A Google vem acusada de não olhar a meios para se manter como motor de busca padrão na maioria das plataformas, do próprio Android até ao iOS e iPadOS da Apple. Em causa está o corrente processo judicial anti-monopólio nos Estados Unidos da América.
Trata-se do maior caso, nestes moldes anti-monopolistas a correr nas barras norte-americanas desde o final da década de 90 quando a Microsoft enfrentou acusações similares devido à dominância do seu Internet Explorer. Agora, temos mais desenvolvimentos.
Google pode vir a ser "desmembrada" provando-se o monopólio
Segundo a acusação formulada pelos procuradores norte-americanos do Departamento de Justiça (DoJ), a Google paga todos os anos quantias exacerbadas para se manter como motor de busca dominantes.
Mais concretamente, a gigante das pesquisas estará a pagar à Apple cerca de 10 mil milhões de dólares para que a empresa de Tim Cook mantenha o Google como motor de busca padrão.
Por sua vez, a gigante de Mountain View não perdeu tempo e refutou as alegações de "dominância forçada", afirmando que é simplesmente a melhor no que faz.
Em apreço estão as declarações recentes integradas numa publicação assinada por Kent Walker, President of Global Affairs, Google & Alphabet.
Gigante das pesquisas defende-se com a superioridade dos seus produtos
Importa ainda frisar que esta realidade já era conhecida há vários anos. A propósito, recordamos a peça de abril de 2023, dando conta do pagamento de 20 mil milhões de dólares entregues pela Google à Apple em 2022, com base na investigação do The Wall Street Journal.
Aliás, de acordo com a mesma fonte, todos os anos a Google estará a pagar entre 8 a 12 mil milhões de dólares à gigante liderada por Tim Cook para assegurar a manutenção do motor de busca Google nos produtos Apple.
Mais recentemente, contudo, na instância judicial em apreço, os procuradores norte-americanos colocam este valor em 10 mil milhões de dólares, uma substancial maquia para assegurar este propósito. A Google "incentiva" as maiores empresas a usar os seus serviços de forma a preservar o seu ecossistema.
Alegados pagamentos feitos para garantir o uso do seu motor de busca
Por outro lado, tal como avança a publicação Business Insider, colhendo declarações feitas ao The New York Times, a Google encara estes pagamentos como "poderosas armas estratégicas". Feitas para que os seus concorrentes não consigam, em absoluto, quebrar o seu domínio na pesquisa e motores de busca.
Em contraposição, a equipa jurídica da Google assevera a legalidade de tudo quanto foi (e é) praticado pela empresa. Ou seja, negam que qualquer estratégia ilícita seja empregue pela tecnológica para proteger a sua quota de mercado e respetiva posição.
Mais uma vez, a Google defende-se com os seus próprios produtos ao afirmar que as pessoas os escolhem simplesmente por estes serem os melhores no mercado. Já numa nota pessoal, certo é que em nada saem prejudicados ao terem as suas soluções expostas numa miríade de plataformas, empresas e sistemas operativos.
É um dos maiores casos contra uma das Big Tech
Em todo o caso, esta instância judicial vem ameaçar o habitual modus operandi da própria Google. É agora a altura de convencer o juiz dos méritos dos seus produtos, ao passo que a acusação tenta construir e fundamentar o seu caso alegando que a empresa corrói as hipóteses de qualquer concorrente vir a singrar naquele que é o seu espaço de dominância.
Recordamos ainda que este é apenas o mais recente desenvolvimento no processo em curso. É a mais recente pedra no sapato da Google após em janeiro deste ano ter enfrentado uma investigação ao seu próprio modelo de negócios.
Mais ainda, também na Europa as Big Tech estão sob escrutínio, agora adstritas ao cumprimento da "Lei dos Serviços Digitais".
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