No Dubai, está a ser construída uma GigaFarm. Trata-se de uma quinta gigante, com 12 metros de altura e uma área de 83.612 metros quadrados. Espera-se que consiga produzir três milhões de quilos de alimentos por ano.
Tal como refere a CNN, o projeto supervisionado pela empresa ReFarm é diferente de tudo o resto. Quem o considera é o diretor executivo da Christof Global Impact, Oliver Christof.
Como refere a mesma fonte de informação, estima-se que o setor alimentar seja responsável por cerca de um terço das emissões de gases com efeitos de estufa.
Com base nos dados obtidos pela ONU, o setor terrestre é o que mais se destaca negativamente na indústria alimentar. Calcula-se que a agricultura e a utilização indevida dos solos são responsáveis por dois terços das emissões.
Sendo assim, a solução encontrada para uma agricultura mais ecológica passa por tecnologia mais refinada. O plano desta quinta passa por transformar fluxos de resíduos em água, energia, alimentos e muito mais.
Espera-se que seja possível reduzir drasticamente a pegada de carbono
Conseguindo esse objetivo, a CNN refere que se poderá reduzir drasticamente a pegada de carbono na produção alimentar. Para além disso, espera-se que seja possível cultivar cerca de 3 milhões de quilos de verduras por ano.
Esta nova alternativa é fornecida pela Intelligent Growth Solutions (IGS). A IGS providencia “torres de crescimento”, que servem para monitorizar a forma de usar a água e os fertilizantes.
Entrando em detalhes mais técnicos, a mesma fonte explica que é utilizado um sistema de hidroponia. Ou seja, em cada tabuleiro é usado um substrato diferente. Em cima de cada um deles, encontram-se luzes LED que fazem o “papel” do sol.
As plantas são monitorizadas através de sensores. Desta forma, através das torres, é possível controlar o crescimento das plantas. Desde luz, a temperatura, a humidade, entre outras variáveis, é possível fazer essa gestão.
Sendo modulares, as torres facilmente ganham altura
O diretor executivo da IGS explica que as alturas variam entre os 6 e os 12 metros. De acordo com Andrew Lloyd, as torres são modulares. Isso faz com que seja mais simples ganharem altura.
Posto isto, sabe-se que todas as torres são revestidas com painéis de espuma espessa, que a tornam climatizada.
"Quando o ar entra, a humidade e a temperatura estão sob controlo, o nível de reposição é incrivelmente pequeno", refere Lloyd (via CNN).
Apesar de permitir uma maior produção, a agricultura vertical também apresenta desvantagens. O principal motivo é financeiro e relaciona-se com a tecnologia bastante elevada que requer.
Esta faz com que haja a necessidade de fazer um grande investimento. Fora isso, também o funcionamento das explorações está associado a custos elevados.
Para Lloyd, é preciso integrar fluxos de resíduos e energia renovável
Assim sendo, para Lloyd, o plano é simples. É preciso integrar fluxos de resíduos e energia renovável. O plano da ReFarm é precisamente esse.
Na prática, a quinta sobreviverá com energia gerada a partir da incineração de resíduos sólidos. Já a água será produzida com base numa tecnologia à base de insetos.
Um dos objetivos da GigaFarm passa por reciclar 50.000 toneladas métricas de comida por ano. Aparentemente, na opinião de Christof, a água gerada neste processo consegue “fazer funcionar 100% da quinta vertical” (via CNN).
O diretor da IGS considera que o plano pode mudar a indústria alimentar
O diretor executivo da IGS considera que este plano da ReFarm pode ter um grande impacto no mundo alimentar. Afinal de contas, trata-se de algo muito diferente e que se poderá aplicar em qualquer tipo de região.
Nas palavras de Lloyd, "onde quer que os seres humanos estejam, encontrarão resíduos. Podemos pegar nos resíduos e transformá-los em valor. Temos de o fazer, caso contrário, vamos ficar sem planeta" (via CNN).
Cada vez mais, a agricultura tecnológica emerge como uma área bastante importante. As alterações climáticas fazem-se sentir e começam a procurar-se alternativas de segurança alimentar.
De acordo com a CNN, o projeto GigaFarm deverá rondar os 300 milhões de euros de investimento. É possível que este comece já em 2024. Deverá ficar pronto até 2026.