Mais um desenvolvimento que levanta questões sobre os limites éticos da utilização da Inteligência Artificial (IA), uma tecnologia de IA criou uma versão digital de Marilyn Monroe.
A Digital Marilyn é capaz de responder a perguntas com a voz e até mesmo a "personalidade" da artista, que faleceu há mais de 60 anos.
O projeto Digital Marilyn
A versão em IA da icónica Marilyn é o resultado de uma parceria entre a agência que representa a artista até hoje, a Authentic Brands Group, e a Soul Machines, uma empresa que cria as chamadas Personagens Digitais Alimentadas por IA Biológica.
No site da Soul Machines, é possível preencher um formulário para ser uma das primeiras pessoas a "falar" com a Digital Marilyn. Na página sobre o projeto, a empresa explica:
"Como capturar a essência deste ícone para uma nova geração? Imagina experimentar sua inteligência, sabedoria e charme inegável, não por meio de filmes ou memórias distantes, mas numa interação personalizada e em tempo real. Esta é a realidade inovadora da Digital Marilyn, trazida à vida com a revolucionária tecnologia de IA Biológica da Soul Machines."
Ao utilizar o que chama de IA Biológica, a Soul Machines promete que a Marilyn Digital é capaz de se envolver em conversas naturais e dinâmicas que parecem autênticas e responsivas.
Para isso, a tecnologia utiliza inteligência emocional para imitar o sistema nervoso humano e suas reações a diferentes perguntas, e um avançado machine learnig com o ChatGPT 3.5 da Open AI para manter um diálogo fluido e proporcionar uma hiperpersonalização para garantir interações únicas.
"É como se a própria Marilyn tivesse sido traduzida para a era da IA, oferecendo uma conexão única e profundamente pessoal tanto para fãs devotos quanto para novatos curiosos."
De acordo com as empresas, cada interação com a Digital Marilyn terá uma duração média de 20 minutos, padrão das conversa com uma pessoa digital da Soul Machines.
O potencial desta forma de utilizar a IA
O projeto Digital Marilyn foi anunciado em 8 de março, durante a conferência tecnológica South by Southwest, em Austin, Texas. Na altura, o CEO e cofundador da Soul Machines, Greg Cross, destacou que a colaboração exemplifica o poder transformador da IA na ligação entre marcas e consumidores.
"A Digital Marilyn mostra a nossa IA biológica a dar vida a uma personalidade icónica através de diálogos envolventes e inteligência emocional. É mais do que nostalgia. É um vislumbre do futuro das interações imersivas," afirmou, conforme noticiado pelo site Deadline.
Dana Carpenter, EVP Entertainment do Authentic Brands Group, reconhece que Marilyn Monroe não pode ser substituída ou duplicada, no entanto, acredita que o projeto tem grandes benefícios.
"A Digital Marilyn abre possibilidades emocionantes para várias gerações de fãs se envolverem com ela de uma maneira totalmente nova, promovendo uma conexão mais profunda e apreciação pelo seu espírito duradouro e pela marca que ela deixou no mundo," explicou.
Para a Soul Machines, a possibilidade de "trazer de volta" personalidades históricas tem um potencial que vai além da nostalgia.
"Esta tecnologia possui um potencial imenso além do domínio do entretenimento. Imagina experiências educacionais personalizadas que adaptam-se ao teu estilo de aprendizagem ou um atendimento ao cliente baseado em IA que entende às suas necessidades", destaca a empresa no seu site.