Diz-nos a experiência que, por regra, uma boa noite de sono se traduz num dia mais eficiente e produtivo. A questão é que, aparentemente, o contrário pode ter mesmo efeitos negativos na saúde do ser humano.
Um novo estudo científico, citado pela Science Daily, mostra-nos que não é só o número de horas que uma pessoa dorme que determina a qualidade do sono. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade de Pequim e da Universidade Médica do Exército.
Irregularidade do sono aumenta o risco de mais de 90 doenças
Segundo os investigadores, um sono com pouca regularidade pode contribuir para a contração de dezenas de doenças diferentes. Entre estas, por exemplo, distúrbios hepáticos e circulatórios. Para fundamentar as conclusões do estudo, foram analisados 88.461 adultos.
Como refere a mesma fonte, foi possível estabelecer uma relação causal entre as características do sono desta amostra e 172 doenças. Fora o número de horas que é dormido, destaca-se que a consistência na hora de dormir também é um fator determinante, assim como a estabilidade do ritmo circadiano.
Os dados de cada um dos elementos participantes da amostra foram analisados, em média, durante 6 a 7 anos. Quanto ao horário de ir para a cama, os resultados mostraram que o risco de contrair cirrose hepática multiplica 2,57 vezes, para quem dorme após as 0h30.
Foi também referido que a falta de regularidade na hora de dormir tende a aumentar o risco de gangrena em 2,61 vezes. (Nota: “gangrena” corresponde à morte dos tecidos provocada por falta de irrigação sanguínea)
Dormir mais de 9 horas é prejudicial?
Anteriormente, já vimos ser colocada a hipótese de sono prolongado também ser negativo para o organismo. Esta pesquisa sugere que dormir mais de 9 horas não é prejudicial para a saúde, ainda que tal hábito já tenha sido associado a derrames e doenças cardíacas.
Os investigadores da Universidade de Pequim sugerem que, do lote de pessoas que “dormem” mais de 9 horas, o tempo útil de sono pode ser bastante inferior. Ou seja, situações em que 9 horas de sono correspondem, na verdade, a 6 horas, por exemplo.
Em jeito de conclusão, o autor do estudo, Professor Shengfeng Wang, remata: "as nossas descobertas ressaltam a importância negligenciada da regularidade do sono. É hora de ampliarmos a nossa definição de sono de qualidade para além da mera duração".