A Google tem vindo a aumentar significativamente a sua pegada ecológica, devido a todos os avanços na área da Inteligência Artificial.
Recentemente, a mesma afirmou que já não consegue manter a sua neutralidade em termos de emissões.
Segundo comunicados da empresa, o seu objetivo atual é chegar à neutralidade de carbono até 2030.
Um passo em frente, dois passos para trás
A Google tem afirmado, desde 2007, que é neutra em emissões de carbono nas suas operações.
Este status era apoiado pela compra regular de "carbon offsets", ativos que apoiam projetos de proteções de florestas, desenvolvimento de combustíveis alternativos, etc.
O volume de compra de "carbon offsets" da Google cobria sempre o volume de emissões gerado pelos seus estabelecimentos, centros de dados e viagens de negócios.
No entanto, no último relatório, a empresa afirmou que, desde 2023, já não mantém neutralidade de carbono operacional.
"Em par com um mercado em mudança - incluindo um ecossistema de remoção de carbono mais robusto que ajudámos a catalisar - mudámos a nossa estratégia. O nosso objetivo é evitar ou reduzir as emissões de gases com efeito estufa para atingir o nosso objetivo de redução absoluta das emissões" - Porta-Voz da Google
A definição de neutralidade de carbono é quando uma entidade equilibra as suas emissões de gases com técnicas que retiram a mesma quantidade de dióxido de carbono do ar.
No entanto, a maior parte das empresas que afirmam ser neutras em termos de carbono baseiam-se atualmente em compensações baratas de "carbon offsets", derivadas de projetos que afirmam proteger as florestas ou utilizar energia limpa e evitar a produção de emissões.
Embora estas ações seriam expectáveis de ajudar o mundo a combater as alterações climáticas, especialistas descobriram que a compra destas compensações para evitar emissões pouco contribui para a sua redução efetiva.
Muitos projetos florestais exageram as suas alegações, enquanto a maioria das centrais de energia renovável "pagas" pelos carbon offsets teriam sido construídas sem as pequenas somas angariadas com a compra destas compensações.
Por esta razão, a maioria das alegações de neutralidade carbónica nas empresas e produtos é debatível.
Um futuro promissor?
As mudanças nas compras de "créditos de carbono" coincidem exatamente com a explosão e desenvolvimento da Inteligência Artificial, cujas operações já foram provadas como sendo extremamente intensivas em recursos.
Este incentivo resultou num aumento das emissões em da Google em 48% em relação a 2019, segundo dados da Bloomberg.
Mas agora, em vez de investir em compensações fúteis para evitar emissões, a Google diz que se vai concentrar nas reduções absolutas das emissões e comprar créditos de carbono apenas para as suas emissões residuais.
Estes tendem a ser mais caros, no entanto, também têm mais hipóteses de retirar, de forma verificável, dióxido de carbono da atmosfera.