
A luta contra a pirataria de IPTV continua a escalar para um nível sem precedentes, e o foco pode estar prestes a virar-se dos fornecedores para os próprios consumidores em Itália. Esta posição faz lembrar a discussão recente em Portugal, onde o CEO da Sport TV também defendeu a punição dos utilizadores, como noticiámos aqui no 4gnews.
Ministro italiano quer nomes de utilizadores de IPTV pirata divulgados
Agora, em Itália, o Ministro do Desporto e Juventude, Andrea Abodi, foi mais longe e sugeriu publicamente que os nomes das pessoas apanhadas a comprar e a usar subscrições ilegais podem vir a ser publicados. Esta ideia radical de "nomear e envergonhar" (name and shame) surge num país que já tem uma das legislações mais agressivas da Europa contra a pirataria.
Caso não saibas, Itália implementou o sistema "Piracy Shield" para bloqueios rápidos de streams ilegais e já começou a multar utilizadores identificados em bases de dados apreendidas pela polícia. Recentemente, a DAZN, detentora dos direitos da Serie A, deu um passo ainda mais longe. Enviou cartas a esses mesmos utilizadores já multados pelo Estado, exigindo um pagamento adicional de 500 € para evitar um processo por danos.
"Talvez seja melhor gastar mais alguns euros e evitar meter-se em problemas", diz ministro
Para o ministro Andrea Abodi, a publicação dos nomes seria o próximo passo lógico. Ele defende que a pirataria não é um delito menor, mas um crime que alimenta economias criminosas e prejudica o desporto. Segundo Abodi, as preocupações com a privacidade ficam em segundo plano quando se trata de um ato ilícito. "Espero que as pessoas percebam que talvez seja melhor gastar mais alguns euros e evitar meter-se em problemas", acrescentou.
O que antes era visto por muitos como uma infração sem grandes consequências, está a ser reclassificado como um crime com implicações financeiras e, agora, potencialmente de reputação. O ministro italiano partilhou até que o seu próprio filho tentou usar estes serviços, tendo-lhe explicado que o problema vai muito além de "roubar dinheiro ao futebol".
É estimado que, só em Portugal, quase 300 mil lares em Portugal acedam a estes serviços ilegais todos os meses, num prejuízo que ascende aos 250 milhões de euros anuais.
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