O Phone (3a) é um dos novos smartphones de gama-média lançados pela Nothing em 2025 (a par do Phone (3a) Pro) e chega a Portugal com bons argumentos. O preço a começar nos 349 € coloca-o numa faixa de preço apetecível para muitos potenciais consumidores.
Partilha muitas características com a versão Pro, mas difere em pormenores importantes nas câmaras e também no design. Testei o Nothing Phone (3a) nas últimas duas semanas e neste artigo transmito-te as minhas conclusões.
Unboxing
O unboxing ao Nothing Phone (3a), embora se trate de um equipamento de gama-média, traduz-se numa experiência premium. A caixa é personalizada e notamos o detalhe na mudança da abertura, que agora já não implica rasgar a mesma. Bom upgrade.
Quando abrimos a embalagem, encontramos o smartphone à cabeça em todo o seu esplendor. Abaixo encontramos a ferramenta transparente para ejetar o cartão SIM e um cabo USB-C para USB-C. Nesta geração já não é o cabo com pontas transparentes da Nothing.
Design e construção
O Phone (3a) segue a linhagem de design do seu antecessor, com um ecrã e (agora) traseira em vidro e moldura em plástico. Há, no entanto, dois diferenciais estéticos face à anterior geração: a adição de um sensor telefoto e um novo botão do lado direito. Esse botão dá acesso rápido ao Essential Space, de que falarei em detalhe na área do software.
Nesta cor branca, o Phone (3a) é o smartphone com o design mais diferenciado (goste-se ou não se goste) no segmento de gama-média. Neste campo diria que é apenas superado pelo ainda mais arrojado irmão Phone (3) Pro. Nesta cor branca não sofre com os nefastos vestígios de dedadas.
É um equipamento que ganha algum peso: passa de 190 para 201 gramas, mas que continua a ter uma ótima ergonomia. Há também espaço para a presença de IP64 (evolução face ao IP54), que confere melhor resistência ao pó e a jatos de água. O sensor de impressões digitais embutido no ecrã revelou-se rápido e preciso.
Atrás continuamos a ter o design transparente que é característico da Nothing. Conquista muitos corações e faz com que seja um smartphone que se distingue da multidão. A Glyph Interface mantém-se com três linhas LED na parte superior traseira, para teres acesso a notificações ou funcionar como luz para melhorar as tuas fotografias noturnas.
Ecrã e áudio
O Phone (2a) já tinha um ótimo ecrã, mas a Nothing deu um passo importante em frente. Na minha análise ao antecessor, a principal crítica foi o pico de brilho de 1300 nits. Eis que a Nothing dá o passo para 3000 nits, que faz com que o aparelho tenha agora uma excelente legibilidade sob luz solar.
É um painel AMOLED plano com 6,77 polegadas, com resolução de 1080 por 2412 píxeis e taxa de atualização de 120 Hz. Nos meus testes demonstrou ser um ecrã ótimo para consumir qualquer tipo de conteúdo, desde navegar nas redes sociais, ler umas notícias, jogar ou ver uma série no meu serviço de streaming de eleição.
A qualidade de áudio do Phone (3a) também me surpreendeu. É claro que não tem a profundidade de modelos mais caros, mas as colunas deste smartphone têm muito boa qualidade para o preço. O áudio é detalhado, seja para ouvires aquela explosão no filme ou os vários instrumentos na tua canção favorita.
Desempenho
Se na geração anterior a Nothing usou processadores MediaTek, ambos os Nothing 3a chegam com o processador Snapdragon 7s Gen 3. É o processador de gama-média mais recente e potente da Qualcomm e isso nota-se.
Este não é um smartphone que brilha nos benchmarks (vê os resultados no Geekbench 6), mas brilha na utilização do dia a dia. Não é um topo de gama, mas não há aqui espaço para engasgos ou soluços. O desempenho é bom em qualquer tarefa do dia, mesmo quando o objetivo é jogar.
Não é um processador para jogares jogos pesados nas definições máximas, mas vai dar para jogares tudo sem problemas. O meu Pokémon GO corre como manteiga neste equipamento. Temos uma versão base com 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento, mas a nossa versão de teste tem uns mais que suficientes 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento.
Interface
A interface continua a ser um dos pontos fortes da Nothing e, desta vez, conta com algumas melhorias de Inteligência Artificial e não só. Temos uma experiência bem perto do Android puro, sem bloatware, onde podes adicionar as personalizações da marca se assim desejares.
A interface tem agora uma gaveta de aplicações que podes personalizar para funcionar de forma inteligente. É uma função ainda em Beta, em que pega nas tuas aplicações e as divide por pastas para melhorar organização. Deste lado funcionou 'sem espinhas'.
Continuamos a ter a Glyph Interface, que funciona em conjunto com o terminal de forma harmoniosa. Ao virarmos o equipamento ao contrário, podemos ter sinalização luminosa de notificações, temporizador, tempo de chegada de um Uber ou até ‘pintar um clima’ ao som da nossa música favorita.
Como referi acima, do lado direito há espaço para um novo botão que dá acesso direto ao Essential Space. Com um simples toque podes gravar o que está no ecrã e adicionar texto ou uma nota de áudio para consultares mais tarde. O que gravares fica disponível no Essential Space e é uma boa função de produtividade ou para os mais esquecidos.
O smartphone chega de fábrica com a Nothing OS 3.1 e o Android 15 e mal o tirei da caixa recebeu a primeira atualização. A marca promete três grandes atualizações de software e até 6 anos de atualizações de segurança. Está dentro da média e é um bom compromisso com os utilizadores.
Câmara
A par do novo botão, o facto mais notório é a presença de uma terceira câmara. Neste caso, temos uma teleobjetiva que permite trazer ao smartphone um zoom ótico de 2 vezes sem perda de qualidade. O zoom digital vai até 30 vezes, mas a partir de 4 vezes a qualidade é questionável. É um bom sensor para retratos ou imagens mais aproximadas.





