Google sensibilizada por várias entidades a tomar mais medidas contra o bloatware

Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
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Mais de 50 organizações ligadas a questões de privacidade enviaram recentemente uma carta aberta à Google. Nela, estas entidades deixaram as suas inquietações quanto ao bloatware ainda existente no Android e pedem à empresa que tome mais medidas.

Esta carta é dirigida diretamente a Sundar Pichai, CEO da Google, com o intuito de o sensibilizar para os problemas nela descritos. Os seus assinantes invocam a segurança dos utilizadores como o principal flagelo originado pelo software que algumas marcas instalam nos seus equipamentos.

Aplicações pré-instaladas conseguem ludibriar permissões do Android

O fenómeno do bloatware no Android tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos, mas ainda há empresas que fazem desta uma prática recorrente. A maioria destas aplicações acabam por revelar-se inúteis para os utilizadores, porém, estes não têm forma de as desinstalar do seu equipamento.

Adicionalmente, esta carta aberta frisa que algumas destas aplicações pré-instaladas conseguem ultrapassar as permissões de segurança do Android. Isto faz com que tenham acesso ao microfone, câmara e dados de localização mesmo sem consentimento.

A recolha destas informações pode mesmo colocar a segurança dos utilizadores em causa. Já vários relatórios vieram afirmar que o bloatware é, muitas vezes, a porta de entrada para que hackers tomem o controlo do nosso equipamento. Um cenário maioritariamente presente em smartphones de empresas chinesas.

Quais as medidas que a Google deve tomar

Esta carta aberta não se limita a apostar defeitos, oferecendo também soluções. No entender dos seus subscritores, uma das medidas que a Google deveria tomar é obrigar que estas aplicações possam ser desinstaladas.

Além do facto de muito deste software não adicionar valor ao nosso smartphone, somos obrigados a mantê-lo no equipamento. Muitas vezes, mesmo desabilitando-as não conseguimos impedir que estas apps corram em segundo plano.

Outra medida sugerida à Google é que todas as aplicações sejam submetidas ao mesmo processo de triagem que todas as apps presentes na Google Play Store são. Isto diminuiria significativamente o risco de malware, visto que 91% deste software nem sequer marca presença na loja de aplicações.

Por último, é ainda sugerido que a empresa norte-americana deixe de certificar novos smartphones com bloatware instalado. Esta censura deveria ser aplicada sempre que a Google suspeitasse que a segurança e privacidade dos seus utilizadores possa ser comprometida.

O que é o bloatware?

Bloatware é a designação atribuída a aplicações que vêm instaladas por defeito num smartphone quando o compramos novo. Por exemplo, se comprares um equipamento bloqueado a uma operadora, é natural que algumas das suas aplicações já venham instaladas por defeito.

O grande mal destas aplicações é que, na sua maioria, revelam-se inúteis para o utilizador e não podem ser desinstaladas. Em alguns casos, podem mesmo conter vulnerabilidades que colocam em causa a nossa segurança e dos nossos dados.

A Samsung era uma das empresas mais criticadas quando se falava em bloatware. Felizmente, nos últimos anos a sul-coreana tem tomado medidas fortes para reduzir a presença deste tipo de aplicações nos seus equipamentos.

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Carlos Oliveira
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No 4gnews desde 2015, escreve e acompanha as últimas tendências, sobretudo smartphones, para que os leitores estejam sempre bem informados.