Microsoft mantém aposta forte em IA com o desenvolvimento do Copilot

Luís Guedes
Luís Guedes
Tempo de leitura: 3 min.

Falar em Microsoft já se sabe que é falar em ambição. Prova disso mesmo foi o lançamento, há cerca de um ano, de Inteligência Artificial (IA) no Bing, que gerou um boom gigante em relação ao uso deste tipo de ferramentas. O problema é que foi "sol de pouca dura". Como refere o The Verge, o Google continua a ter 91% das buscas tradicionais e o ChatGPT tem cerca de 100 milhões (!) de utilizadores por semana. Já o Bing, cresce de forma muito mais lenta.

Desta forma, a Microsoft, consciente de que algo tem de ser feito, tem posto a "luta" com o Google de parte e tem-se focado no desenvolvimento do Copilot, enquanto produto independente. Quais as capacidades do Copilot? Entre muitas outras coisas, consegue, por exemplo, destacar objetos numa foto manipulada por IA ou, até mesmo, destacar o fundo.

O Copilot promete fazer o utilizador sentir-se criador, novamente

Microsoft Aposta no CoPilot
Imagem: Microsoft

De acordo com Yusuf Mehdi, vice-presidente executivo da Microsoft, em entrevista ao The Verge, desde as cores, ao espaçamento, à velocidade, esta nova ferramenta promete ser o pináculo da criação, gerando no utilizador a convicção de que se pode sentir criador, novamente.

Ainda sobre o Copilot, há algo fácil de compreender: se, por si só, já é bom, quando é grátis, torna-se ainda melhor. Por isso mesmo, tornou-se muito popular e levou a uma utilização massiva, o que gerou alguns percalços. Taylor Swift que o diga, certo? Chegaram a ser tendência no X, antigo Twitter, algumas fotografias bastante explícitas da cantora norte-americana, o que fez a Microsoft ter de reforçar a sua própria segurança.

Apesar disso, Mehdi assegura que a maioria do conteúdo produzido envolve essencialmente três coisas: código, pesquisa e análise. Tendo como referência os números do próprio, esta fatia corresponde a 70% dos visitantes do Copilot.

Palavra-chave do Copilot: personalização

Quanto ao futuro do Copilot, há uma palavra de destaque: personalizar. O objetivo passa precisamente por aí. Tentar, ao máximo, que haja um único "copiloto" para cada utilizador. Com o tempo, pretende-se que a ferramenta trabalhe de forma mais personalizada e focada nas necessidades individuais. Para que isso aconteça, o Copilot tem recebido várias extensões, desde GPTs a plug-ins, que permitirão que tal aconteça.

Mehdi não deixou ainda de referir que pode haver, nos próximos tempos, novidades acerca de atualizações do Windows, com foco na Inteligência Artificial. O vice-presidente executivo da Microsoft não quis levantar demasiado o véu sobre o assunto, mas deixou uma outra pista, como por exemplo o facto do Copilot ter a capacidade de entender o contexto de cada utilizador e permitir experiências de utilização mais ricas. Trata-se de uma explicação pouco conclusiva da parte de Mehdi, que rejeitou dar grandes detalhes ao The Verge.

Fazer com que todos sejam utilizadores avançados do Windows

Outra grande ideia que Mehdi destaca prende-se com o pouco proveito que grande parte dos utilizadores tiram por parte dos recursos do Windows. Para o próprio, cerca de 20% dos utlizadores aproveita à volta de 10% das potencialidades ao seu dispor. Desta forma, para rentabilizar a experiência de cada um, o vice-presidente executivo da Microsoft pretende recorrer a IA para dar ao máximo número de utilizadores possível a noção de que é um usuário avançado do Windows.

Depois do boom que foi o Bing, a Microsoft parece ter encontrado o caminho seguinte a percorrer. Certos de que começar pelo Bing foi a melhor decisão, o Copilot tem tudo para continuar a acrescentar valor a um mercado em constante evolução.

Luís Guedes
Luís Guedes
É apaixonado pela escrita. Desde tecnologia, a entretenimento, passando sempre pela música e pelos livros, o Luís é fascinado por tornar o complexo em simples e o simples em ainda mais simples.