Em 2014 a Lenovo comprou a Motorola à Google num negócio que rondou os 2.91 mil milhões de dólares. Na altura, muitos foram os temeram pelo futuro de uma marca que acabara de renascer das cinzas sob a alçada da gigante das pesquisas. No entanto, temos visto que os produtos apresentados pela Motorola/Lenovo têm sido de qualidade e que, nesse aspecto, a marca chinesa tem vindo a desenvolver um bom trabalho.
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O que não sabemos é aquilo que vai lá dentro, se, por exemplo, os resultados financeiros têm estado de feição para a Lenovo. Pois bem, numa entrevista ao The Wall Street Journal, o CEO da Lenovo, Yang Yuanqing revelou que a integração da Motorola tem sido mais difícil do que o esperado. Depois de a Lenovo ter concluído com sucesso a aquisição da IBM, a empresa sentia-se com que invencível e a compra da Motorola só poderia correr da mesma forma. Esta imponência sentida pela marca fez com que a mesma cometesse alguns erros estratégicos.
Desde logo, o terem forçado a reentrada da Motorola no mercado Chinês, mercado esse que tinha sido abandonado depois da aquisição da marca por parte da Google. Como sabemos, o mercado chinês está já saturado, com uma infinidade de ofertas para todas as carteiras, nomeadamente os próprios equipamentos da Lenovo.
Ora, a chegada do Moto X àquele mercado, com um preço próximo ao de um iPhone, por exemplo, e mais ainda sendo apenas comercializado online, não surtiu o efeito pretendido. Estima-se até que apenas 200.000 Motorolas tenham sido comercializados naquele mercado. Como resultado, a Lenovo viu a sua quota de mercado cair para os 2%, face aos 12% registados nos dois anos anteriores.
Como resultado de todo este insucesso, a Lenovo teve de abolir cerca de 3.000 postos de trabalho, registou perdas anuais pela primeira vez desde 2009 e perdeu ainda o seu posto de terceira marca mundial. No mercado americano as coisas permanecem também algo confusas, não se sabendo muito bem qual será a estratégia a seguir pela Lenovo neste grande mercado.
Neste momento, a Lenovo encontra-se no sexto lugar do ranking mundial de marcas tecnológicas e, por isso mesmo, a empresa acredita que o seu futuro será risonho. Só para a sub-marca Moto, herdada da Motorola, a Lenovo aumentou o seu orçamento para marketing em cerca de 30% para fazer face a todas estas intempéries. Tudo isto não significa que a aquisição da Motorola, por parte da Lenovo, tenha sido um desastre. Simplesmente não correu conforme o planeado e essa mesma estratégia terá de ser reajustada para que possa obter melhores resultados.
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