Corria o século XVII e Galileu Galilei já observava as manchas do sol. Umas durava dias, outras semanas e outras meses. Porque é que elas existem? Passaram-se 400 anos e a resposta continua a ser um mistério. No entanto, este pode estar mais próximo de ser desvendado.
Como revela um artigo recente da Universe Today, uma equipa de cientistas do Instituto de Física Solar da Alemanha pode ter descoberto a causa. O novo método de estudo analisa a estabilidade das manchas do Sol.
O que são as “manchas” ao certo?
Segundo a mesma fonte de informação, as manchas são zonas onde o campo magnético do Sol é mais forte. Tendencialmente, estas são escuras, já que são mais frias do que a superfície em torno do astro luminoso.
Supostamente, as manchas solares seguem um ciclo de 11 anos, com pico de atividade próximo de quando as tempestades solares têm mais chances de acontecer. Neste período, podem-se desenvolver ejeções de massa coronal e erupções solares.
Nas últimas décadas, tem-se acreditado que as manchas do Sol são estáveis por causa do equilíbrio entre força magnética e pressão dos gases. O problema tem sido provar esse mesmo equilíbrio, por causa das perturbações atmosféricas que dificultam a observação. É aí que entra o novo estudo dos cientistas alemães.
O que acrescenta o novo estudo?
O novo estudo diferencia-se, já que remove os efeitos de desfoque da atmosfera terrestre. Isto enquanto são feitas as observações com o telescópio solar GREGOR. Com essa técnica avançada, os cientistas puderam analisar a luz polarizada emitida pelo Sol, para medir as forças magnéticas dentro das manchas.
Esta medição apresenta uma precisão que nunca antes tinha sido alcançada. Como se pode pode ler no artigo da Universe Today, “a análise revelou que as forças magnéticas dentro das manchas solares são perfeitamente equilibradas pelas forças de pressão, mantendo um equilíbrio rigoroso”.
Esta poderá ser uma explicação plausível para o facto das manchas perdurarem durante tanto tempo, à superfície do Sol. Ao conseguir entender o que torna as manchas solares estáveis, torna-se mais fácil para os cientistas fazer uma previsão de futuros momentos de instabilidade.
Como refere o mesmo meio noticioso, este estado de vigilância permite proteger melhor satélites, redes elétricas e até mesmo astronautas de radiações perigosas.