Nos últimos dias ressurgiu a discussão sobre a segurança das redes sociais para os adolescentes. O debate tem-se centrado nos conteúdos disponíveis, muitas vezes prejudiciais, e de que forma se pode responsabilizar os seus autores.
À luz desta discussão, eis que surge uma iniciativa no portal Cidadãos pela Cibersegurança com uma proposta para melhorar a segurança nas redes sociais. Esta sugere a implementação de logins com credenciais acreditadas como o Gov.pt.
No entanto, tal como os seus autores explicam, há duas faces da moeda neste ideia. Se por um lado implementar-se-ia uma maior segurança no acesso às redes sociais, por outro este seria mais uma forma de comprometer a nossa privacidade.
Login com o Gov.pt: segurança ou violação da privacidade?
Em primeiro lugar, importa explicar o objetivo desta proposta. O objetivo seria dotar as redes sociais de um sistema de acessos dependente de um sistema de identificação digital do governo. Para o caso de Portugal seria a plataforma Gov.pt.
Esta é uma plataforma que te permite ter vários documentos de identificação legal no teu smartphone. Mas para isso, necessitas de uma credencial única, gerada pela Chave Móvel Digital, associada ao teu número de identificação fiscal.
O objetivo da implementação deste sistema nas redes sociais é garantir que aquele perfil corresponde a uma pessoa real. Além de mitigar a criação de perfis falsos, permitiria a responsabilização legal de quem partilhasse informações falsas, discursos de ódio, esquemas de phishing e mais.
Portanto, este é a vertente da segurança trazida por um sistema destes no acesso às redes sociais. Mas em simultâneo são levantadas várias questões de privacidade relacionadas com a exposição dos nossos dados.
Com a implementação deste sistema, os responsáveis pelas redes sociais teriam acesso a dados como número de cartão de cidadão, identificação fiscal, segurança social e afins. Como é óbvio, nem todos se sentiram confortáveis com essa realidade.
De igual modo, teria de se garantir que as redes sociais respeitassem o Regime Geral de Proteção de Dados (RGPD). Ademais, teria de se desenvolver mecanismos que evitassem a vigilância abusiva.
Redes sociais iriam certamente combater a ideia
Caso esta proposta avance, é quase certo que veremos uma resistência das redes sociais visadas. Algo que já vimos noutras tentativas de regulamentar as suas plataformas.
Um dos argumentos que certamente seria usado é que este tipo de sistema iria limitar a liberdade de uso das redes sociais. Poderiam ainda puxar da "carta" de que tal teria um impacto negativo na experiência de utilização.
Perante esta proposta, gostaríamos de saber a tua opinião. Consideras que um sistema de login com o Gov.pt seria uma vantagem ou apenas um atentado à tua privacidade?
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