Nota: o estilo e estrutura deste artigo são diferentes dos habituais.
Por respeito aos leitores, irei começar por explicar o título que escolhi para este texto, para que possam decidir se querem continuar a lê-lo após terem satisfeito a sua curiosidade.
Vê ainda: aqui, e os ainda mais interessados irão ler o próximo parágrafo.
Steins;Gate é o anime que te fará pensar duas vezes antes de pensares em saltos no tempo...
Continuando a minha pesquisa, li a sinopse deste anime, que me despertou a curiosidade pela menção de temas como “time travel”, que sempre me interessou desde criança. Quem nunca pensou em viajar ao passado e testemunhar os grandes acontecimentos que moldaram a história da humanidade, e até mesmo fazer parte deles, não levando em consideração os paradoxos relacionados com viagens no tempo?
Ou então voltar atrás e emendar certos erros que gostaríamos de nunca ter cometido? Seja como for, as viagens temporais (nesta interpretação do conceito) não são possíveis atualmente, e não se sabe se alguma vez o serão. Talvez seja melhor assim para que os nossos atos não se tornem desprovidos de significado, num mundo onde as palavras muitas vezes o são.
Deste ponto em diante, tentarei focar-me no assunto principal para não aborrecer os leitores que até aqui consegui cativar. “Steins;Gate”, apesar de considerado uma “masterpiece” por muitos (eu incluído), não é, de uma forma geral, um bom anime para iniciantes.
O primeiro episódio é confuso e o desenvolvimento inicial da história é lento, características que podem dissuadir os menos pacientes de usufruir do verdadeiro valor desta obra. No entanto, aqueles que já viram o anime sabem que esta progressão de acontecimentos é necessária para o enredo.
Na letra da abertura, cujo título é precisamente “Hacking to the Gate”, encontra-se uma pista sobre o tema fulcral do anime, uma peça que se encaixa no grande puzzle que é “Steins;Gate”. Esta é apenas uma das muitas referências subtis presentes ao longo do anime, provas da sua genialidade.
"Hacking to the Gate" tem mais significado que aquele que se atribui inicialmente!
Passemos então às razões pelas quais devem ver “Steins;Gate”. Em primeiro lugar, é um anime relativamente curto, com 24 episódios. Animes como “Naruto”, “Bleach”, “One Piece” e outros do mesmo género são frequentemente recomendados por pessoas que querem introduzir os amigos ao fantástico mundo do anime.
No entanto, o número excecionalmente elevado de episódios associado a estas séries pode levar a que os destinatários dessas recomendações se refreiem de os ver. Em segundo lugar, o enredo, aspeto que eu considero mais importante numa série, num filme e, como seria de esperar, num anime, é dos melhores que vi até hoje.
Complexo e intrigante, prende o espectador ao ecrã assim que a história atinge o seu clímax (por volta do episódio 12), mantendo essa qualidade até ao fim, algo que poucos animes conseguem fazer. Em terceiro lugar, as personagens são fáceis de empatizar com, desde a inocente Mayuri, passando pelo pervertido “super haxor” Daru, até ao personagem principal, o excêntrico Okabe, que insiste em ser tratado pelo seu pseudónimo de cientista maluco, Hoounin Kyouma.
O anime Steins;Gate ocupa o 66.º lugar dos rated tv shows do IMDb. Não é coincidência!
Concluindo, “Steins;Gate” é o anime que me introduziu ao mundo das séries japonesas animadas, que antes tratava por desenhos animados e, após muitos se lhe terem seguido na lista de animes vistos, continua a ser um dos meus favoritos, ocupando um lugar especial no meu coração enquanto grande apreciador desta forma de contar histórias.
Assim me despeço,
El Psy Kongroo
P.S.: Se optares por ver “Steins;Gate”, recomendo vivamente que o faças na língua original. Uma boa parte da comédia deste anime está centrada nos risos malucos do protagonista, que infelizmente se perde por completo na voz de um ator estrangeiro menos experiente.
Um "muito obrigado" ao leitor Tiago Marques pelo seu veredicto acerca de este excelente anime, Steins;Gate.
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