Huawei liderará a mudança para o 5G, operadoras confiam na Huawei

Rui Bacelar
Rui Bacelar
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A Huawei, fabricante chinesa de dispositivos móveis, lidera atualmente o mercado chinês segundo os dados de várias agências como a IDC. Mais ainda, já ocupa o 3º lugar no mercado mundial. A marca está imbuída de novo fulgor e tem os seus olhos postos no próximo desafio da indústria, o 5G. Nem mesmo as suspeitas de espionagem levantadas pelos Estados Unidos da América parecem importar.

A Huawei competirá com a Nokia, a Ericsson e outros nomes de peso em vários mercados mundiais no que à implementação do 5G diz respeito. Para já, tal como avança a agência Reuters, o 5G ainda está em fase de testes. Para já depende de um número redobrado de pequenas antenas e de serviços cloud. Tudo isto para atingir velocidades 50 a 100 vezes superiores ao atual padrão 4G.

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Note-se ainda que ainda estamos pelo menos a um ano de distância da construção das primeiras redes de telecomunicações preparadas para o padrão 5G. Todavia, a Huawei já está a pavimentar o caminho para a implementação e experimentação com vários equipamentos de rede. Neste momento já firmou 25 memorandos de entendimento com várias operadoras e fornecedoras de serviços de rede móvel.

Para já são apenas memorandos de entendimento e poderão, numa fase posterior, levar a contratos comerciais entre a Huawei e várias operadoras da Europa. Aqui contam-se a Vodafone (presente globalmente), a Orange francesa, a Deutsche Telekom alemã, a BT do Reino Unido e a Bell do Canadá.

Huawei não está sozinha na "corrida" ao 5G

Já por outro lado, a Huawei está atrás da sueca Ericsson que já tem 38 memorandos de entendimento para o mesmo propósito. Também a finlandesa Nokia está à sua frente com 31 memorandos para iniciar os testes com a rede 5G. Note-se ainda que estes dados não incluem os acordos que não são do domínio público.

Já por outro lado, tal como refere a Reuters, a chinesa Huawei tem na sua carteira de clientes um potencial trunfo, bastando-lhe renovar várias das atuais parcerias. Note-se que já em 2016 a Huawei teria algum tipo de acordo / parceria com mais de metade das 537 operadoras e fornecedoras de serviços de rede móvel 4G. Tem ainda parcerias com 59 das 90 operadoras 4.5G, a etapa (degrau) que antecede o verdadeiro 5G.

Huawei será uma das principais entidades promotoras do 5G

Para Stefan Pongratz, analista de mercado na Dell‘Oro estas parcerias existentes são muito importantes. Isto porque ambas as partes têm todo o interesse em manter o seu legado. Mantendo as suas parcerias é uma boa forma de poupar muito dinheiro.

A Huawei tem também o seu país natal. Neste momento, a Huawei e a ZTE, também chinesa, dominam mais de 1/3 de todos os contratos envolvendo as redes 5G na China. Usufruindo da legislação protecionista das marcas locais, na China a sua posição está perfeitamente salvaguardada.

5G para já é uma aposta, não desprovida de risco

Segundo refere a GSMA (grupo que conta com cerca de 800 operadoras). Em 2025 mais de 1.2 mil milhões de pessoas em todo o mundo terão acesso às redes 5G. Um terço deste número pertence à China.

Todavia, a aposta no 5G não é isenta de riscos. A Huawei, tal como as suas rivais, já gastou milhares de milhões de dólares no desenvolvimento da próxima geração de telecomunicações e redes móveis. Todavia, ainda não existem qualquer tipo de garantias relativamente à sua adopção. Para já, é uma aposta não desprovida de risco.

As operadoras só apostarão e farão o upgrade para o 5G assim que virem provas concretas, nos seus respectivos mercados, que os consumidores e o setor empresarial pede ou exige o 5G. Até lá, ainda temos alguns mercados em desenvolvimento à espera da implementação do 4G.

Huawei e a questão levantada pelo FBI, CIA e NSA

A Huawei foi acusada aqui, na reportagem completa.

Canadá confia na Huawei

Todavia, para Bruce Rodin, vice presidente da operadora Bell Canada, após a consulta de uma empresa externa de ciber-segurança para investigar a Huawei, nada de anormal foi encontrado. Segundo Rodin, "Há 10 anos que praticamos esta atividade e nunca vimos nenhum código malicioso ou backdoor". Declarações de Rodin prestadas à agência Reuters.

Rodin avança ainda que esta manobra dos Estados Unidos da América é puramente comercial. "Estão a proteger a sua indústria", salienta.

Alemanha confia na Huawei, França cautelosa

A operadora alemã, Deutsche Telekom, revelou que já coopera com a Huawei a vários níveis. Nunca se deparou com algum risco de segurança. "O hardware é construído pela Huawei segundo as especificações da Deutsche Telekom. É examinado pelo nosso departamento de segurança". Declarações de um porta-voz da operadora alemã à Reuters.

Já a Orange, operadora francesa, revela-se mais cautelosa com a Huawei, tal como em relação a qualquer outra operadora.

Em suma, a Huawei reune a confiança da maioria das operadoras globais. É provável que esteja a enfrentar um boicote político nos Estados Unidos da América. Todavia, esse mesmo boicote acaba por ser aproveitado pelos media que, ou querem cair nas boas graças da mão que lhes dá de comer. Ou vice-versa. Neutralidade precisa-se...

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.