A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) divulgou o seu mais recente relatório sobre o mercado de televisão por subscrição em Portugal, referente ao primeiro trimestre de 2025. E os dados revelam um marco histórico: pela primeira vez desde 2006, o número de assinantes registou uma quebra trimestral.
Embora ligeira, esta inversão de uma tendência de crescimento contínuo que durava há quase duas décadas pode ser um sinal de que o mercado está a atingir um ponto de saturação. No final de março de 2025, existiam 4,7 milhões de assinantes do serviço de televisão por subscrição no nosso país. O que representa menos 2 mil clientes do que no final de 2024.
Menos 4 mil assinantes residenciais em Portugal no último trimestre
Esta quebra foi impulsionada exclusivamente pelo segmento residencial (famílias), que perdeu 4 mil assinantes no trimestre. Apesar da quebra trimestral, o número total de assinantes ainda apresenta um crescimento de 1,1% quando comparado com o mesmo período do ano anterior.
A fibra ótica (FTTH/B) continua a ser a tecnologia rainha e a única que cresce, representando já 67,4% de todos os acessos ao serviço de televisão por subscrição, com 3,1 milhões de clientes. Todas as outras tecnologias, como a televisão por cabo, satélite e ADSL, continuam a perder clientes, muitos deles a migrarem para a fibra. No entanto, há aqui outro sinal de abrandamento: este foi o crescimento anual mais baixo de sempre para a fibra desde que a tecnologia surgiu em 2007.
MEO lidera mercado com NOS em queda
Na "guerra" entre as operadoras, os dados da ANACOM para o primeiro trimestre mostram que a MEO continua a ser a líder destacada do mercado, tendo mesmo reforçado a sua posição para 41,9% de quota de mercado (um aumento de 0,3 pontos percentuais face ao ano anterior).
A Vodafone também ganhou terreno, subindo para 19,4% de quota (+0,2 pontos percentuais). A grande perdedora neste trimestre foi a NOS, que, embora se mantenha firme no segundo lugar, viu a sua quota de mercado descer para 35,9% (uma perda de 0,4 pontos percentuais).
O grupo DIGI / NOWO detém, para já, 2,7% do mercado. Esta tendência mantém-se no importante segmento residencial, onde a luta é mais renhida entre MEO (40,2%) e NOS (37,1%). No segmento não residencial (empresas), a MEO domina de forma esmagadora, com mais de metade do mercado (54,9%).
Como seria de esperar, a esmagadora maioria dos portugueses (98,2%) tem o seu serviço de televisão integrado num pacote com outros serviços, como internet e telefone. A subscrição do serviço de televisão de forma isolada ("single play") é um nicho que representa apenas 1,8% do total de acessos.
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