A Huawei é "persona non grata" em vários países com o Reino Unido a ser um dos maiores críticos. Após a administração britânica ter decidido remover todas as infraestruturas de suporte à rede 5G até 2027, surgem agora novas acusações graves à fabricante.
Apelidado de "A segurança do 5G", o relatório britânico do comité de segurança da Casa dos Comuns refere que existem "indícios claros de conluio" entre a Huawei e o aparelho estatal do Partido Comunista Chinês, sendo o caso exposto pela CNBC. As acusações vão ainda mais além e agravam o caso contra a Huawei.
"A segurança do 5G" agrava o caso contra a Huawei
Perante as conclusões do relatório citado supra, alguns membros do parlamento britânico advogam que a fabricante chinesa deve ser barrada do país com a maior brevidade, antecipando para 2025 a remoção de todas as infraestruturas de suporte às redes 5G relacionadas com a Huawei.
Internacionalmente a fabricante chinesa foi barrada em vários países como a Austrália e Japão, além de estar a sofrer pesadas sanções por parte dos Estados Unidos da América. A título de exemplo relembramos o impedimento de negociar com empresas norte-americanas.
Mais ainda, já no início de 2020 os legisladores britânicos expressaram as suas preocupações para com a presença da fabricante chinesa no país, questionando sobretudo a integridade das infraestruturas de redes 5G em várias investigações.
O Reino Unido pode antecipar para 2025 a remoção dos equipamentos Huawei
As recentes constatações são fruto da investigação feita à segurança dos equipamentos 5G da Huawei, tendo sido publicadas nesta quinta-feira (8). Aí encontramos a recomendação para antecipar a remoção de todos os equipamentos relacionados com a fabricante até 2025, antecipando em dois anos esta ação.
"(...) o Governo deve considerar se uma remoção até 2025 é exequível e economicamente viável", pode ler-se no relatório "The Security of 5G", com mais 80 páginas. "É certo que estas restrições irão atrasar a implementação do 5G e prejudicar economicamente o Reino Unido e as operadoras móveis. O Governo deve tomar as medidas necessárias para minimizar o atraso e o impacto económico e cogitar a hipótese de compensar as operadoras caso avance com a atual meta de 2027", pode ler-se no documento.
O inquérito, agora publicado, teve início em março de 2020 por iniciativa do parlamento britânico e recorreu a vários peritos na indústria, bem como algumas figuras políticas dos Estados Unidos da América.
Também em 2020, o Centro de Segurança Nacional do Reino Unido já havia dito que a Huawei é um parceiro de alto-risco devido ao facto de ser uma empresa chinesa. Salientando que, ao abrigo da Lei Nacional de Inteligência em vigor na China desde 2017, a Huawei pode ser legalmente obrigada a tomar uma conduta que possa ser danosa para com o Reino Unido.
Por outras palavras, apesar de então não ter "visto nenhum fato específico" de atos impróprios, a agência britânica alerta para a possibilidade de serem inseridos backdoors nos produtos Huawei a qualquer momento.
Ren Zhengfei, fundador da Huawei é filiado no Partido Comunista Chinês
O relatório destaca ainda a filiação do fundador da Huawei ao Partido Comunista Chinês, bem como o seu histórico de trabalho para o Exército de Libertação do Povo. Algo que o próprio nunca escondeu, tendo formação em engenharia.
A isto soma as alegações de incentivos e fomento económico do aparelho estatal à Huawei, algo que a fabricante refuta, bem como o percurso pessoal do seu fundador alegando que tal não foi relevante para o crescimento da empresa.
Os relatórios que apontam falhas na engenharia, sistemas e equipamentos Huawei vão-se somando e, apesar de não intencionais, os bugs e falhas em questão podem ser usados como backdoors.
A Huawei, após ser contactada pela CNBC, já refutou a veracidade do relatório britânico. Alegando que este "carece de credibilidade" e que "é redigido com base em opiniões, não em fatos". A fabricante espera que o público saiba reconhecer a verdade e que tenham em consideração o histórico de colaboração com o Reino Unido e outras nações ocidentais.
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