A câmara principal mantém-se de 50 MP e é a estrela da companhia. É um sensor que capta boas fotos diurnas, com detalhe, e mesmo à noite produz também bons registos nas mais variadas condições. O vídeo é também de boa qualidade e com boa estabilização até 4K a 30 fps durante o dia. À noite nota-se alguma falta de detalhe, mas dá para as despesas.






Um notório passo atrás nesta geração é a presença de uma ultra angular de 8 MP, que antes era de 50 MP. É o sensor que menos se destaca nesta tripla, embora consigas registos decentes durante o dia. A câmara frontal de 32 MP, não está ao nível do modelo Pro, mas surpreendeu-me pelas cores apelativas. É mais que suficiente para videochamadas ou selfies ocasionais.


Bateria
A herança deste Phone (3a) era pesada no que à autonomia diz respeito. Afinal, esse era um dos grandes pontos de destaque do antecessor. E embora mantenha a capacidade de 5000 mAh, voltou a corresponder às expectativas. Pelos meus testes, este é um smartphone com autonomia mais que suficiente para um dia intensivo de utilização. Os utilizadores mais leves podem augurar conseguir ir mais além, e chegar a um dia e meio sem grandes problemas.
Há uma ligeira melhoria no que diz respeito à velocidade de carregamento deste smartphone. Se antes tínhamos 45 W, agora carrega a um máximo de 50 W. Isso consubstancia-se num carregamento rápido que chega a 50% em cerca de 20 minutos e a 100% em cerca de 55 minutos. Não é o melhor do segmento, mas anda lá perto.
Conclusão
O Phone (3a) é um smartphone da Nothing de que é fácil gostar. Mantém o design distintivo da anterior geração, com a adição de um botão para acesso rápido ao Essential Space e uma nova câmara telefoto. No entanto, a ultra angular é agora de 8 MP.
O software limpo e personalizável continua a ser um prato forte, com um bom desempenho, um ecrã ainda melhor e autonomia para um dia de utilização intensiva. No final do dia, pode ou não gostar-se deste design. Mas o Phone (3a) é um dos melhores smartphones de gama-média que podes comprar em 2025.
Queres um design ainda mais arrojado e uma teleobjetiva com mais alcance? Confere a nossa análise ao Nothing Phone (3a) Pro.