Lembras-te quando a Google manifestou a intenção de acabar com os cookies no seu motor de busca? A má notícia é que, pelos vistos, não vai passar só de uma intenção, já que, pelos vistos, essa mesma política vai continuar.
O que são cookies?
Desde já, importa desmistificar o conceito de “cookies”: estes basicamente possibilitam a publicidade direcionada na web. Por outras palavras, é uma forma de rastrear os teus movimentos online, o que já levantou grandes questões sobre os direitos à privacidade.
Recorde-se que, em 2020, a Google tinha dito que essa abordagem era para acabar. Pelo caminho, a medida foi sendo adiada de forma sucessiva, até que, nas últimas horas, ficamos a saber que a ideia “caiu por terra”.
O anúncio foi feito pela própria Google, através do blog Privacy Sandbox. Segundo a explicação da empresa, o utilizador vai ter uma abordagem mais personalizada.
A Google quer "elevar a escolha" do user do Chrome
“Estamos a propor uma abordagem atualizada que eleva a escolha do utilizador. Em vez de depreciar cookies de terceiros, apresentaríamos uma nova experiência no Chrome que permite que as pessoas façam uma escolha informada que se aplica à navegação na web, e elas seriam capazes de ajustar essa escolha a qualquer momento” - escreve a Google.
De acordo com a mesma fonte, a explicação oficial é, no fundo, uma confirmação de que nunca esteve nos planos da Google acabar propriamente com os cookies. No máximo, a intenção passaria (e vai passar) por uma abordagem diferente, que não é bem o que os users queriam.
É importante ter em conta que a publicidade na web gera grandes receitas para a Google e que o abandono dos cookies, tal como tinha sido “prometido” pela empresa, seria um rombo financeiro.
Ainda assim, fica no ar a dúvida acerca do que será a “escolha informada” a que a empresa se refere. A questão da privacidade é, cada vez mais, uma preocupação de muitos, e a Google tem sido escrutinada pela Competition and Markets Authority (CMA), do Reino Unido.
A empresa assegura que vai continuar a consultar a CMA, enquanto adota esta estratégia diferente. Resta esperar para ver se a entidade reguladora em questão aprova a nova abordagem da Google.