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Microsoft ativa fronteira de dados na UE e opera 100% na Europa — o que isso significa para ti

A Microsoft concluiu a ativação da fronteira de dados na UE e passa a operar 100% na Europa. Descobre o que muda para os teus dados, a privacidade e os serviços como o Microsoft 365 e Azure.
Microsoft UE
Imagem: edição de Shutterstock / Gabriel Petrescu e Getty Images / analisa via Canva Pro

A Microsoft anunciou que finalizou uma etapa crítica da sua estratégia para a Europa: agora, todos os seus principais serviços de nuvem — incluindo o Microsoft 365, Azure, Dynamics 365 e Power Platform — são operados inteiramente dentro da União Europeia (UE) e da Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA).

Todos esses serviços serão geridos por equipas locais e com dados dos clientes europeus armazenados exclusivamente em território europeu. A medida não é apenas técnica, é uma resposta direta às exigências crescentes de soberania digital na região. Mas o que isso significa para ti? Segurança de dados.

Dados só circulam dentro da Europa

Conforme explica o anúncio da empresa, este passo marca a conclusão da chamada EU Data Boundary, uma iniciativa que assegura que os dados dos clientes da UE e da EFTA não sejam transferidos para fora dessas jurisdições.

Em paralelo, a Microsoft está a testar uma Nuvem Soberana europeia, desenhada para o setor público e setores altamente regulamentados, com infraestrutura ainda mais isolada para reforçar a conformidade.

“Os nossos serviços agora são totalmente operados dentro da UE e geridos por funcionários baseados na Europa”, explicou Brad Smith, presidente da Microsoft. O executivo sublinhou o compromisso com as exigências dos governos e das empresas europeias, especialmente no que diz respeito à proteção de dados e à confiança digital.

Resposta à pressão regulatória e geopolítica

Esta transformação não acontece no vazio. A Europa tem reforçado o controlo sobre empresas tecnológicas internacionais, pressionando por mais transparência e menos dependência de infraestruturas fora do bloco.

As novas regras, como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), obrigam as empresas a garantir que os dados dos cidadãos europeus não circulem livremente para fora da região, e os conflitos jurídicos em torno da vigilância extraterritorial — sobretudo com os EUA — só aumentam essa pressão.

Em resposta, a Microsoft não só redesenhou a forma como processa dados na Europa, como também afirmou que irá contestar qualquer tentativa de governos estrangeiros de acederem a dados armazenados na UE sem base legal sólida.

Investimento bilionário e reforço local

Esta viragem europeia não se limita a promessas. Em abril de 2025, a Microsoft anunciou um investimento de 5 mil milhões de euros para os próximos dois anos na expansão da sua infraestrutura de nuvem e inteligência artificial na Europa. O plano inclui:

  • Expansão da capacidade dos centros de dados locais;
  • Aumento das equipas de cibersegurança e engenharia em 10 países;
  • Abertura de um Centro de Transparência em Bruxelas para facilitar o diálogo com os reguladores.

Europa como referência para a nuvem global

Com este movimento, a Microsoft posiciona-se como líder na chamada “soberania digital”, um conceito que está a ganhar força em todo o mundo, mas que tem na Europa um palco particularmente exigente. Esta nova estratégia poderá servir de modelo para outras grandes tecnológicas que enfrentam exigências semelhantes noutros mercados.

No final, trata-se de mais do que cumprir leis: é uma aposta no futuro da confiança digital. Se usas os serviços Microsoft na Europa, agora sabes onde estão os teus dados e quem os guarda.

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Sabryna Esmeraldo
Sabryna Esmeraldo
Sabryna trabalha com comunicação há mais de dez anos e especializou-se a produzir conteúdos e tutoriais sobre aplicações e tecnologia. Consumidora de streamings e redes sociais, adora descobrir as novidades do mundo.