Uma sonda da NASA bateu um recorde de velocidade histórico e tornou-se no 1º objeto feito pelo homem que atinge 500x a velocidade do som. A Parker Solar Probe, que vai voar mais perto do sol do que qualquer outra nave já fez: foi registada a viajar a impressionantes 635.266 km/h enquanto se dirigia para o seu destino.
A Parker Solar Probe promete "revolucionar" a nossa compreensão do Sol
Lançada em 2018, a sonda Parker Solar Probe vai coletar medições e imagens do Sol que serão estudadas pelos investigadores para aprofundar o seu conhecimento sobre o vento solar. Com a proposta de aproximar-se do Sol como nunca foi feito antes, a sonda promete "revolucionar" a compreensão que temos do astro até ao momento.
E a Parker Solar Probe já fez história. Em 2021, a sonda espacial tornou-se a primeira nave a voar pela coroa – a atmosfera superior do sol – e foi capaz de captar imagens sem precedentes da superfície de Vênus a partir do espaço. Em 2023, ela entrou novamente para a história após atingir 635.266 km/h, velocidade que igualou no dia 29 de junho deste ano.
"A Parker Solar Probe acabou de fazer sua 20ª aproximação próxima do sol, a mover-se a impressionantes 635.266 km/h e a passar a cerca de 7,26 milhões de km do nosso Sol," escreveu a NASA no X, conforme reportou a página SupercarBlondie.
Sonda deve alcançar velocidade ainda maior
Apesar de já ter alcançado uma velocidade 500x a velocidade do som, a Parker Solar Probe deve ultrapassar isso. Pelo menos foi a promessa feita lá em 2018, durante seu lançamento. Na altura a NASA afirmou que a sonda “vai atingir velocidades de até 430.000 milhas por hora (692.017 km/h)".
Para ter-se uma noção, com essa velocidade seria possível viajarmos da Filadélfia a Washington, D.C. (cerca de 223,9 km) num segundo.
A tecnologia para suportar a aproximação do Sol
Para aproximar-se desta forma do Sol, a Parker foi projetada para suportar condições extremas. Utilizando os avanços mais modernos em engenharia térmica, a agência espacial protegeu os instrumentos da sonda com uma espécie de escudo de carbono com 11,43 cm de espessura, capaz de suportar temperaturas que chegam a quase 1.377 graus Celsius.
“A NASA estava a planear enviar uma missão para a coroa solar há décadas, no entanto, não tínhamos a tecnologia que poderia proteger uma nave e os seus instrumentos do calor”, afirmou Adam Szabo, o cientista da missão da Parker Solar Probe no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA.
Segundo Szabo, avanços recentes na ciência dos materiais proporcionaram o material para fazer esse escudo térmico que consegue não apenas suportar o calor extremo do Sol, mas também manter a parte de trás arrefecida.