A Huawei terá testado uma tecnologia de reconhecimento facial com recurso à Inteligência Artificial (IA) que incluiria um "alarme" ao detetar cidadãos da minoria étnica Uigure. O caso foi exposto pelo The Washington Post, tendo como base o relatório da IPVM.
A acusação aponta o dedo à Huawei, uma das maiores fabricantes chinesas de dispositivos móveis e equipamentos de redes, além dos mais variados dispositivos eletrónicos, que terá trabalhado com a conterrânea Megvii em sistemas de vigilância populacional.
O caso foi exposto pelo "The Washington Post"
A peça do Washington Post sustenta-se também em documentos publicados pela Huawei no seu website. A documentação encontra-se disponível ao público e terá sido encontrada com uma inócua pesquisa Google.
Em causa está um projeto para a implementação de sistemas de reconhecimento facial, com uma demonstração do seu funcionamento a ser também apontada. O sistema emprega hardware da Huawei e algoritmos (IA) desenvolvido pela Megvii.
Mais gravoso é o facto de ter sido encontrada a função "Alerta Uigure", identificando os membros desta etnia minoritária e praticante da religião muçulmana. O sistema seria capaz de reconhecer indivíduos deste grupo étnico com base no reconhecimento facial.
As acusações à Huawei baseiam-se na investigação da IPVM
O "alerta" foi descoberto e profusamente difundido pela IPVM que apontou a tecnologia de reconhecimento facial a ser usada para fins de controlo populacional. As conclusões foram partilhadas no video listado acima, além do respetivo website.
Recordamos que os Uigures são uma minoria étnica nativa do noroeste da China. Este grupo tem sido alvo de severa repressão política por parte do Partido Comunista Chinês (PCC), com vários esforços no sentido de identificar e rastrear os seus integrantes.
Desde 2017, pelo menos 1 milhão de cidadãos Uigures terão sido deslocados para uma rede de vários campos de detenção na província de Xianjiang. Aí, terão sido forçados a frequentar os tenebrosos "programas de reeducação" e doutrinação.
A China sempre negou categoricamente a existência destes campos de detenção e reeducação, mas as imagens captadas por satélite apontam em sentido contrário.
Por fim, já desde 2019 que esta temática tem vindo a ser denunciada, com os EUA a impor sanções à China nos meses que se seguiram aos primeiros relatos. Também não é a primeira vez que a Megvii é associada aos algoritmos de reconhecimento facial, tampouco aos programas de rastreio da população. Contudo, é a primeira vez que a Huawei é envolvida nesta problemática.
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