A Huawei é uma atualmente uma sombra daquilo que foi entre 2018 e 2019. Fruto das restrições impostas pelo governo norte-americano, justificadas pelo receio de espionagem industrial e fornecimento de informações ao governo da China, não é descabido dizer que os Estados Unidos da América tudo fizeram para minimizar o poderio económico da fabricante chinesa.
Fizeram-no com especial intensidade desde maio de 2019, então sob a administração Trump e voltaram a fazê-lo no início de 2021, já na era Biden. O resultado? A Huawei foi substituída em menos de dois anos pela Xiaomi, OPPO e demais fabricantes chinesas. A sua antiga pretensão de ultrapassar a Samsung não encontra agora expressão no Top 5 mundial. A Huawei deixou de ser relevante.
O verdadeiro desaire da Huawei começou em maio de 2019
Note-se, contudo, que esta sina não foi acolhida sem luta por parte da Huawei. Bem pelo contrário, a fabricante chinesa acumulou o stock que lhe foi possível de chips e processadores antes da aplicação das restrições.
Fruto desse bom planeamento, conseguiu adiar em cerca de um ano a derrapagem no mercado global de smartphones, mas eventualmente acabaria por ficar sem componentes.
Atualmente a Huawei sobrevive com a compra de processadores sem o acesso à quinta geração de redes móveis. Por outras palavras, a marca pode lançar os seus aparelhos fora da China, mas sem conetividade 5G. Essa é a condição vigente.
A Huawei está proibida de adquirir processadores com capacidades 5G
Esta condição foi imposta pelas sanções económicas aplicadas pelos Estados Unidos da América, essencialmente proibindo a tecnológica de adquirir qualquer tecnologia ou componente relacionado com o 5G. Por exemplo, a Huawei não pode usar o mesmo Snapdragon 888 (ou 888+) que as suas rivais usam nos respetivos smartphones topo de gama.
Assim sendo, caso queira comprar um processador, agora que está incapacitada de produzir os seus próprios chips através da sua HiSilicon e sem mais stock de processadores Kirin, a fabricante depende de fabricantes como a Qualcomm ou MediaTek.
Por exemplo, os seus novos smartphones Huawei P50 usam processadores Snapdragon 888 da Qualcomm, mas sem o modem 5G. Ao mesmo tempo, alguns lotes ainda usam o "antigo" Kirin 9000, destinado sobretudo ao mercado interno da China.
Huawei continuará a comprar processadores Snapdragon sem suporte para 5G
Hoje, neste domingo (5) de setembro, o leaker Digital Chat Station revelou que esta continuará a ser a estratégia seguida pela Huawei. É, efetivamente, um último recurso, mas não lhe restando nenhuma outra hipótese, terá que se render às circunstâncias.
O leaker aponta que a Huawei também comprará grandes volumes do próximo chipset topo de gama da Qualcomm, o suposto Snapdragon 898. No entanto, mais uma vez, será uma versão personalizada, sem o modem 5G, portanto, limitada ao 4G LTE.
Mais uma vez, aponta-se um futuro pouco positivo para esta fabricante chinesa que outrora não só ultrapassou a Apple, mas que também, ainda que por escassos momentos, ultrapassara a Samsung. Agora, está impedida de se juntar à "revolução do 5G".
Sem Android e sem 5G, perspetivam-se tempos difíceis para a Huawei
Note-se ainda que além da intenção de compra do Snapdragon 898, a Huawei também deverá adquirir um bom volume de chips Snapdragon 778G. Este último sendo um dos melhores processadores de gama média alta atualmente disponíveis.
Ainda que não sejam conhecidos os modelos de smartphone onde estes processadores da Qualcomm residirão, sabemos que chegarão até ao final deste ano, ou no decurso do próximo. Vislumbra-se assim um possível novo Huawei Mate, de topo, bem como novos smartphones de gama média / alta.
Estará a fabricante a planear apresentar o Huawei Mate 50, ou já a pensar nos Huawei P60? Não obstante, à privação dos chips 5G soma-se uma ainda mais nefasta, a dos serviços Google, algo que a ostraciza imediatamente da Europa e demais mercados globais.
Sem acesso às aplicações e serviços Google, os telefones Huawei tornarm-se num produto para entusiastas da marca. Sem tirar crédito à dedicação e esforço entregue ao HarmonyOS, o mercado não recebeu bem este novo sistema operativo fora da China.
Em síntese, há uma centelha de esperança para a Huawei em 2022, mas não temos dúvidas quanto ao seu lugar atual no mercado mobile. Atualmente, é uma carta fora do baralho, por muito que nos custe admitir.
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