Um dos grandes problemas da sociedade atual tem a ver com o aquecimento global. Posto isto, também os oceanos estão cada vez mais em perigo e há três ameaças bastante preocupantes.
De acordo com o The Guardian, esta tripla ameaça consiste em: aquecimento extremo, perda de oxigénio e acidificação. Na verdade, já se fala neste tópico há muito tempo. O problema é que uma nova investigação descobriu que há mesmo motivos de alarme.
A parte superior dos oceanos tem ameaças de 3 a 6 vezes superiores do que nos anos 60
O estudo em questão conclui que 20% do oceano é muito vulnerável às três ameaças descritas, que são provocadas por atividade do ser humano. Isso faz com que o impacto biológico seja muito negativo para inúmeras espécies.
No entanto, as conclusões não ficam por aqui. Aparentemente, os 300 metros superiores dos oceanos estão a ser afetados a um nível de 3 a 6 vezes superior do que se verificava nos anos 60, por exemplo.
A crise climática não é de agora, mas o autor do estudo mostra grandes preocupações com o que poderão ser as consequências futuras. Face a esse problema, também nós poderemos ser afetados.
A pesca deverá sair prejudicada com estas alterações climáticas
Nas palavras de Joel Wong, “é provável que eventos extremos intensos como estes voltem a acontecer no futuro e irão perturbar os ecossistemas marinhos e a pesca em todo o mundo” (via The Guardian).
Ao perturbar a pesca, é fácil de entender que o peixe, uma das grandes bases da alimentação humana, poderá ser mais difícil de obter com qualidade. O estudo foi publicado na AGU Advances e ainda informa sobre outros dados.
Ao que tudo indica, estes problemas de calor extremo, falta de oxigénio e acidificação podem durar muito tempo. Em situações de crise, podem durar até 30 dias seguidos, sendo que os grandes visados tendem a ser os trópicos e o Pacífico Norte.
Um pouco por toda a comunidade científica, os sinais de alerta sentem-se e quem o destaca é uma geóloga e cientista climática da Universidade de Wisconsin-Madison, que expressa a sua preocupação.
“Não podemos explicar completamente as temperaturas que vemos no Atlântico, por exemplo, o que é parte da razão pela qual a temporada de furacões é tão preocupante este ano. É bastante assustador” - refere Andrea Dutton.
Como conclui Dutton, todo este cenário implica que muitas espécies marinhas tenham de sair do seu habitat, o que representa um grande desafio. A própria ainda assinala que o oceano tem protegido muito o calor que se sente em terra, mas que há consequências que são cada vez mais evidentes.
Acerca dos problemas oceânicos, Dutton vai mais longe e compara o que se vive agora com o período conhecido como “Grande Morte”, em que, há cerca de 252 milhões de anos, houve uma extinção massiva.