Google cria nova empresa de cibersegurança, a Chronicle da Alphabet

Rui Bacelar
Rui Bacelar
Tempo de leitura: 4 min.

Google e Chronicle.

Em primeiro lugar, no seio da Alphabet temos um laboratório, uma incubadora de empresas. Aliás, este laboratório da Alphabet já é conhecido por ajudar a desenvolver algumas das empresas mais...rebuscadas. Mais audaciosas e que nos querem ajudar a descobrir e inventar o amanhã.

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Foi daqui que saíram empresas que querem produzir lentes de contacto capazes de analisar o nível de açúcar no sangue. E até mesmo os balões gigantes capazes de distribuir o acesso à Internet para populações isoladas.

Este laboratório / incubadora de empresas chama-se simplesmente "X". O secretismo reina. Sempre que algum projecto, alguma ideia mostra um bom potencial de desenvolvimento, as empresas passam de jovens rebentos para companhas independentes. Prontas a trabalhar lado a lado com as demais criações da Alphabet. Até agora contam-se pelos dedos as organizações que conseguiram obter esta "aprovação".

Chronicle é a nova empresa-irmã da Google

A Chronicle é a mais recente adição à curta lista de organizações que conseguiram esta autonomia. A sua premissa é simples. Varrer enormes quantidades de informação, protegendo-a de hackers e detetando vulnerabilidades de segurança. A sua missão, como já podem ter adivinhado é a promoção da ciber-segurança.

Do laboratório X, da Alphabet, o ponto de partida é sempre a tecnologia. Derivações de alguma tecnologia já mais ou menos conhecida. Desde drones para fazer entregas de comida ou novas tecnologias para promover a cibersegurança. Bem, esta talvez seja mais aborrecida e menos apetitosa mas é cada vez mais importante no nosso dia-a-dia.

Chama-se Chronicle e é o novo "rebento" da Alphabet

Agora, destes laboratórios X, surge a Chronicle, para combater a crescente ameaça e preocupação com a ciber-segurança. Esta é uma das maiores ameaças atuais a todo o setor empresarial. Ainda se recordarão do roubo de emails, filmes e vário conteúdo à Sony. Ou até mesmo a outras empresas como a norte-americana Target. A ciber-segurança é uma das maiores preocupações atuais e nem precisas de ir ao Google para confirmar isso mesmo.

Quando, há 8 anos atrás, criou o laboratório "X", os membros do seu staff repetiam a mesma frase vezes sem conta, “atoms, not just bits". Colocando a ênfase não só no desenvolvimento de software mas também de novo hadware com o olhar posto no futuro. Contudo, em 2015 veríamos algumas alterações a serem aplicadas à Google quando esta passou a estar sob a alçada da sua empresa-mãe, a Alphabet.

Stephen Gillett é o líder da Chronicle

É a Alphabet que gere o crescente império e influência da Google. É esta mesma Alphabet que coordena as várias empresas sob a sua alçada, todas elas irmãs da Google. Agora, temos a nova Chronicle.

Para liderar a Chronicle, o laboratório "X" recrutou Stephen Gillett. Este é um antigo COO (chief operating officer) da Symantec, uma das gigantes da tecnologia e com bastante experiência no que à segurança diz respeito. Gillett passou também pela Starbucks onde desempenharia um cargo semelhante. É a ele que tens que agradecer por termos Wi-Fi gratuito em praticamente todos os Starbucks.

Ciber-segurança e o combate ao ciber-crime

Os restantes co-fundadores da Chronicle incluem alguns engenheiros de topo que se especializaram na área da segurança. Entre eles, criaram uma tecnologia que ajuda a proteger os vastos sistemas de computadores do motores de busca Google. Foram ele, em suma, que tornaram o Google essencialmente imune aos hackers. Agora querem fazer uma mesmo, numa escala "ligeiramente" maior. As aplicações surgirão em primeiro lugar no mercado industrial.

Há muita iliteracia na tecnologia, a Chronicle sabe disso, a Alphabet apoia.

Gillett, em declarações no seu Chronicle Blog, afirmou que este seu novo software visa resolver uma queixa comum dos profissionais de tecnologia e de redes. A alarmante e em última análise confusa quantidade de alertas de segurança que todos os dias recebem. A banalização dos alertas.

Entre bugs, alertas de segurança e potenciais brechas, acaba-se por se generalizar a história do Pedro e do Lobo. Com tanto alerta, acabamos por nos habituar e quando surge uma verdadeira ameaça, geralmente é tarde demais. A Alphabet sabe disso. A Chronicle também.

A acepção generalizada é a de que muitas empresas de ciber-segurança e de combate ao ciber-crime acabam por utilizar jargão tecnológica como "Machine Learning", inteligência artificial e outros termos caros. Fazem-no para tranquilizar os seus clientes. Garantem a sua segurança com o argumento de que "isto é melhor". Não especificam o quê ou o porquê.

Em suma, a Chronicle, o novo rebento da Alphabet e nova empresa irmã da Google vai ajudar o setor corporativo e empresarial a reforçar a sua segurança. Poderá optar por soluções mais competitivas e económicas para se implementar no mercado. Será uma empresa a acompanhar de perto, com cobertura aqui na 4gnews.

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Rui Bacelar
Rui Bacelar
O Rui ajudou a fundar o 4gnews em 2014 e desde então tornou-se especialista em Android. Para além de já contar com mais de 12 mil conteúdos escritos, também espalhou o seu conhecimento em mais de 300 podcasts e dezenas de vídeos e reviews no canal do YouTube.