O mercado dos dobráveis em formato livro está mais competitivo do que nunca. O Honor Magic V3 ganhou prémio inovação nos prémios 4gnews 2024. Mas a Samsung, com o seu novo Galaxy Z Fold7, conseguiu finalmente criar uma alternativa viável ao rei dos dobráveis.
Mas a Honor não se deixou ficar para trás e responde com o Magic V5 a mais recente evolução da sua filosofia de criar um telemóvel dobrável que passe por um equipamento "normal". Depois de o testar, posso dizer-te que, se o design e a portabilidade são as tuas prioridades, este é um dobrável a ter em conta.
| Característica | Detalhe |
|---|---|
| Espessura | 9,0 mm (fechado) / 4,2 mm (aberto) |
| Ecrãs | Externo 6,43" / Interno 7,95" (ambos LTPO OLED, 120 Hz, 5000 nits) |
| Bateria | 5820 mAh, carregamento de 66 W (com fio) e 50 W (sem fio) |
| Processador | Qualcomm Snapdragon 8 Elite |
| Câmara traseira | 50 MP (principal) + 64 MP (teleobjetiva 3x) + 50 MP (ultra angular) |
A experiência de utilização: um smartphone normal que se transforma em tablet
Design: um dobrável que se disfarça de telemóvel normal
Tirar o Honor Magic V5 da caixa é um momento de incredulidade face ao que temos visto na indústria. Primeiro porque encontramos aqui mais acessórios do que em qualquer outro smartphone que testámos no último ano. Além do telemóvel, da ferramenta para trocar de cartão SIM e do cabo de carregamento, encontras um carregador de 66 W e uma capa de proteção. Valoriza o teu investimento.
Com apenas 9 mm de espessura quando fechado nesta cor (e 4,2 mm quando aberto) e a rondar os 220 gramas, sente-se e comporta-se como um smartphone topo de gama perfeitamente normal. É uma diferença que se sente, ou melhor, que quase não se sente no bolso.
O ecrã exterior de 6,43 polegadas é um painel de topo por si só. Tem tecnologia LTPO OLED a 120 Hz e a proporção certa para te permitir escrever mensagens, ver redes sociais e fazer 90% das tuas tarefas diárias sem nunca sentires que estás a usar um ecrã "secundário".
Este continua a ser o maior trunfo da Honor. A única coisa que quebra esta ilusão de um smartphone "normal" perfeito é o módulo de câmaras. É bastante saliente, embora deva dizer-se que mesmo sem capa não é dos que abana quando pousado numa mesa. Em todo o caso, é o preço a pagar pelo sistema fotográfico que alberga.
Abrir para um mundo de produtividade e alguns compromissos
O mecanismo da dobradiça continua robusto e inspira confiança a cada abertura, para revelar um ecrã massivo de 7,95 polegadas com um vinco quase impercetível. A qualidade é irrepreensível, com 120 Hz de fluidez e um pico de brilho de 5000 nits que o torna perfeitamente visível numa esplanada ao sol.
Nota-se aqui uma grande melhoria no brilho face à anterior geração, embora seja inevitável este ser um ecrã mais frágil pela construção em plástico. A proporção quase quadrada de 9.75:9 é uma escolha deliberada que privilegia a produtividade. Durante a minha semana de teste, usei-o muitas com duas apps lado a lado.
De um lado o Reddit e do outro o Chrome do outro. Por exemplo, o YouTube a correr um vídeo enquanto se responde a emails também é uma possibilidade. Para quem tira notas, o suporte para a caneta (vendida à parte) é um bónus. No entanto, este formato tem um preço a pagar no lazer.
Temos aqui maior área para reprodução de vídeo que um smartphone normal, isso é certo. Mas esta promoção obriga a que tenhamos barras pretas mais generosas face um tablet com um formato mais "esticado". Sempre que quiseres ver um filme na Netflix ou um vídeo no YouTube, estas vão acompanhar-te.
Onde não há quaisquer compromissos é no desempenho. Este smartphone vem equipado com o mais recente e potente Snapdragon 8 Elite, com 16 GB de RAM e 512 GB de armazenamento. Podes atirar-lhe qualquer aplicação para cima que não se vai queixar, mesmo em multitasking. O desempenho é imaculado e os testes no Geekbench 6 embora não deslumbrem, demonstram que isso não conta a história toda no uso diário.
