Para os cientistas da NASA, os últimos dias têm sido de preocupação, dado que se encontram a tentar arranjar a sonda espacial Voyager 1. A mesma ainda se encontra bem longe, a mais de 24 mil milhões de quilómetros de distância, contudo há um fator de preocupação: ocorreu um problema informático, que faz com que a equipa de apoio à Voyager 1 tenha dificuldades em obter informações sobre o seu estado, tal como refere o Wired.
O problema em questão já não é propriamente de agora. Surgiu, pela primeira vez, em novembro de 2023 e comprometeu tudo o que implica envio de dados telemétricos, capazes de explicar o desempenho da sonda. De acordo com a mesma fonte de informação, agora a equipa não tem como saber aspetos que se relacionem, por exemplo, com sistemas de propulsão, potência, ou controlo da nave.
Recuperar a Voyager 1 pode ser um verdadeiro "milagre"
Entre a fé e a ciência a distância é longínqua, mas dentro da NASA, já há quem fale em "milagres", no que toca à recuperação da Voyager 1, na sua plenitude. O termo em questão foi utilizado por Suzanne Dodd, gerente do projeto Voyager no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. A tarefa não está fácil, mas a própria deixa bem claro que desistir não passa nem nunca passará pelos planos.
Como aponta o Wired, trata-se da nave espacial mais distante de toda a história, que se afasta do Sol a uma média de cerca de 17 quilómetros por cada segundo. Bastante rápido, certo?
Nos últimos tempos, a NASA tem aproveitado os recursos da Voyager para estudar tudo o que envolve raios cósmicos, campo magnético e o plasma no espaço interestelar. Os resultados têm sido positivos, mas este problema é um grande revés. Posto isto, sejamos mais específicos. O que é que não funciona, em concreto, na Voyager 1?
O problema principal da Voyager 1 reside no Flight Data Subsystem
Ao que consta, o busílis da questão encontra-se no Flight Data Subsystem (FDS), que tem como principal função trabalhar perto de um computador central de comando e controlo, desempenhando a função de supervisão de atitude e apontamento. No fundo, o FDS serve o propósito de recolher dados científicos e de engenharia da rede de sensores da nave, agregando-os num elemento só, composto por código binário.
A equipa soube do problema, ao reparar, em novembro, que o padrão do código binário era sempre o mesmo. A constatação gerou apreensão e, daí até entender a origem para esta avaria, foram precisos cerca de três meses. Certezas absolutas não existem, mas a NASA acredita que possa haver memória corrompida, no próprio FDS. Mesmo assim, persiste o problema: sem a telemetria, é impossível saber como atuar com precisão.
Dentro da própria NASA, é evidente a apreensão e para Suzanne Dodd, gerente do projeto Voyager no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, as tentativas feitas pela agência espacial não passam de tiros no escuro, face à pouca informação que têm para poder atuar.