A Huawei participou na última edição do Mobile World Congress em Barcelona, o MWC 2023. Fê-lo, aliás, com bastante pompa e circunstância, com grandes áreas dedicadas à exposição dos seus produtos em pavilhão dedicado onde se fez notar, aliás.
Porém, os visitantes que quisessem aceder ao seu espaço reservado, tiveram que usar um cartão de acesso, o Huawei Card que, alegadamente, teria um chip de monitorização no seu interior. O possível subterfúgio, ainda que hipotético, não vem abonar a imagem da marca sediada na China.
Visitantes do espaço Huawei terão sido "vigiados" pela marca no MWC 2023
Os visitantes do MWC que se deslocassem ao seu pavilhão e espaço reservado tinham que usar um crachá próprio, com um cartão da Huwei. Esta credencial foi entregue à entrada do espaço e teria que ser devolvida no final da visita, antes de saírem do dito pavilhão.
Porém, alguns dos jornalistas e demais visitantes terão trazido, à revelia do que foi solicitado pela marca, trazido essas mesmas credenciais consigo. Ora, o que seria uma mera recordação do evento, acabou por se revelar fonte de intriga e curiosidade.
O aparentemente inócuo cartão de acesso terá, no seu interior, um pequeno chip e a tecnologia necessária para ser feito um rastreamento da sua posição. Imagine-se, como mera ilustração, uma AirTag embutida no cartão / credencial de acesso.
Pior ainda, esta tecnologia Bluetooth e RFID permitiria a recolha, em tempo real, das informações de localização dos visitantes quando no interior do recinto reservado da Huawei. O caso está agora a ser investigado pelos responsáveis pela organização do evento, a GSMA.
Huawei Card teria dispositivo similar aos AirTags da Apple
O caso foi primeiramente exposto pelos colegas da publicação LightReading, dando conta da instalação de chips de monitorização e rastreio no interior do "Huawei Card". A credencial de acesso que, afinal, também estaria a recolher dados sobre a posição em tempo real dos visitantes.
Tal como aponta a fonte, bem como outros media especializados, estes Huawei Card eram distribuídos a qualquer visitante. Foram, na prática, a credencial de acesso ao interior do pavilhão e espaço reservado da fabricante chinesa. No final, era esperado que os mesmos entregassem este cartão, à saída.
Note-se que à semelhança de outras credenciais, esta era acompanhada de um cordão para colocarmos em volta do pescoço e assim transportar a credencial. Todavia, os visitantes acabaram por reparar na mensagem impressa na traseira do cartão, dando conta da utilização de tecnologia Bluetooth e RFID para recolha de informação de localização em tempo real.
Huawei brilhou com os wearables no MWC, mas esta prática não abona a sua imagem
"Como é óbvio, sabemos que algumas marcas exigem que os visitantes removam as credenciais de outras marcas concorrentes por razões de branding e marketing. Porém, a sugestão de utilização de um dispositivo capaz de recolher a informação, em tempo real, da posição do visitante é preocupante. Estamos a investigar o caso e não temos mais detalhes de momento". - declarações da GSMA, entidade que organiza o Mobile World Congress.
Ao que tudo indica, a organização do evento, a GSMA estava alheia a tal prática, tendo sido surpreendida. Prometendo, aliás, investigar o caso apesar de reconhecer que algumas marcas praticam táticas similares para recolha e processamento de dados, certo é que tal não vem abonar a imagem da Huawei.
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