Não queres que o ChatGPT e outras apps usem os teus dados? Aprende como!

Luís Guedes
Luís Guedes
Tempo de leitura: 3 min.

Todos nós estamos sujeitos a ser “utilizados” como ferramenta de treino para Inteligência Artificial (IA) generativa. Seja um tweet, uma foto no Instagram, ou um comentário qualquer, é possível que tenha sido usado nesse sentido.

Afinal de contas, sistemas como o ChatGPT baseiam-se em grandes coleções de dados. O problema é que, cada vez mais, tem-se falado na importância da proteção de dados. Assim, pretende-se que o user tenha o maior controlo possível sobre a informação que publica.

Nesse sentido, já há empresas que dão ao utilizador a escolha de ter ou não o seu conteúdo disponível para treino de IA. De qualquer forma, tal como refere o Wired, a equação não é tão simples quanto isso.

Como explica Niloofar Mireshghallah, pesquisador da Universidade de Washington, algumas empresas podem estar a complicar este processo. O próprio refere que é comum as pessoas não terem uma “ideia clara” sobre como o treino de IA é feito e com que meios.

Especialista sugere que as empresas aproveitam algum possível desconhecimento do utilizador

Proteção Dados Copilot AI
Imagem Ilustrativa (via Copilot AI)

Sobre o assunto, Thorin Klosowski considera que as empresas se podem aproveitar de algum possível desconhecimento. "A maioria das empresas adiciona o atrito porque sabe que as pessoas não vão procurá-lo" - refere o ativista de segurança e privacidade da Electronic Frontier Foundation (via Wired).

Do lado oposto, encontram-se as empresas de IA. Nesse sentido, Jennifer Martinez, porta-voz da Anthropic, tenta explicar o funcionamento da empresa em que trabalha.

"Não treinamos os nossos modelos com dados enviados pelo user, por padrão. Podemos usar prompts e saídas do user para treinar o Claude (assistente AI da empresa) onde o usuário nos dá permissão expressa para fazê-lo" - afirma a própria.

De acordo com a mesma fonte de informação, o caso em análise baseia-se apenas em informação pública online. Posto isto, existem várias plataformas que, possivelmente, usarás com frequência, em que podes escolher não fazer parte do treino de IA.

Em baixo, deixamos-te algumas delas. Explicamos, ainda, como é que deves proceder.

Open AI

Se tens por hábito usar aplicações como o ChatGPT, então poderá ser do teu interesse saber o procedimento a adotar, neste caso.

De acordo com o Wired, o processo divide-se num conjunto de passos relativamente simples. Se usares o ChatGPT, deverás fazer o seguinte:

  1. Configurações

  2. Controlo de Dados

  3. Desativar histórico de conversas & treino

Ainda assim, há uma nota que é importante ser feita. De acordo com a mesma fonte, o ChatGPT não sincroniza entre dispositivos e navegadores diferentes. Deste modo, é possível que tenhas de repetir o procedimento mais do que uma vez.

Google Gemini

Cada vez mais, o Google Gemini emerge como uma plataforma de Inteligência Artificial (IA) a ter em conta. Posto isto, explicamos-te agora o procedimento semelhante a ter, para a app em questão.

Como refere o Wired, deverás abrir o Gemini e clicar em “atividade”. Depois disso, deverás selecionar o menu suspenso e clicar onde diz “desativar”.

Aí, terás a opção de eliminar todas as tuas informações dadas em conversa. À partida, isso quer dizer que tudo o que falares no futuro será apagado. No entanto, quanto a conteúdo antigo, o Wired refere que estes podem manter-se durante cerca de 3 anos.

Slack

Principalmente em contexto laboral, o Slack é uma das plataformas mais utilizadas por empresas. Aqui, podes trocar informações com todos os teus colegas sobre as tarefas a serem realizadas.

À luz da informação dada pelo Wired, as mensagens que trocas com colegas podem servir para treinar modelos. O vice-presidente de produto do Slack dá algumas informações sobre o modus-operandi da empresa.

"O Slack usa aprendizagens de máquina no seu produto há muitos anos. Isso inclui modelos de aprendizagem de máquina ao nível de plataforma para coisas como recomendações de canais e emojis" - explica Jackie Rocca.

Na prática, isto significa que o Slack usa as tuas interações para treinar o seu software. Para impedires que isso aconteça, apenas o poderás fazer através de e-mail para feedback@slack.com.

No e-mail a enviar, deves ter algumas considerações. O assunto deverá ser “Solicitação de desativação do modelo global do Slack”. Para além disso, é obrigatório adicionar o URL da tua empresa.

Não se sabe ao certo quanto tempo demora a desativação. Contudo, tal como refere o Wired, é expectável que recebas um e-mail a dar conta que a solicitação foi cumprida.

Luís Guedes
Luís Guedes
É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.