A Huawei volta a fazer manchetes pelas piores razões. A tecnológica chinesa enfrenta acusações de atuação perniciosa. Mais concretamente, de pressão exercida sobre uma empresa norte-americana com vista à instalação de uma backdoor para acesso a dados e informações.
Cumulativamente, soma-se a acusação de roubo de tecnologia e espionagem industrial. O caso foi avançado primeiramente pelo Wall Street Journal que coloca a tónica na já longa disputa entre a gigante chinesa e a Business Efficiency Solutions LLC, uma pequena empresa norte-americana sediada na cidade de Buena Park, no estado da Califórnia.
Sistema a ser desenvolvido pela Huawei teria como destino o Paquistão
Em causa estava um projeto a ser desenvolvido por ambas as partes, solução tecnológica a ser entregue às forças de segurança de Lahore, cidade do Paquistão. Segundo a acusação, a Huawei terá pressionado a parceira norte-americana a instalar um canal de acesso privilegiado (backdoor) do sistema.
A solução tecnológica e respetivo sistema concederia à Huawei o acesso à base de dados dos utilizadores. Aí repousaria um acervo de informações sensíveis, dados pessoais dos utilizadores, bem como informação governamental tida como de "importante para a segurança nacional do Paquistão".
Por outras palavras, a plataforma que a Huawei estava a co-criar, podia ser escrutinada pela tecnológica. Note-se, contudo, que não há provas de que tenha existido roubo de dados e informações até ao momento.
O caso chega agora aos tribunais nos EUA
A queixosa, Business Efficiency Solutions (BES), afirma que a Huawei insistiu na criação de uma versão duplicada, um clone a ser aplicado em Suzhou, na China. Isto dar-lhe-ia acesso direto ao banco de informações da rede criada para a rede da urbe Lahore, no Paquistão.
Perante tal possibilidade, a BES não avançou com a segunda etapa do projeto. A parceira norte-americana buscou a aprovação das autoridades paquistanesas, ao que a Huawei afirmara que tal não seria necessário. Mais ainda, a Huawei terá ameaçado quebrar relações com a BES caso esta não atuasse conforme exigido e avançasse com o projeto.
Importa frisar que, posteriormente, a Huawei afirmou ter obtido a necessária autorização junto das autoridades paquistanesas. No entanto, a tecnológica terá recusado apresentar tais provas quando interpelada.
Huawei afirma "não existirem provas" ao WSJ
O caso, entregue às instâncias judiciais norte-americanas, segue agora o seu percurso processual. Ao Wall Street Journal, a Huawei afirmou "não existirem provas" de que alguma vez tenha instalado backdoors em qualquer produto.
Adicionalmente a Huawei confirmou a existência de um sistema duplicado na China. Contudo, garantiu que tal era estritamente uma versão de testes "fisicamente isolada" da rede real, impossibilitando assim a extração de qualquer informação.
Tal como aponta o Engadget, o representante paquistanês e responsável pelo sistema de Lahore, afirmou que a investigação estava em curso, mas sem haver provas de qualquer roubo de dados até ao momento.
Por fim, independentemente de quem esteja a dizer a verdade, casos como este tornam bem claro o clima de desconfiança para com a Huawei. A tecnológica chinesa continua a ser associada ao regime chinês, ao PCC e respetivos sistemas de vigilância social.
Não há, contudo, provas de tais práticas até ao momento. O recente caso vem aumentar as suspeitas em torno da Huawei numa nação já bastante antagónica à tecnológica sediada na China.
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