Apesar dos esforços para criar ferramentas direcionadas aos adolescentes e ao controlo parental (e do esforço para fazer com que eles as utilizem), a Meta está a enfrentar um processo que a acusa de tornar os recursos do Instagram viciantes para os utilizadores jovens propositadamente.
O processo que foi aberto em Massachusetts, nos Estados Unidos, ainda afirma que a gigante de tecnologia enganou o público sobre os danos que a rede social poderia causar à saúde mental dos adolescentes.
Meta está a ser acusada de desonestidade e criação de vício
Liderado pela procuradora-geral de Massachusetts, Andrea Joy Campbell, o processo acusa a Meta de violar as leis estaduais de proteção ao consumidor e de ser um incómodo público. De acordo com a reportagem da Reuters, a Meta entrou com um pedido de rejeição do caso.
O argumento da empresa de Mark Zuckerberg é de que, conforme determina a lei federal Secção 230 do Communications Decency Act, as empresas online não poderiam ser processadas por conteúdo publicado pelos seus utilizadores.
O pedido da Meta, contudo, foi negado pelo juiz Peter Krupp, em Boston. Para o juiz, esta lei não se aplica ao caso, uma vez que o foco do processo são as ações da Meta, como supostamente ser desonesta quanto à segurança do Instagram. Por exemplo, o sistema de verificação de idade para crianças menores de 13 anos e as proteções para utilizadores jovens.
Mais de 30 estados dos Estados Unidos já processam a Meta
A Meta também tentou rejeitar as ações judiciais movidas por mais de 30 estados num caso federal, com Massachusetts como um dos poucos estados a entrar com o seu próprio processo num tribunal estadual. Um juiz federal na Califórnia também rejeitou o pedido da empresa.
O processo federal acusa as plataformas da Meta de contribuir para problemas de saúde mental entre adolescentes, tornando-as viciantes a partir de recursos como notificações push, curtidas e scroll infinita, que teriam sido deliberadamente projetados para explorar as vulnerabilidades psicológicas dos adolescentes.
Um porta-voz da Meta afirmou que as evidências provariam o seu compromisso em apoiar os jovens.
Meta já afirmou que os pais e responsáveis não utilizam os recursos de segurança
Em setembro, a Meta anunciou a criação das Contas de Adolescentes no Instagram, com mais proteções integradas para garantir a segurança dos jovens utilizadores, o que inclui recursos de controlo parental para os responsáveis.
Restrições de mensagens, restrições de conteúdo sensível, recurso anti bullying e limites de tempo estão entre as funcionalidades lançadas neste formato da rede social.
Alguns dias depois, contudo, o chefe de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, revelou que a Meta já lançou cerca de 50 ferramentas com foco na segurança infantil no Facebook e no Instagram, mas poucos pais e responsáveis estão a utilizar essas funcionalidades.