Quando se fala sobre Inteligência Artificial (IA), a dúvida que cada vez mais se coloca é: onde é que os progressos vão parar? Por enquanto, a resposta ainda é incerta, mas de uma coisa sabemos: a IA até cheirar poderá conseguir.
Osmo quer criar uma IA generativa de olfato
De acordo com a CNBC, há uma empresa que quer usar o olfato na tecnologia que concebe. Trata-se da Osmo, uma empresa que tem o objetivo de “gerar cheiros da mesma forma que geramos imagens e sons”, como refere a própria.
Tudo isto parte de uma grande inquietação do CEO da Osmo. Para Alex Wiltschko, uma das suas grandes paixões é compreender o olfato. Afinal de contas, este “é um sentido emocional muito poderoso, mas sabemos tão pouco sobre ele”.
No percurso de Wiltschko, assinala-se a passagem pela Universidade de Harvard e o seu papel enquanto pesquisador do Google Research. Agora, com o apoio da Google Ventures e da Lux Capital, este tem o objetivo de “melhorar a saúde e a felicidade humanas”.
Pode ser uma forma de detetar doenças, no entender do CEO da Osmo
Quanto a esta ideia, Wiltschko assinala que uma das suas principais utilidades seria ajudar a medicina a identificar algumas doenças. O próprio destaca a informação que se pode obter através do cheiro, ainda que reconheça que é algo que, de momento, não existe.
Nesse sentido, o projeto a longo prazo do CEO da Osmo é usar a IA para reproduzir cheiros de forma credível. De qualquer maneira, numa visão a curto prazo, este encontra-se focado em produzir moléculas de aroma sustentáveis para produtos do dia a dia.
Entre estes, por exemplo, perfumes, sabão ou até mesmo shampoo. “Achamos que podemos fazer melhor ao criar ingredientes melhores e mais seguros que não sejam tóxicos... e que não irritem a pele ou os olhos” - explica (via CNBC).
Apesar de ser um objetivo concreto, o líder da Osmo tem consciência da dificuldade associada à IA que pretende criar. Assim é, já que o mínimo engano na conceção da molécula pode ditar uma diferença total entre o cheiro obtido e o cheiro desejado.
Como se treinará esta IA?
Um aspeto que também salta à vista neste plano de Wiltschko tem a ver com a forma de treinar as capacidades da IA. Ao contrário de outras plataformas, o CEO da Osmo adianta que a empresa não vai usar dados de mais ninguém.
Por isso mesmo, a Osmo tem construído “um novo tipo de dados”. O que quer isto dizer? Entrando por detalhes mais técnicos, a equipa obteve dados de milhares de moléculas e inseriu-os em redes neurais de grafos (GNNs).
Depois disso, com a ajuda da IA, os dados relacionam-se como se estivessem numa espécie de rede social. Ainda não será hoje nem amanhã, mas Wiltschko garante que “eventualmente seremos capazes de detetar doenças pelo cheiro e estamos a caminho de construir essa tecnologia”.