O futuro da NOWO em Portugal está cada vez mais ameaçado. Tal como avança do Dinheiro Vivo, o chumbo da Autoridade da Concorrência da sua venda à Vodafone Portugal obrigará a operadora a encerrar a sua operação no país.
O motivo são os resultados financeiros pouco animadores da operadora. Assim sendo, o plano de investimentos da espanhola MásMóvil, detentora da NOWO, não contempla Portugal.
NOWO apresentou um prejuízo de 20 milhões de euros em 2022
Segundo o relatório de contas da MásMóvil relativo a 2022, a NOWO apresentou um prejuízo superior a 20 milhões de euros. Além disso, ela ainda tem uma operação limitada no nosso país, contando com uma quota de mercado de apenas 3%.
Importa dizer que os espanhóis da MásMóvil detêm a NOWO por intermédio da Cabonitel, comprada a um fundo norte-americano em 2019. E segundo o relatório financeiro do grupo espanhol, a Cabonitel apresentou "uma imparidade em instrumentos financeiros no montante de 38,237 mil euros, a 31 de dezembro de 2023".
Perante este cenário, a NOWO representa uma fonte de perda de dinheiro para a MásMóvil. Um cenário que faz com que os espanhóis tenham perdido o seu interesse no mercado português, focando-se apenas no seu mercado.
Com o chumbo da Autoridade da Concorrência à compra da NOWO pela Vodafone Portugal, o futuro da primeira operadora é cada vez mais incerto. Esse acordo de compra e venda foi anunciado em setembro de 2022 e envolvia verbas de 72 milhões de euros.
Compra da NOWO pela Vodafone teria impacto negativo no mercado
Após ano e meio, fonte oficial da Autoridade da Concorrência revelou a decisão de chumbar o negócio. Ela justificou a decisão porque a Vodafone Portugal "falhou em demonstrar que esta aquisição não teria impacto negativo na concorrência."
A Autoridade da Concorrência refere que a compra da NOWO pela Vodafone Portugal acabaria com a pressão que a primeira exerce na concorrência. Algo que "poderia levar inclusivamente a um aumento dos preços."
Embora a NOWO não tenha uma posição dominante em Portugal, nos mercados onde opera exerce pressão nos seus concorrentes. Isto significa que nesses locais todas as operadoras praticam preços mais baixos do que no resto do país, algo que desaparecia caso a Vodafone Portugal passasse a controlar a NOWO.
Caso a decisão da Autoridade da Concorrência não mude até 15 maio - data em que termina o acordo entre a Vodafone e a MásMóvil - o futuro da NOWO será sombrio. Sem uma alternativa financeira viável para a operadora, o seu encerramento parece inevitável.