O filme Okja, disponibilizado na passada semana no serviço streaming Mulheres na tecnologia: porque é que não somos mais neste mundo?
Na verdade, mesmo que Okja não tivesse sido exibido num Festival com a grandiosidade cinematográfica como o de Cannes, terá sempre alguma controvérsia à sua volta.
Okja, é a história de uma porca gigante geneticamente modificada, "criação" de uma grande empresa nova iorquina chamada Mirando, ligada à indústria de transformação de carne, que passou os últimos dez anos na companhia duma menina chamada Mija (Seo - Hyun Ahn).
Apesar de Okja, abordar temas tão sérios como a indústria massiva de carnes e a forma desumana como os animais são criados para morrer, ou a necessidade por um mundo mais auto-sustentável ou até mesmo como o activismo animal é visto, acaba por parecer uma história encantada. É um filme feito, tanto para crianças como para adultos, pois pode suscitar em ambas as faixas etárias um sentido de responsabilização social e não só mas também, o sentido de humanidade. Okja é um ser dócil e amistoso, que qualquer pessoa podia ter como companhia.
Okja é um filme que aborda uma realidade sombria e atual, de um modo suave e capaz de ser visto por todos, adultos e crianças...
A falsa alusão da empresa Mirando, quando tenta convencer as pessoas que os animais geneticamente modificados são o futuro auto-sustentável e a solução para a futura escassez de carne, ainda aproxima mais emocionalmente o espectador a Okja, pois sentimentos como a compaixão e a misericórdia estão muito presentes.
A forma crua e ao mesmo tempo carinhosa, com que Bong Joon Ho criou Okja, torna-o sem dúvida o filme mais original até hoje (Muitas vezes ao longo do filme parece que estamos a assistir ao humor dos animes japoneses), a relatar temas que ainda são considerados tabus, principalmente pela sociedade capitalista actual.
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