Intel elogia o Windows e lança a crítica mais óbvia aos Mac da Apple

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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A Intel comparou o Windows ao sistema Mac da Apple, apontando o primeiro como ideal para jogos e o segundo, nem sequer comparável. Mais ainda, a empresa colocou também lado a lado um novo sistema com chip Intel e outro com o M1 da Apple.

A tecnológica atacou publicamente os computadores Apple afirmando que estes estão a léguas das máquinas Windows no respeitante ao suporte para jogos. Foi uma das afirmações mais óbvias dos últimos anos, sem que tal se deva à superioridade dos processadores Intel.

A Intel está "feliz" em queimar pontes com a antiga parceira, Apple.

Isto é, apesar de ser óbvio que o Windows da Microsoft é a plataforma eleita pelos jogadores e pela indústria gaming, a razão para tal não se prende com uma vantagem da Intel sobre a Apple na produção e desenvolvimento de processadores. A motivação reside na arquitetura do sistema x86, bem como à tradição e hábito que reuniu a maioria dos programadores de jogos no lado da Microsoft.

Como se tal não bastasse, a Intel chegou também a comparar o desempenho entre um PC e um MacBook Pro, mas ambos eram alimentados, no caso em apreço, pela própria Intel. A empresa parte agora para o ataque, mas talvez tenha errado a tónica.

Esta é a primeira grande investida pública por parte da Intel desde que a Apple se desvinculou desta. Com efeito, vimos uma renovação entusiástica a ser aplicada pela Apple aos seus produtos, aplicando o Apple M1 aos computadores Mac e até ao iPad Pro.

Sendo tomada de surpresa, a Intel demorou a reagir, mas fê-lo agora, atacando as péssimas credenciais da Apple junto da indústria gaming. A peça avançada pela publicação PCGamer aponta a Intel como "muito feliz" em queimar as pontes com a antiga parceira.

Mais de metade dos jogos atuais não está disponível no MacOS

Este arrufo foi sustentado em vários factos um tanto do conhecimento geral. A Intel afirma, por exemplo, que mais de metade dos jogos atuais não está disponível para MacOS. A lista, acima, vem ilustrar esta premissa um tanto óbvia, mas verídica.

Mais uma vez, este ponto alegado pela Intel é factual, algo que qualquer gamer pode confirmar. Todavia, tal situação deve-se ao facto de a maioria dos jogos ser concebidos para correr em Windows x86, uma tendência já antiga junto dos programadores.

Mesmo que alguns dos jogos venham a ganhar compatibilidade com o MacOS da Apple, ou com o Linux, a indústria elegeu a plataforma da Microsoft como prioritária. Um status quo que remonta há mais de duas décadas com a popularidade do Windows.

Isto é, quem compra um Mac, ou qualquer computador da Apple, não o faz para jogar. A prioridade deste tipo de consumidores, regra geral, repousa na produtividade, estabilidade e simplicidade de uso do sistema operativo.

MacBook não conseguem acompanhar os portáteis Windows

A Intel vai mais além. Acima vemos o gráfico comparando um portátil MacBook Pro de 16 polegadas com chip Intel Core i9-9980HK (a vermelho) vs um portátil Windows com o processador Intel Core i5-11400H (a azul). Ambos usam chipsets Intel.

O gráfico mostra-nos o desempenho de ambas as máquinas em diversas situações de jogo. Entre os títulos aponta-se o GRID, War Thunder, Hitman 3, e o Far Cry New Dawn. Os resultados mostram uma clara prevalência do portátil Windows com o Intel i5.

Note-se, portanto, que a Intel não teve em consideração o novo processador Apple Silicon, o M1. Ao invés, comparou um portátil com sistema operativo MacOS e processador Intel Core i9 9980HK/Radeon Pro 5600M com um portátil Windows.

A comparação mostra-nos um chip Intel vs Intel e não o M1 da Apple

Seria, no entanto, bastante interessante ver uma comparação direta entre um portátil com o Apple M1 e um processador equiparável da Intel. Ao invés, a Intel aponta que mesmo a maioria dos utilizadores "criativos", também querem jogar.

Em síntese, carecemos de uma comparação Intel vs M1. Aí sim, poderíamos tirar algo mais palpável destas métricas que pouco acrescentam ao consumidor.

Não que isso viesse alterar a preferência dos jogadores pele plataforma Windows, mas deixaria mais claras as diferenças de desempenho entre ambas as plataformas.

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Rui Bacelar
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O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.