Pontuação do Galaxy Z Fold7 no Geekbench 6
CPU: 1067 pontos (single-core); 4914 pontos (multi-core)
GPU: 12570 pontos
Uma bateria que desafia a lógica (e a física)
Quando vês um telemóvel com 4,2 mm de espessura quando aberto, a primeira coisa que pensas é que a bateria será um um dos pontos fracos. Aliás, vimos concorrentes diretos a usar baterias de 4400 mAh num formato semelhante. E é aqui que a Honor te surpreende. A nova bateria de silício-carbono de 5820 mAh é uma proeza de engenharia que permite maior densidade de energia em menos espaço.
Nos meus testes, cheguei ao final de dias de uso intenso, com alguma fotografia, redes sociais e uso do ecrã interior, ainda com 20 a 25% de bateria. É um desempenho que envergonha muitos telemóveis "normais". E no dia em que abusas mesmo, o carregamento com fio de 66 W dá-te mais de 50% de bateria em cerca de 20 minutos. O carregamento sem fios de 50 W é a cereja no topo do bolo.
Câmaras: versatilidade de topo, mas sem a coroa de rei
O sistema de câmaras do Magic V5 é muito competente e versátil. É composto por uma câmara principal de 50 MP com estabilização ótica, uma ultra grande angular de 50 MP e, a estrela do conjunto, uma teleobjetiva periscópica de 64 MP com zoom ótico de 3x. Em termos práticos, isto traduz-se numa versatilidade que faz a diferença no dia a dia.
Podes tirar uma foto de uma paisagem ampla e, no segundo seguinte, fazer um zoom 3x a um detalhe arquitetónico com uma perda de qualidade mínima. E é bom referir que permite zoom digital até 100 vezes, como podes ver nos exemplos, a qualidade acima das 10x deixa ser pouco usável, além da curiosidade de vermos o que está longe.
É um sistema de topo? Sim. É o melhor sistema de câmaras do mercado? Não. Telemóveis de formato clássico como o Magic7 Pro ainda têm vantagem, principalmente em ambientes com pouca luz, devido a sensores fisicamente maiores. Mas para um dobrável, e para 99% dos utilizadores, este conjunto será mais que suficiente. Se merecia mais tendo em conta o que se paga, isso já outra história.
Software com uma promessa de futuro (e uma pequena desilusão)
O único ponto que deixa um sabor agridoce é o software de lançamento. O Magic V5 chega com Android 15, quando seria de esperar que já trouxesse a versão mais recente. Aliás, tendo em conta que o estamos a testar várias semanas após o lançamento, esperava já ter aqui o Android 16. Mas isso não acontece.
Mas a Honor redime-se com uma promessa que devia ser padrão na indústria e que já vimos marcas como a Samsung ou a Google a prometer. Estão prometidos sete anos de grandes atualizações de Android e de segurança. Para um equipamento de quase 2000 €, esta garantia de longevidade é um argumento de peso, pois assegura que o teu investimento não fica obsoleto e pode receber as novidades do Android até 2032.
Para quem é o Honor Magic V5?
- Para quem quer um dobrável que não pareça um "tijolo" no bolso: a sua espessura e leveza continuam a fazer a diferença;
- Para profissionais que precisam de um ecrã grande para multitasking em movimento: o ecrã interno é perfeito para trabalhar com duas apps;
- Para os entusiastas de tecnologia: se queres ter o pináculo da engenharia de smartphones dobráveis no teu bolso, é este;
- Para quem está disposto a pagar um preço premium pela melhor experiência de design num dobrável;
- Não é para ti se... a tua prioridade máxima é ter a melhor câmara de smartphone do mercado, ou se o teu orçamento é limitado.
Conclusão
O Honor Magic V5 refinou a sua fórmula vencedora ao voltar a contornar os maiores problemas do formato (espessura, peso, autonomia) de uma forma que a concorrência ainda luta para igualar. A grande novidade este ano é que, pela primeira vez, tem um rival à sua altura no que toca ao design, o Galaxy Z Fold7.
A escolha entre os dois dependerá das tuas prioridades. Se a espessura e leveza absolutas continuam a ser o teu principal critério, já andam taco a taco. Se valorizas mais o ecossistema de software da Samsung, o Fold7 é uma alternativa extremamente forte. Mas o Magic V5 leva algum avanço nas câmaras e bateria. O preço de lançamento de 1999 € é a porta de entrada para este clube exclusivo. Mas a boa notícia é que, em 2025, a escolha no topo dos dobráveis nunca foi tão boa.
