Uma foto de um veículo elétrico a carregar outro EV, da BYD, numa estrada australiana, está a tornar-se viral e a levantar discussões sobre a verdadeira capacidade dos veículos elétricos poderem alimentar as baterias de outros EVs.
A história está a ser divulgada pelo Daily Mail, que cita um post publicado no Reddit no início desta semana, quando utilizador publicou uma foto com o seguinte comentário:
‘Hoje aprendi que, se o teu Build Your Dreams (BYD) ficar sem bateria, podes recarregá-la com outra bateria durante algumas horas à beira da estrada’.
É mesmo possível carregar um EV com outro EV?
A imagem do suposto carregamento tornou-se rapidamente viral e os comentários surgiram em catadupa. Muitos deles a sugerir que a opção por um elétrico implica ainda carregamentos muito demorados, enquanto outros vão mais longe e sugerem aos donos dos EVs passarem a andar com geradores... a gasóleo!
Humor à parte, a verdade é que o processo sugerido pelo utilizador do Reddit é dificilmente concretizável já hoje.
A função de carregamentos bidirecionais (Bidirectional charging) é já hoje comum a vários modelos de várias marcas de EV, mas apenas para cenários específicos e normalmente com o limite de 3.6 kW.
Em termos práticos, existem três tipos principais de carregamento bidirecional possíveis de realizar a partir de alguns EVs: Vehicle-to-grid (V2G), que permite injetar de volta eletricidade na rede para reduzir custos e emissões de carbono; Vehicle To Home (V2H), ou Vehicle To Building (V2B), que permite alimentar uma habitação com a energia acumulada na bateria principal do EV; e Vehicle To Load (V2L), que permite usar o automóvel elétrico para alimentar pequenos eletrodomésticos - desde máquinas de café, a ventoinhas, por exemplo.
Um quarto tipo de carregamento bidirecional, o Vehicle To Vehicle (V2V), será aquele que muitos utilizadores anseiam, mas a verdade é que o seu funcionamento eficaz está ainda longe.
De acordo com um artigo do InsideEVs, alguns fabricantes têm planos para adicionar este tipo de características aos seus veículos elétricos - General Motors e mesmo a Tesla, por exemplo – mas será algo que, a concretizar-se, está à distância de, pelo menos, um ou dois anos.