O degradar das relações entre os Estados Unidos da América e a China resultaram, por exemplo, no bloqueio imposto à Huawei durante administração Trump e subsequente degradação da sua posição no mercado dos smartphones. Agora, Biden promete agravar as restrições às exportações de tecnologia para a China no sentido de defender os interesses económicos norte-americanos.
Mais recentemente, também a Xiaomi foi acusada de ser uma "empresa militar da China Comunista", estatuto que a impediria de negociar com qualquer empresa norte-americana, caso fosse efetivamente classificada como tal. A marca contestou tal acusação e, pelo menos para já, não se lha aplicam sanções, nem restrições à livre negociação com empresas dos EUA.
Biden aumentará as restrições a exportações de tecnologia para a China
Segundo avança a agência Reuters, a nova administração Biden, que se esperava mais leniente para com a China, assume efetivamente um tom diametralmente oposto. O novo executivo procurará "novas restrições específicas" a ser aplicadas às exportações de tecnologia classificada como sensível para a China.
Biden apela também aos aliados dos EUA para replicar as novas condicionantes ao que poderá ser exportado para a China. As declarações do novo presidente da nação norte-americana foram feitas na última quarta-feira.
Ficou assim definido o tom firme de defesa dos interesses económicos da nação por si liderada, mesmo antes da primeira chamada telefónica com Xi Jinping, o líder do Partido Comunista Chinês e responsável pelo destino dessa potência mundial.
Os Estados Unidos da América não levantarão nenhuma tarifa imposta pela administração Trump até ter terminado um "processo de revisão e consulta criteriosa, envolvendo também os aliados da nação norte-americana.
Estas informações foram avançadas à Reuters por fonte oficial da Casa Branca.
A crítica de Biden às políticas de Trump
Contrariando as expectativas, a maior crítica de Biden à estratégia de Trump não reside na política ou bloqueio propriamente dito, mas no facto de o seu antecessor ter agido sozinho. Para o novo presidente a luta deveria ter envolvido os aliados dos EUA e não insistir em contrariar os parceiros mais fieis da nação norte-americana.
"A maior crítica do Presidente (Biden) à estratégia Trump não foi por este ser duro com a China, mas por fazê-lo isoladamente, enquanto também lutava contra os nossos aliados", declarações da Casa Branca colhidas pela Reuters.
A mesma fonte avança que até ao momento não há decisões tomadas no sentido de levantar as tarifas e que, em algumas áreas, a estratégia será de continuação e manutenção das políticas de Trump.
Biden usará os aliados dos EUA para fazer frente à China
"Uma das prioridades é garantir que não fornecemos tecnologia altamente sensível que possa ajudar a China a avançar as suas capacidades militares. Estaremos especialmente atentos a isso", afirma a fonte da Reuters.
Adensando a questão, foram prometidas novas sanções que visam bloquear a chegada de tecnologia importante à China. Um leque largo de know-how e equipamentos que pudessem ajudar a China a evoluir o seu exército, ou com possíveis aplicações bélicas.
Outra das prioridades do novo executivo passa pelo fomento ao setor tecnológico, com investimentos públicos no setor da tecnologia, algo crucial para o crescimento económico dos Estados Unidos da América.
Querendo alavancar setores como a biotecnologia, inteligência artificial, produção de chips e semicondutores, entre outros setores do mercado tecnológico, os EUA assumem assim uma postura protecionista face ao crescimento da China.
Mais recentemente, na primeira chamada telefónica com o líder chinês, Biden sublinhou as reocupações fundamentais com as práticas coercivas e injustas para o livre mercado. Apontou também o dedo aos abusos contra os Direitos Humanos, citando o exemplo de Hong Kong e a forte repressão social aí aplicada.
Biden sinalizou ainda as restrições e sanções aplicadas pela China ao país vizinho, Taiwan, um pequeno oásis de tecnologia ao largo da costa chinesa, fora do controlo desta.
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