réus no final dos anos 90. Agora, temos a Google e a sua posição de dominância no mercado a ser questionada pelos tribunais dos Estados Unidos da América.

A questão de fundo é saber porque é que as pessoas usam o Google. Porque não outras soluções e essencialmente apenas o motor de busca da Google para aceder à Internet. Uma questão a que agora a própria empresa dá resposta, muito clara e sucinta.

"As pessoas utilizam o Google porque é útil", aponta a própria Google

Google turns 25 this month 🎉 CEO @SundarPichai looks back on the big questions that led us to where we are today, and what the next 25 years could look like ↓ https://t.co/gftKdUAE9x

— Google (@Google) 5 de setembro de 2023

Com 25 de existência a serem celebrados em setembro, as dimensões estratosféricas da própria empresa são agora questionadas no seu país de origem. Tal como demos a conhecer na peça anterior, a tecnológica enfrenta um dos maiores desafios ao seu poderio no mercado dos motores de busca.

Em todo o caso, numa publicação assinada por Kent Walker, President of Global Affairs, Google & Alphabet, a empresa vem dar-nos algumas respostas particularmente reveladoras da sua missão e reação ao presente caso.

"A Google ajudou a tornar a informação do mundo facilmente acessível a milhares de milhões de pessoas. Os nossos engenheiros trabalham para oferecer o melhor motor de busca possível, fazendo milhares de melhorias todos os anos para que possamos oferecer os resultados mais úteis, gratuitamente."

"Na próxima semana, vamos estar presentes em tribunal para nos defendermos de uma ação movida pelo Departamento de Justiça e pelos procuradores-gerais do estado com foco na forma como distribuímos a Pesquisa Google."

"Como dissemos desde o início, este processo é profundamente incorreto e estamos satisfeitos que o Tribunal o tenha reduzido significativamente ao rejeitar as alegações relativas ao design da Pesquisa Google."

As pessoas usam a Google porque querem

"Planeamos demonstrar durante o processo que os nossos acordos de distribuição de pesquisa refletem as escolhas dos navegadores de Internet (browsers) e dos fabricantes dos dispositivos baseadas na qualidade dos nossos serviços e as preferências dos consumidores."

"Tornar mais fácil para as pessoas obterem os produtos que desejam beneficia os consumidores e suportado pela lei anti-trust americana. Em suma, as pessoas não usam o Google porque precisam — as pessoas usam a Google porque querem. ", remata Kent Walker.

Mas estarão os utilizadores a par da existência de outras soluções? Estará a empresa norte-americana a suprimir a concorrência com os seus serviços, quiçá, demasiado abrangentes? Estas serão questões sucedâneas a que a tecnológica terá que dar resposta.

Existem mais maneiras de pesquisar informação. As palavras são da própria Google que não se escusa também a tocar nesta questão. Por outras palavras, é a própria a apontar a existência de motores de busca alternativos à disposição dos utilizadores.

Existem mais formas de pesquisar informação na Internet

Motor de busca Google

"A nossa promoção e distribuição da Pesquisa Google não prejudicou a concorrência nem reduziu a escolha do consumidor. Pelo contrário, hoje existem mais maneiras do que nunca para encontrar informação. Basta pensar em como utiliza a Internet - poderá procurar recomendações no TikTok, no Reddit ou no Instagram, encontrar músicas e podcasts no Spotify, fazer uma pergunta ao ChatGPT ou fazer compras na Amazon. Na verdade, já foi mostrado que mais de 60% dos americanos iniciam as suas buscas de produtos na Amazon."

A propósito, a tecnológica recorda também que os próprios fabricantes de dispositivos móveis (OEM's) pode escolher outros motores de busca que não a Google. De igual modo, também o utilizador, aquando da configuração inicial do dispositivo, pode selecionar outro motor de busca além do Google - se assim o desejar!

Em todo o caso, a empresa mostra-se naturalmente orgulhosa da preferência do público. "Estamos orgulhosos de que os criadores de navegadores optem por exibir a Pesquisa Google com base na qualidade dos nossos produtos. Os líderes da Apple afirmaram que escolheram o Google porque é “o melhor”."

Dedo apontado à Microsoft e ao Yahoo devido à Apple

Pesquisa Google

Tal como refere a publicação, tanto o Bing da Microsoft como o Yahoo! só figuram nos dispositivos Apple porque as respetivas empresas pagam para tal. Trata-se, contudo, de uma prática comum a que tampouco a Google se escusa para garantir a sua presença nos mais variados dispositivos e plataformas.

"É importante ressaltar que os nossos acordos ao nível dos navegadores de internet não são exclusivos. Conforme é mostrado abaixo, o Bing e o Yahoo! também pagam à Apple para ser apresentado no Safari, e outros serviços concorrentes também aparecem. De forma clara, o nosso sucesso depende da qualidade dos nossos produtos e não da quantidade dos nossos contratos.", pode ler-se na publicação original.

Em suma, a gigante norte-americana mostra-se naturalmente contra este caso anti-monopólio, defendendo a sua posição de mercado, bem como a sua forma de operar. Agora, resta aguardar pelo desenvolvimento das audiências.

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.