O Google decidiu contra-atacar os burlões online. Cansada de ver o seu nome e logótipo usados em esquemas de fraude digital, a gigante da tecnologia avançou com um processo judicial nos Estados Unidos contra uma rede internacional de criminosos digitais acusada de espalhar golpes pela internet.
A ação, apresentada no Tribunal Distrital do Sul de Nova Iorque, tem como alvo uma organização sediada na China chamada “Lighthouse”, suspeita de operar uma infraestrutura global de sites falsos e kits de fraude usados para enganar milhões de utilizadores.
Uma rede de “phishing como serviço”
Conforme reportou a NPR, a empresa acusa o grupo de operar um esquema de “phishing como serviço”, vendendo kits de software que permitem criar centenas de sites falsos usados para roubar dados pessoais.
Esses sites imitavam páginas de entidades oficiais e empresas conhecidas, incluindo o Serviço Postal dos EUA, o Departamento de Veículos Motorizados da Virgínia Ocidental (DMV) e o site da cidade de Nova Iorque.
De acordo com o Google, mais de 100 modelos de sites incluíam indevidamente o logótipo da própria empresa, levando as vítimas a acreditarem que estavam em páginas legítimas de login ou pagamento.
“Somos uma empresa global, e isso afeta todos os nossos utilizadores.
Estamos preocupados com os danos à confiança do utilizador e com a incerteza sobre quais sites são realmente seguros.”
— Halimah DeLaine Prado, conselheira jurídica geral do Google
A investigação do Google identificou que a rede atingiu vítimas em mais de 120 países, causando milhões de dólares em prejuízos anuais.
A denúncia também cita o uso indevido de logótipos de redes sociais, sistemas de pagamento e empresas de cartão de crédito.
32 mil sites falsos em pouco mais de um ano
Entre julho de 2023 e outubro de 2024, o grupo teria criado ou operado 32.094 sites de phishing que simulavam o site do Serviço Postal dos EUA.
A estimativa é de que essas páginas possam ter comprometido entre 12,7 e 115 milhões de cartões de crédito apenas nos Estados Unidos.
O Google afirma não conhecer as identidades reais dos responsáveis, que foram listados no processo como “Does 1-25” (John ou Jane Doe).
O documento inclui apenas nomes de utilizadores do Telegram, uma das principais plataformas usadas por cibercriminosos para comercializar kits de fraude.
Google quer acabar com este tipo de burla online
DeLaine Prado também explica que o objetivo do processo não é necessariamente levar os acusados a julgamento, mas sim criar uma base legal para derrubar a infraestrutura da rede Lighthouse.
O Google espera obter respaldo jurídico para pedir apoio de outras plataformas e serviços no combate a este tipo de operação criminosa.
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