A atual crise que afeta o setor dos semicondutores não será resolvida a curto ou médio prazo. São já várias as vozes que replicam os alertas da manutenção deste imbróglio que condiciona a produção dos mais variados produtos, dos smartphones à nova PS5.
Soma-se agora a voz da Huawei que aponta a culpa para os Estados Unidos da América a culpa pela falta de componentes. As declarações foram feitas durante a Global Analyst Summit 2021 da fabricante chinesa, vindo adensar a querela atual.
As ações de Washington provocaram o pânico na indústria, acusa a Huawei
Palavras duras foram proferidas por Eric Xu, o Rotating Chairman da Huawei. O executivo acusou os EUA de provocarem uma procura desenfreada por componentes no seguimento das sanções e bloqueios impostos à tecnológica de Shenzen.
"Por causa das sanções dos EUA contra a Huawei vimos uma vaga de compras motivadas elo medo entre grandes empresas globais que acumularam componentes. Especialmente empresas chinesas. No passado, as empresas acumulavam apenas o stock necessário para garantir seis meses de inventário. Agora, esta tendência foi interrompida em todo o sistema", aponta Eric Xu em declarações colhidas pela Nikkei Asia.
Os Estados Unidos da América colocaram a Huawei, bem como outras empresas chinesas numa lista negra, privando-as do acesso à tecnologia norte-americana. De igual modo, impediram também o desenvolvimento de relações comerciais com várias empresas americanas. As restrições foram fundamentadas em preocupações com a segurança nacional dos EUA.
As restrições à Huawei foram agravadas pela administração Biden
O novo executivo norte-americano era tido como uma esperança para o aliviar das tensões entre a China e os EUA. Todavia, ao assumir funções o novo presidente e respetiva administração veio agravar, em vários casos, as restrições de Trump.
Tal postura veio despertar novas críticas de Pequim, afirmando que os Estados Unidos da América não são de confiança, tal como avançou então a Bloomberg. Com efeito, as relações entre ambos os países estão mais crispadas que nunca.
As críticas de Eric Xu surgem antes de a Casa Branca dar a conhecer o seu esforço no sentido de resolver o problema da escassez de chips e demais componentes. O executivo norte-americano está a estudar o problema com vista à obtenção de respostas.
Washington tenta encontrar respostas para a escassez de componentes
Chamados a contribuir ao debate, responsáveis por grandes empresas europeias e asiáticas reúnem virtualmente em Washington para debater a problemática em mãos. Entre estes contam-se nomes da indústria automóvel como e da tecnologia como a General Motors, Ford, Google, Intel, Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., Samsung Electronics, e a NXP.
Não obstante, os responsáveis da Casa Branca já reconheceram que tal problema não será resolvido a curto ou médio prazo.
Para Eric Xu, as sanções à Huawei acabaram por prejudicar não só a empresa, mas também a relação de confiança que existia na cadeia global de fornecedores de componentes e semicondutores. Motivou uma vaga de compras em larga escala, motivadas pelo pânico, para as quais os fornecedores não estavam preparados. Agora, todo o setor de fornecimento está periclitante.
Em síntese, este enquadramento veio promover o aumento do preço dos componentes e, consequentemente, dos equipamentos eletrónicos que chegam às lojas. Por outras palavras, é o consumidor que sai prejudicado.
Produção local e diminuição da dependência tecnológica externa
O presidente rotativo da Huawei assume que a empresa continuará na lista negra dos EUA. Como tal, agirá para contornar estes bloqueios, reforçando a produção local e criando novos canais de fornecimento, tendo que reforçar a infraestrutura na China.
Esta mesma solução está a ser seguida por diversas empresas. Há novas fabricantes de semicondutores a serem formadas e, ainda que possam demorar a começar a produzir, poderão atenuar estes problemas de escassez.
A mesma fórmula é defendida por Joe Biden que quer tornar os EUA num centro tecnológico independente e auto-sustentável. O presidente deu a conhecer a sua visão arrojada para um setor norte-americano dos semi-condutores reenvigorado e não dependente da China, nem de outras nações asiáticas.
Por fim, também a Europa (UE) quer tornar-se numa grande produtora de processadores, chips e demais semi-condutores. Como avançou a 4gnews, até 2030 a Europa quer ser responsável por 20% da produção mundial de semicondutores.
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