Huawei afasta-se da polémica e concentra-se no seu próximo Android

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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É já no próximo dia 27 de março que ficaremos a conhecer o Huawei P20 e P20 Pro. Teremos ainda um P20 Plus que trará o design mais icónico do final de 2017 para o segmento de gama média do mercado Android. A fabricante chinesa afasta-se agora de polémicas e censura a postura de Richard Yu, CEO do departamento "Mobile" da chinesa Huawei.

A decisão de "controlar os danos" foi tomada por Chen Lifang, o vice-presidente sénior da terceira maior fabricante mundial de dispositivos móveis. Lifang foi bem claro, Richard Yu não tinha autorização para fazer comentários acusatórios. Acrescenta ainda que a Huawei não concorda com a sua postura, sendo os seus comentários um reflexo da sua opinião pessoal. Informações avançadas pela imprensa internacional.

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Em causa estão as declarações de Richard Yu, CEO da divisão "Mobile" (dispositivos móveis e smartphones) da Huawei. Assunto que aqui demos a conhecer, na 4gnews. Comentários feitos à margem do Mobile World Congress 2018 que já chegou ao fim em Barcelona. Yu afirmaria que a oposição sentida pela marca nos Estados Unidos da América é o reflexo de uma pressão política.

Avançaria ainda que a concorrência recorreu ao lobby político porque a Huawei é muito forte e não conseguiriam acompanhar o seu ritmo a nível de evolução tecnológica. Declarações que espalhariam como fogo em todas as publicações internacionais devido ao seu tom marcadamente acusatório. Em Portugal não ouviriam sequer uma referência ao caso (a não ser na 4gnews) - bem sabemos porquê.

Huawei adota uma postura defensiva. Prepara os seus próximos topos de gama Android

A postura de Richard Yu, investida ou não de razão, revelou-se demasiado ousada para um CEO, uma conduta arriscada. "Não está no nosso direito culpar a outra parte por não nos aceitar, podemos apenas tentar novamente e redobrar os nossos esforços. Mantendo a nossa transparência e esperar até que a outra parte esteja aberta ao diálogo". Declarações de Chen Lifang, o vice-presidente sénior da Huawei numa tentativa de diminuir as tensões entre a marca e o governo dos Estados Unidos da América.

Richard Yu, CEO do departamento móvel na Huawei

Tudo isto começou com os Huawei Mate 10. A fabricante estabeleceu parcerias com a AT&T, uma das maiores operadoras norte-americanas. Estava tudo pronto para o início da distribuição dos Huawei Mate 10. O acordo viria a cair poucas horas antes de surtir efeito com o seu anúncio no Consumer Electronics Show (CES) Las Vegas em janeiro.

Segundo as investigações e relatos do caso, a AT&T terá sido pressionada pelo governo para abandonar esta parceria ou perder os contratos com o governo. A alegada pressão surtiu efeitos imediatos. Algumas semanas depois, em uníssono, todas as agências de segurança norte-americanas como a NSA, FBI e CIA exortariam os consumidores norte-americanos a não usar smartphones da Huawei e da ZTE. Em causa estavam preocupações com a potencial espionagem dos consumidores mediante o hardware da Huawei e ZTE.

A Huawei negaria veementemente tais acusações e reuniria o apoio de algumas operadoras internacionais no último mês. Mais recentemente, durante o MWC em Barcelona, Richard Yu tomaria novamente a ofensiva, culpando o governo norte-americano pelo boicote à marca. Foi um discurso pautado pela emoção, não sendo já a primeira vez que Yu se referiria ao assunto.

Huawei P20 e P20 Pro chegam no dia 27 de março, em Paris

A Huawei seria acusador em diversas vezes pela utilização indevida de propriedade intelectual e patentes que não lhe pertencem. É ainda alvo de críticas devido às políticas extremamente protecionistas do governo chinês, algo que permitiu à Huawei crescer e chegar onde está hoje.

Xiaomi também marcou a sua apresentação para o dia 27 de março

As principais críticas do ocidente prendem-se com isso mesmo. Acusando a Huawei de se estar a queixar de não conseguir crescer mais devido à polícia. Todavia, seria a política do seu país natal que a ajudaria a chegar ao nº3 do mercado mundial de dispositivos móveis. É especialmente popular em Portugal pelos seus smartphones Android de gama média, a linha P Lite.

A marca apresentará, no dia 27 de março, os seus próximos topos de gama Android. Chamam-se Huawei P20 e Huawei P20 Pro. Apostarão na qualidade fotográfica e chegarão já com a mais recente versão do sistema operativo Android, o Android Oreo via EMUI 8. Acredita-se que o modelo Huawei P20 Pro traga uma câmara tripla na sua traseira.

A fabricante chinesa tem encetado vários esforços para conter as investidas da Samsung. Para tal tem apelando diretamente aos consumidores para esperarem pelo seu Huawei P20 e P20 Pro. Os próximos topos de gama Android desta marca prometem revolucionar a fotografia com dispositivos móveis. Entretanto, o Samsung Galaxy S9 Plus seria considerado o melhor smartphone para fotografia pela DxOMark.

A fabricante asiática enfrenta também a concorrência da sua conterrânea Xiaomi. Marca que decidiu agendar a sua apresentação no dia 27 de março. Aí ficaremos a conhecer o topo de gama Xiaomi Mi MIX 2S. Será uma mera coincidência?

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.